terça-feira, 6 de setembro de 2016
Vereador Jag Souza Entrou com Recurso ao TRE
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A assessoria do Vereador Jag Souza do PT no informou que o mesmo é candidato, pois entrou com o recurso da decisão do Juiz Eleitoral da 58ª Zona Eleitoral no TRE sobre o sua decisão. Então Jag Souza continua candidato a vereador até a decisão final do TRE ou do TSE.
Mais Médicos
Mais Médicos: qual o futuro, sob Temer?
–  1 DE SETEMBRO DE  2016
Programa atende 63 milhões de pessoas — inclusive 660  mil indígenas — e é visto como sucesso por 85% dos usuários. Porém, mais da  metade pode perder assistência, por inabilidade e má vontade do  governo
O Programa Mais Médicos,  lançado em 2013 com o objetivo de suprir a carência de médicos nos municípios do  interior e nas periferias das grandes cidades do Brasil, e que leva atualmente  mais de 18 mil médicos para estas regiões, corre o risco de deixar de assistir  38 das 63 milhões de pessoas atualmente atendidas.
Isto decorre do abalo na  relação do governo interino com o cubano no que toca à operacionalidade e  continuidade da cooperação no Programa. Se do lado brasileiro não há simpatia e  habilidade diplomática, além do interesse em reduzir a participação de  profissionais cubanos no programa, do lado cubano há a preocupação de que alguns  termos da parceria sejam revistos, como a remuneração dos profissionais.
Cerca de 67% dos  profissionais do Programa são oriundos da cooperação com Cuba, outros 24% são  médicos com CRM brasileiro, além de 9% de intercambistas, formados no exterior.  Todos atuam na Atenção Básica e nas equipes de Saúde da Família. A situação  coloca em risco a substituição de 2.400 médicos cubanos que deverão retornar a  Cuba após as eleições, bem como a totalidade de mais de 11.000 profissionais do  país, cujo víncluo expira em setembro de 2017.
Cobertura  geográfica do Programa e possíveis impactos negativos
Conforme observa-se na  Tabela 1, o PMM atualmente está presente em todos os estados da federação e em  4.058 municípios brasileiros, cerca de 72,9% do total. As regiões Norte, com  82,4%, e Nordeste, com 78,4%, são as que possuem maiores proporções de  municípios pactuados. Já a região Sudeste, com 61,8% de seus municípios  aderidos, é a que possui o menor percentual.
Fonte: Ministério da Saúde/2016
Nestes municípios, e em  mais 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas, estão distribuídos os 18.240  médicos do Programa. As regiões que possuem maior quantidade de profissionais  são a Nordeste, com 6.504 médicos, e Sudeste, com 5.298, concentrando  praticamente 2/3 do total de profissionais do programa. A região Centro-Oeste é  a que possui menor quantidade de profissionais, 1.318.
Das 62,9 milhões de  pessoas assistidas atualmente pelo Programa, 22,4 milhões estão no Nordeste,  18,3 no Sudeste, 10 no Sul, 7,6 no Norte e 4,5 milhões na região  Centro-Oeste.
Na figura 1 observam-se  dois mapas. O primeiro mostra o território brasileiro praticamente coberto por  municípios aderidos ao Programa. São apenas 1.512 cidades que não possuem  demanda, ou não aderiram a esta política. É possível notar manchas de menor  cobertura nos estados de Tocantins (apenas 53,2% de municípios aderidos), Minas  Gerais (59,8%), São Paulo (59,7%), Piauí (66,5%) e Goiás (67,55), apesar de São  Paulo e Minas Gerais serem dois dos três estados com maior número de  profissionais do Programa, com 2.528 e 1.556 respectivamente.
No segundo mapa da figura  1, estimou-se a futura cobertura do Programa Mais Médicos caso a cooperação com  o governo cubano não seja continuada, e o impacto é grande. Nota-se que os  números praticamente se invertem, com apenas 1.569 municípios atendidos pelo  programa e 4.001 descobertos. Apenas os estados do Ceará, Distrito Federal, além  do Pará e Amazonas por terem municípios territorialmente grandes, apresentam  cerca de metade ou mais de seus territórios cobertos pela parceria. Todos os  demais estados sofreriam drasticamente pela redução do atendimento, o que  causaria, além de desatendimento, uma sobrecarga no sistema público de atenção  básica atual.
A distribuição da  população atualmente atendida pelo PMM é demonstrada no primeiro mapa da figura  2, e percebe-se o contorno de cidades com as tonalidades laranja e marrom (acima  de 10.000 pessoas atendidas por município) predominando no território nacional,  sobretudo nas regiões Norte e Nordeste, bem como nos polos urbanos de médio e  grande porte de todas as regiões.
Estados como São Paulo  (8,7 milhões de pessoas assistidas), Bahia (5,9 milhões), Minas Gerais 5,4  milhões), Ceará (5,1 milhões) e Rio Grande do Sul (4,4 milhões) são os com o  maior número de pessoas beneficiadas pelos atendimentos do Programa.
Já no segundo mapa da  mesma figura, onde estimou-se o impacto da saída dos profissionais cubanos,  nota-se um cenário devastador. O número de pessoas assistidas no país cai de  62,9 milhões para 25 milhões de pessoas, com os mesmos estados supracitados numa  população beneficiária bem inferior, sendo São Paulo (2,2 milhões de pessoas  assistidas), Bahia (2,3 milhões), Minas Gerais (2 milhões), Ceará (2,8 milhões)  e Rio Grande do Sul (1,8 milhões).
Uma política que  vem dando certo
Muito combatido no início  pela classe médica brasileira e suas entidades representantes, o Programa  recebeu nota 9 de seus usuários em pesquisa realizada pela UFMG em mais de 700  municípios brasileiros. Cerca de 85% dos entrevistados informaram que o  atendimento melhorou desde a implantação do Programa.
O atendimento mais  humanizado, interessado e paciencioso, com presença diária dos médicos nas  unidades básicas foram os elogios mais citados. Embora tenham indicado a  melhora, as críticas ficaram por conta da dificuldade em retirar remédios e  infraestrutura física dos postos de saúde.
Além dos dados  anteriormente citados, o Programa atende cerca de 660.000 indígenas em 5.700  aldeias, já propiciou 5.306 novas vagas em cursos de medicina, sendo 1.690 em 23  novos cursos em universidades federais, criou 4.742 vagas em residências médicas  para especialização em áreas da atenção básica, e melhorou a estrutura ou  construiu cerca de 26.000 UBS. Notou-se uma ampliação de 33% no número de  consultas realizadas nos municípios que participam do Mais Médicos, contra 15%  observado em cidades que não aderiram à ação.
Com resultados  consistentes e percebidos pela população, em uma atuação universalista e que  combate a desigualdade social e a dificuldade de acesso a serviços públicos  básicos para o pleno exercício da cidadania, o Programa Mais Médicos carece de  uma maior atenção e melhor atuação por parte do atual governo. Exigindo,  inclusive, a quebra de preconceitos políticos e um menor conservadorismo na  formulação e gestão de políticas públicas, para que não se regrida nas políticas  de atenção primária à saúde e se prejudique, em consequência, milhões de  brasileiros.
Crédito da foto da  página inicial: OPAS/OMS
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