quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Prefeitura de Bom Jesus RS
A despedida
Este é o último e-mail que envio a todos vocês como Assessora de Comunicação da Prefeitura de Bom Jesus. Agradeço pela atenção e pela colaboração de todos.
A missão pela qual fui designada termina aqui e dela levarei muito aprendizado, amizades e gratidão. Divulgar Bom Jesus e as ações desenvolvidas pela Administração Municipal foi uma experiência maravilhosa.
Desejo aos novos gestores muito sucesso e agradeço, do fundo do meu coração, ao prefeito José Paulo de Almeida pela confiança e pela oportunidade de ter trabalhado por Bom Jesus, a cidade mais hospitaleira dos Campos de Cima da Serra.
Daqui para frente trabalharei na divulgação dos projetos abaixo e convido a todos que continuem me acompanhando pela internet. Para fazer contato comigo agora, por e-mail, será através do endereçodaianasilva.jornalista@gmail.com. Ao final desta mensagem estão todos os meus contatos.
Desejo muita paz, amor, saúde e sucesso.
Feliz 2013!
Abraço,
Daiana Silva – Jornalista
E-mail: daianasilva.jornalista@gmail.com
Telefone: (51) 8187.0085
Facebook | facebook.com/jornalistadaianasilva
Twitter | @daianasilva
- Editora de Conteúdo dos sites de turismo www.cambaraonline.com.br e www.ausentesonline.com.br
- Assessora de Comunicação – Os Monarcas (www.osmonarcas.com.br)
Outras Palavras
Boletim de atualização - Nº 246 - 31/12/2012
ESPECIAL: Outro ano em que disputamos o futuro
Nossa Retrospectiva-2012 sugere: sentidos do século 21 continuam indefinidos, mas alternativas tornaram-se muito mais nítidas. Aposta no pós-capitalismo parece ainda mais necessária
Nossa Retrospectiva-2012 sugere: sentidos do século 21 continuam indefinidos, mas alternativas tornaram-se muito mais nítidas. Aposta no pós-capitalismo parece ainda mais necessária
(Janeiro) Castells debate os dilemas da internet
Num ano marcado por debates sobre futuro da web, sociólogo catalão sustenta: breve todo planeta estará conectado; Google e Facebook não são ameaça; grande desafio é manter liberdade na rede. Entrevista a Sergio Martin
(Janeiro) “Estamos usando o crack”
Num ano marcado por debates sobre futuro da web, sociólogo catalão sustenta: breve todo planeta estará conectado; Google e Facebook não são ameaça; grande desafio é manter liberdade na rede. Entrevista a Sergio Martin
(Janeiro) “Estamos usando o crack”
Em São Paulo, Estado desencadeia vasta operação repressiva na região da Luz. Para segregar metrópoles, abrindo espaço à especulação, usa-se o pretexto da droga — e condena-se usuários a políticas primitivas. Por Edmar Oliveira
(Janeiro) EUA terceirizam assassinatos de guerraWashington insiste em liquidar fisicamente inimigos por meio de ataques de aviões não-tripulados. Parte das “missões de morte” é transferida a empresas privadas... Por Robert Johnson
(Fevereiro) A era dos extremos climáticos começou
Série de dados novos demonstra que se acentuam grandes secas, cheias, ondas de calor e desastres ambientais. É preciso agir já, contra reação em cadeia. Por Janet Larsen e Sara Rasmussen(Janeiro) EUA terceirizam assassinatos de guerraWashington insiste em liquidar fisicamente inimigos por meio de ataques de aviões não-tripulados. Parte das “missões de morte” é transferida a empresas privadas... Por Robert Johnson
(Fevereiro) A era dos extremos climáticos começou
(Fevereiro) Cultura: e se o pós-capitalismo estiver começando?
Outras Palavras entrevista animadores da Rede Fora do Eixo e passa a acompanhar coletivos que, ao longo do ano, passaram da produção cultural não-mercantil a inovações políticas destacadas. Por Antonio Martins e Bruna Bernacchio
(Março) O Pinheirinho visto pela ciência política clássica
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Por distintos motivos, Hobbes, Locke e Montesquieu condenariam sem vacilar a brutalidade do governo paulista. Mas… e Maquiavel? Por Luís Fernando Vitagliano
(Março) Nos bastidores do processo contra o Wikileaks
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Às vésperas de Julian Assange pedir asilo na embaixada do Equador em Londres, seu advogado revela como EUA pretendem incriminá-lo; por que torturam seu suposto “cúmplice”; que lhe ocorrerá, se extraditado. Por Paul Jay
(Abril) Tudo pode estar por um segundoPaul Mason, autor de obra que estuda movimentos como Primavera Árabe, Occupy e Indignados, sustenta: redes que desafiam capitalismo precisam se preparar para resposta brutal do sistema. Entrevista a Hilary Wainwright eAndrew Bowman
(Maio) Reportagem: assim se faz um escracho
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(Maio) Reportagem: assim se faz um escracho
No mês em que se multiplicaram as manifestações-relâmpagos para denúncia dos torturadores brasileiros, nossa reportagem descreve de dentro um destes atos e seus bastidores. Por Rôney Rodrigues
(Maio) Código Florestal: o discurso vazio dos ruralistas
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Ladislau Dowbor encara a polêmica sobre desconstrução das leis ambientais e sustenta: para preservar natureza ampliando produção agropecuária, basta combater mau-uso da terra e apoiar pequeno produtor
(Junho) Precariado, rebeldia e renda cidadã
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Um seminário debate a universalização das políticas de distribuição de renda por meio de salários independentes de trabalho. Nosso texto sustenta: esquerda não pode continuar sem propostas para tema. Por Guy Standing
(Julho) As Cidades Rebeldes de David Harvey Um grande teórico das metrópoles contemporâneas contesta hipóteses conformistas e vê nestes centros, colonizados pelo capital, laboratórios de outra sociedade. Entrevista a John Brissenden e Ed Lewis
(Julho) Útero, serviço à sociedade?Por pressão das bancadas fundamentalistas, Congresso Nacional debate lei que reduz grávidas a objetos reprodutivos. Nosso texto compara este cenário a ficção tenebrosa e propõe: é preciso barrar ameaça. Por Marília Moskcovitch
(Agosto) Porém, já nascemos livres
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(Agosto) Porém, já nascemos livres
Uma nova coluna descreve vida numa comunidade terapêutica e revela como ela dissolve relações usuais de família, lar e propriedade para criar vida comum e superar neuroses sociais. Por Katia Marko
(Agosto) Lula, Dilma e um projeto que pode se esgotarEm meio ao debate sobre os sentidos do “lulismo”, sugerimos: programa neodesenvolvimentista dos dois últimos presidentes mudou a face do país, mas chegou a encruzilhada: ou se aprofunda, ou estagnará. Por Felipe Amin Filomeno
(Setembro) Outros valores, além do frenesi de consumoViveiros de Castro comparece em “Outra Política” – nossa nova coluna – e dispara: iludido por noção ultrapassada de progresso, Brasil pode desperdiçar oportunidade única de propor novo modelo civilizatório. Por Inês Castilho
(Setembro) Fraude no episódio que mudou a face do futebol
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(Setembro) Fraude no episódio que mudou a face do futebol
No calor dos preparativos para a Copa-2014, vasculhamos as origens do esporte-mercadoria e relembramos manipulação de tragédia em estádio inglês que iniciou elitização do esporte. Por Irlan Simões
(Outubro) Jejuvy: assim os guaranis recuperam a palavra
Viagem antropológica ao mundo guarani-kaiowa. Por que suicídios são protesto, ritual e porformance de cultura que sobrevive por um fio. Reportagem de Fabiane Borges e Verenilde Santos
(Novembro) Só o PCC ameaça São Paulo?
No auge da onda de assassinatos que apavora Estado, nosso dossiê revela: episódio foi iniciado e radicalizado pela Polícia Militar. Governo Alckmin omite-se. Mídia silencia. Por Antonio Martins
(Novembro) Wallerstein: “Nenhum sistema é para sempre”
Para sociólogo, capitalismo não sobreviverá à crise, mas o que emergirá é imprevisível. Por isso, próximas décadas serão cruciais. Entrevista a por Lee Su-hoon
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(Novembro) Só o PCC ameaça São Paulo?
No auge da onda de assassinatos que apavora Estado, nosso dossiê revela: episódio foi iniciado e radicalizado pela Polícia Militar. Governo Alckmin omite-se. Mídia silencia. Por Antonio Martins
(Novembro) Wallerstein: “Nenhum sistema é para sempre”
Para sociólogo, capitalismo não sobreviverá à crise, mas o que emergirá é imprevisível. Por isso, próximas décadas serão cruciais. Entrevista a por Lee Su-hoon
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Sofia Cavedon, vereadora eleita pelo Partido dos Trabalhadores (PT), tomou posse hoje (01/01) para seu quarto, mandato na Câmara Municipal de Porto Alegre. A cerimônia, realizada no Plenário Otávio Ro...
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Número de Presos Explode
Quarta, 02 de janeiro de 2013
Número de presos explode no Brasil e gera superlotação de presídios
O número de pessoas presas no Brasil cresceu 6% somente nos seis primeiros meses deste ano, intensificando uma tendência que fez do Brasil um dos três países do mundo com maior aumento da população carcerária nas últimas duas décadas.
A reportagem é de Rogerio Wassermann e publicada pela BBC Brasil, 28-12-2012.
Segundo dados recém-divulgados pelo Ministério da Justiça, o número total de presos em penitenciárias e delegacias brasileiras subiu de 514.582 em dezembro de 2011 para 549.577 em julho deste ano.
Uma das principais consequências desse aumento é a superlotação das prisões, já que novas vagas não são criadas na mesma velocidade que o aumento do número de presos. Em julho, havia um déficit de 250.504 vagas nas prisões do país, segundo os dados oficiais.
Em 1992, o Brasil tinha um total de 114.377 presos, o equivalente a 74 presos por 100 mil habitantes. Em julho de 2012, essa proporção chegou a 288 presos por 100 mil habitantes. No período, houve um aumento de 380,5% no número total de presos e de 289,2% na proporção por 100 mil habitantes, enquanto a população total do país cresceu 28%.
Segundo levantamento feito a pedido da BBC Brasil pelo especialista Roy Wamsley, diretor do anuário online World Prison Brief (WPB), nas últimas duas décadas o ritmo de crescimento da população carcerária brasileira só foi superado pelo do Cambodja (cujo número de presos passou de 1.981 em 1994 para 15.404 em 2011, um aumento de 678% em 17 anos) e está em nível ligeiramente inferior ao de El Salvador (de 5.348 presos em 1992 para 25.949 em 2011, um aumento de 385% em 19 anos).
Se a tendência de crescimento recente for mantida, em dois ou três anos a população carcerária brasileira tomará o posto de terceira maior do mundo em números absolutos da Rússia, que registrou recentemente uma redução no número de presos, de 864.197 ao final de 2010 para 708.300 em novembro dese ano, segundo o último dado disponível.
"Por mais esforço que o Estado faça, não dá conta de construir mais vagas no mesmo ritmo", admite o diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça, Augusto Rossini.
Segundo ele, o crescimento acelerado no número de prisioneiros no país é consequência tão somente do aumento da criminalidade, mas também do endurecimento da legislação penal, da melhoria do trabalho da polícia e da maior rapidez da Justiça criminal.
'Recompensa nas urnas'
Alguns críticos, porém, afirmam que falta ao Executivo e ao Legislativo no Brasil uma vontade política para encontrar saídas alternativas à prisão e evitar o aumento descontrolado no número de prisioneiros.
"A sociedade ainda não pode abrir mão da prisões, mas elas deveriam servir só para conter os criminosos de alto risco", defende José de Jesus Filho, assessor da Pastoral Carcerária Nacional. Para ele, "entre 70% e 80% dos presos" poderiam cumprir penas alternativas, como compensação às vítimas, prestação de serviços à comunidade, vigilância à distância e recolhimento noturno.
"Isso também reduziria a taxa de reincidência e o custo para o Estado de manter tantos presos", diz. "Mas as razões do Estado são políticas, não necessariamente de interesse público, então não há vontade para investir nisso", critica.
Um dos maiores especialistas do mundo no tema, o finlandês Matti Joutsen, faz coro ao argumento. Diretor do Instituto Europeu para Prevenção e Controle ao Crime (Heuni), órgão consultivo da ONU, Joutsen diz que em vários países há "uma vontade em particular dos políticos em encontrar soluções fáceis para problemas vexatórios".
"Seus cidadãos estão preocupados com mais roubos ou assaltos? Aumente a punição. Há mais histórias sobre tráfico de drogas na mídia? Aumente a punição. Houve algum caso particularmente repulsante de estupro ou sequestro? Aumente a punição. Nunca se importam em tentar melhorar as políticas sociais, oferecer aos criminosos em potencial alternativas de vida ou investir em medidas de prevenção", observa.
Segundo ele, essas alternativas "não trazem as mesmas promessas de recompensa imediata nas urnas". "'Endurecer contra o crime' sempre cai bem com a sua base política e é certamente um chamariz de votos", afirma.
Penas alternativas
O diretor do Depen afirma que o interesse do governo é reduzir o número de presos e aumentar a aplicação de penas alternativas, além de oferecer programas de ressocialização que permitam a remissão das penas dos condenados e evitem a reincidência após a soltura.
Mas ele observa que grande parte desse esforço depende da Justiça e dos legisladores. "Se os eleitores clamam por mais Justiça, os deputados e senadores não podem ficar alheios a isso. Dar uma resposta à sociedade também é importante para que ela não saia fazendo Justiça com as próprias mãos", observa.
Segundo ele, a prisão também tem um importante aspecto de prevenção ao crime. "O povo teme a prisão, e muitos deixam de cometer crimes porque temem ir para a cadeia", afirma. Entretanto alguns críticos contestam esse argumento e afirmam que, ao invés de prevenir crimes, o aprisionamento em massa pode ter o efeito de elevar a criminalidade.
Um estudo publicado em 2007 por Don Stemen, diretor de pesquisas do Center on Sentencing and Corrections, dos Estados Unidos, argumenta que não existe uma relação direta entre prisões e criminalidade.
Ao analisar dados de diversas pesquisas que tentaram estabelecer essa relação com base em dados americanos, ele aponta que diferentes metodologias e períodos analisados indicaram desde uma redução de 22% no crime com um aumento de 10% nas taxas de encarceramento até um aumento pequeno na criminalidade.
No Brasil, vários indicadores de criminalidade também continuaram aumentando nas últimas duas décadas, apesar das taxas recorde de aprisionamento. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o número total de homicídios no país passou de 31.989 em 1990 para 52.260 em 2010 (aumento de 63%). Na proporção por 100 mil habitantes, houve um aumento de 23% (de 22,2 homicídios por 100 mil habitantes para 27,3 por 100 mil).
'Mentalidade criminosa'
Para Matti Joutsen, do Heuni, é possível que o aumento no número de prisioneiros provoque um aumento na violência. "Os prisioneiros são geralmente soltos na sociedade após alguns anos, e se não há tentativas efetivas de reabilitá-los e de prepará-los para a soltura, eles estarão em sua maioria mais propensos a cometer novos crimes", afirma.
"Afinal de contas, por cortesia do governo, eles acabaram de passar os últimos anos entre um grande número de criminosos, formando novas alianças, aprendendo novas técnicas criminosas, conhecendo novas oportunidades criminais e formando sua 'mentalidade criminosa'", argumenta.
Para ele, "quando os criminosos são soltos de volta para as favelas de São Paulo, do Rio de Janeiro ou de qualquer outro lugar sem um trabalho, sem uma casa e com perspectivas muito ruins, é muito provável que adotem novamente um estilo de vida criminoso", diz.
Joutsen observa que a superlotação e as condições precárias do sistema prisional brasileiro tornam "praticamente impossível" a implementação de qualquer programa de larga escala para promover a ressocialização dos presos.
"Como você ensina uma profissão a uma pessoa, provê educação básica, promove valores básicos e prepara ela para voltar à comunidade em liberdade, pronta para encontrar um emprego, estabelecer uma família, encontrar uma casa e se adequar à sociedade quando o governo já tem restrições em seus gastos e não há aparentemente vontade política de gastar os recursos limitados com os prisioneiros?", questiona.
Para José de Jesus Filho, da Pastoral Carcerária, falta ao governo um plano para reintegração social dos presos. "No final do ano passado, o governo anunciou um plano de US$ 1,1 bilhão para a construção de 42,5 mil novas vagas em presídios, mas não alocou nem um centavo para a ressocialização dos presos", critica.
"O que existem são apenas projetos-piloto, sem a dimensão necessária. Não é uma política universal do Estado", afirma. Para ele, a função do encarceramento em ressocializar o criminoso está sendo deixada de lado, e as prisões no país "são vistas mais como meio de vingança da sociedade e de isolamento das populações mais marginalizadas".
O diretor do Depen afirma que o governo brasileiro "reconhece seus problemas e vem se esforçando por uma política criminal correta, que gere segurança para as pessoas e ajude a ressocializar os presos". "Estamos constantemente em busca de soluções", afirma.
Maiores populações carcerárias
País Nº total de presos Presos por 100 mil habitantes Taxa de ocupação nas prisões
1 EUA 2.266.832 730 106%
2 China 1.640.000 121 n/d
3 Rússia 708.300 495 91%
4 Brasil 514.582 288 184%
5 Índia 372.296 30 112%
6 Irã 250.000 333 294%
7 Tailândia 244.715 349 195%
8 México 238.269 206 126%
9 África do Sul 156.659 307 132%
10 Ucrânia 151.137 334 97%
Fontes: World Prison Brief / Ministério da Justiça do Brasil
A reportagem é de Rogerio Wassermann e publicada pela BBC Brasil, 28-12-2012.
Segundo dados recém-divulgados pelo Ministério da Justiça, o número total de presos em penitenciárias e delegacias brasileiras subiu de 514.582 em dezembro de 2011 para 549.577 em julho deste ano.
Uma das principais consequências desse aumento é a superlotação das prisões, já que novas vagas não são criadas na mesma velocidade que o aumento do número de presos. Em julho, havia um déficit de 250.504 vagas nas prisões do país, segundo os dados oficiais.
Em 1992, o Brasil tinha um total de 114.377 presos, o equivalente a 74 presos por 100 mil habitantes. Em julho de 2012, essa proporção chegou a 288 presos por 100 mil habitantes. No período, houve um aumento de 380,5% no número total de presos e de 289,2% na proporção por 100 mil habitantes, enquanto a população total do país cresceu 28%.
Segundo levantamento feito a pedido da BBC Brasil pelo especialista Roy Wamsley, diretor do anuário online World Prison Brief (WPB), nas últimas duas décadas o ritmo de crescimento da população carcerária brasileira só foi superado pelo do Cambodja (cujo número de presos passou de 1.981 em 1994 para 15.404 em 2011, um aumento de 678% em 17 anos) e está em nível ligeiramente inferior ao de El Salvador (de 5.348 presos em 1992 para 25.949 em 2011, um aumento de 385% em 19 anos).
Se a tendência de crescimento recente for mantida, em dois ou três anos a população carcerária brasileira tomará o posto de terceira maior do mundo em números absolutos da Rússia, que registrou recentemente uma redução no número de presos, de 864.197 ao final de 2010 para 708.300 em novembro dese ano, segundo o último dado disponível.
"Por mais esforço que o Estado faça, não dá conta de construir mais vagas no mesmo ritmo", admite o diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça, Augusto Rossini.
Segundo ele, o crescimento acelerado no número de prisioneiros no país é consequência tão somente do aumento da criminalidade, mas também do endurecimento da legislação penal, da melhoria do trabalho da polícia e da maior rapidez da Justiça criminal.
'Recompensa nas urnas'
Alguns críticos, porém, afirmam que falta ao Executivo e ao Legislativo no Brasil uma vontade política para encontrar saídas alternativas à prisão e evitar o aumento descontrolado no número de prisioneiros.
"A sociedade ainda não pode abrir mão da prisões, mas elas deveriam servir só para conter os criminosos de alto risco", defende José de Jesus Filho, assessor da Pastoral Carcerária Nacional. Para ele, "entre 70% e 80% dos presos" poderiam cumprir penas alternativas, como compensação às vítimas, prestação de serviços à comunidade, vigilância à distância e recolhimento noturno.
"Isso também reduziria a taxa de reincidência e o custo para o Estado de manter tantos presos", diz. "Mas as razões do Estado são políticas, não necessariamente de interesse público, então não há vontade para investir nisso", critica.
Um dos maiores especialistas do mundo no tema, o finlandês Matti Joutsen, faz coro ao argumento. Diretor do Instituto Europeu para Prevenção e Controle ao Crime (Heuni), órgão consultivo da ONU, Joutsen diz que em vários países há "uma vontade em particular dos políticos em encontrar soluções fáceis para problemas vexatórios".
"Seus cidadãos estão preocupados com mais roubos ou assaltos? Aumente a punição. Há mais histórias sobre tráfico de drogas na mídia? Aumente a punição. Houve algum caso particularmente repulsante de estupro ou sequestro? Aumente a punição. Nunca se importam em tentar melhorar as políticas sociais, oferecer aos criminosos em potencial alternativas de vida ou investir em medidas de prevenção", observa.
Segundo ele, essas alternativas "não trazem as mesmas promessas de recompensa imediata nas urnas". "'Endurecer contra o crime' sempre cai bem com a sua base política e é certamente um chamariz de votos", afirma.
Penas alternativas
O diretor do Depen afirma que o interesse do governo é reduzir o número de presos e aumentar a aplicação de penas alternativas, além de oferecer programas de ressocialização que permitam a remissão das penas dos condenados e evitem a reincidência após a soltura.
Mas ele observa que grande parte desse esforço depende da Justiça e dos legisladores. "Se os eleitores clamam por mais Justiça, os deputados e senadores não podem ficar alheios a isso. Dar uma resposta à sociedade também é importante para que ela não saia fazendo Justiça com as próprias mãos", observa.
Segundo ele, a prisão também tem um importante aspecto de prevenção ao crime. "O povo teme a prisão, e muitos deixam de cometer crimes porque temem ir para a cadeia", afirma. Entretanto alguns críticos contestam esse argumento e afirmam que, ao invés de prevenir crimes, o aprisionamento em massa pode ter o efeito de elevar a criminalidade.
Um estudo publicado em 2007 por Don Stemen, diretor de pesquisas do Center on Sentencing and Corrections, dos Estados Unidos, argumenta que não existe uma relação direta entre prisões e criminalidade.
Ao analisar dados de diversas pesquisas que tentaram estabelecer essa relação com base em dados americanos, ele aponta que diferentes metodologias e períodos analisados indicaram desde uma redução de 22% no crime com um aumento de 10% nas taxas de encarceramento até um aumento pequeno na criminalidade.
No Brasil, vários indicadores de criminalidade também continuaram aumentando nas últimas duas décadas, apesar das taxas recorde de aprisionamento. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o número total de homicídios no país passou de 31.989 em 1990 para 52.260 em 2010 (aumento de 63%). Na proporção por 100 mil habitantes, houve um aumento de 23% (de 22,2 homicídios por 100 mil habitantes para 27,3 por 100 mil).
'Mentalidade criminosa'
Para Matti Joutsen, do Heuni, é possível que o aumento no número de prisioneiros provoque um aumento na violência. "Os prisioneiros são geralmente soltos na sociedade após alguns anos, e se não há tentativas efetivas de reabilitá-los e de prepará-los para a soltura, eles estarão em sua maioria mais propensos a cometer novos crimes", afirma.
"Afinal de contas, por cortesia do governo, eles acabaram de passar os últimos anos entre um grande número de criminosos, formando novas alianças, aprendendo novas técnicas criminosas, conhecendo novas oportunidades criminais e formando sua 'mentalidade criminosa'", argumenta.
Para ele, "quando os criminosos são soltos de volta para as favelas de São Paulo, do Rio de Janeiro ou de qualquer outro lugar sem um trabalho, sem uma casa e com perspectivas muito ruins, é muito provável que adotem novamente um estilo de vida criminoso", diz.
Joutsen observa que a superlotação e as condições precárias do sistema prisional brasileiro tornam "praticamente impossível" a implementação de qualquer programa de larga escala para promover a ressocialização dos presos.
"Como você ensina uma profissão a uma pessoa, provê educação básica, promove valores básicos e prepara ela para voltar à comunidade em liberdade, pronta para encontrar um emprego, estabelecer uma família, encontrar uma casa e se adequar à sociedade quando o governo já tem restrições em seus gastos e não há aparentemente vontade política de gastar os recursos limitados com os prisioneiros?", questiona.
Para José de Jesus Filho, da Pastoral Carcerária, falta ao governo um plano para reintegração social dos presos. "No final do ano passado, o governo anunciou um plano de US$ 1,1 bilhão para a construção de 42,5 mil novas vagas em presídios, mas não alocou nem um centavo para a ressocialização dos presos", critica.
"O que existem são apenas projetos-piloto, sem a dimensão necessária. Não é uma política universal do Estado", afirma. Para ele, a função do encarceramento em ressocializar o criminoso está sendo deixada de lado, e as prisões no país "são vistas mais como meio de vingança da sociedade e de isolamento das populações mais marginalizadas".
O diretor do Depen afirma que o governo brasileiro "reconhece seus problemas e vem se esforçando por uma política criminal correta, que gere segurança para as pessoas e ajude a ressocializar os presos". "Estamos constantemente em busca de soluções", afirma.
Maiores populações carcerárias
País Nº total de presos Presos por 100 mil habitantes Taxa de ocupação nas prisões
1 EUA 2.266.832 730 106%
2 China 1.640.000 121 n/d
3 Rússia 708.300 495 91%
4 Brasil 514.582 288 184%
5 Índia 372.296 30 112%
6 Irã 250.000 333 294%
7 Tailândia 244.715 349 195%
8 México 238.269 206 126%
9 África do Sul 156.659 307 132%
10 Ucrânia 151.137 334 97%
Fontes: World Prison Brief / Ministério da Justiça do Brasil
Vereadora Sofia Cavedon
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Do destino das cidades e da cidadania - Por Sofia Cavedon
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Em 2013 novos governos assumem em todas as cidades do país. Se engana quem acha que seus destinos são individuais e atomizados, que as eleições respondem a processos específicos e autônomos apenas. É ...
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Marina Paula, Paulo Furtado e Dra. Carina (Advogada e proprietária da Transportes Carisul) na posse dos Vereadores na Casa do Povo
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