terça-feira, 17 de julho de 2018

Entrevista de Dulce Pereira em 2000

Encontrei na minhas coisas que trouxe de Vacaria RS um artigo escrito por Dulce Pereira extraído de uma reportagem do Jornal do Brasil de 20/11/2000. Dulce Pereira na época Presidente da Fundação Palmares.
"JB: A senhora é favorável a politica de cotas nas universidades e no mercado de trabalho para os negros?"
"- As cotas são instrumentos absolutamente artificiais ,que em si, não resolvem os problemas de discriminação. Mas num  conjunto de ações afirmativas, elas são fundamentais. Algumas universidades públicas já reconhecem que, se não houver cotas, não vai haver alunos negros, porque a população negra acumula desvantagens. Mas quando se fala em ação afirmativa ou politicas compensatórias que eu prefiro chamar de politicas de inclusão a associação imediata imediata é com os Estado Unidos, que não foram os únicos. Eu acompanhei de perto programas de inclusão na Alemanha e na Itália."
"JB: Que outros modelos substituiram as cotas?"
"- O conceito tem ser mais amplo. É preciso implementar politicas que facilitam o acesso dos grupos discriminados a instancias de representatividade social e politica, comumente só alcançadas por quem tem mais dinheiro. Como presidente de um programa do planejamento plurianual do governo que vai de 2000 a 2003 eu falo politica de cotas temos uma cota de orçamento dedicada à população negra. É um processo inteligente de promover a inclusão."
"JB: Os movimentos negros no Brasil tem sentido?
"- Eles são fundamentais para a construção da democracia no Brasil, Trazem de volta matrizes culturais que fomos obrigados a esquecer. Eles foram jogados para o gueto e estão encontrando dificuldades de sair, mas são como a fênix: sabem renascer das cinzas.





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