sábado, 29 de abril de 2017

O Preço de Uma Raça

Pão com Mortadela e Trinta Reais. O Preço de Uma Raça.


Meus Amigos e Minhas Amigas.
Práticas perversas da escravidão estão sendo recriadas, de maneira torpe e pós-modernizada, pelos proprietários dos pretos e pretas de ganhos dos movimentos negros.

Os proprietários dos pretos, dos movimentos negros, por uma hedionda coincidência com seus iguais do tempo do cativeiro, têm a cor da pele branca. São os caciques politiqueiros, os dirigentes dos diretórios partidários e das centrais sindicais, parlamentares da esquerda e da direita, diretores das seccionais da OAB, secretários de governo, governadores, prefeitos e presidente da república.

Uma dessas práticas perversas da escravidão – a mais cruel – é arregimentação de pessoas negras pobres, do interior e das periferias para promoverem piquetes de greves, manifestações e protestos politiqueiros sem quaisquer objetivos ideológicos.  Essas pessoas são gananciosamente caçadas, em seus próprios habitats, pelos capitães do mato pós-modernos e pretos de ganho dos movimentos negros, para servirem às necessidades escusas dos seus patrões e sinhazinhas.

O mais sórdido é o preço que pagam a essa gente. É o que está acontecendo para greve geral deflagrada para a Sexta Feira, 28/04. – O pessoal da CUT tá convocando a negaiada pra esculachar na greve geral. Vai rolar um qualquer de trinta merreca e um sanduba de mortadela. – Comemorou um jovem negro no trem, do Ramal de Saracuruna, nessa Quinta. Trinta Reais e um pão com mortadela. É o que oferecem a uma raça.

É de se lamentar que, em pleno final da segunda década do Século XXI, ainda hajam comprovadamente proprietários de negros e negras no Brasil. Causa repulsa ver aquela velha e conhecida turminha dos movimentos negros se regozijar na condição de propriedades de partidos políticos, caciques politiqueiros e de entidades sindicais. Entidades sindicais que na verdade nada mais são do que gigolôs dos trabalhadores pobres.

As práticas perversas da escravidão são as ações malignas que os movimentos negros ressuscitaram, por meio da sua promiscua servidão aos seus proprietários. Há uma notória semelhança entre as formas de escravidão com as formas com que os movimentos negros lidam com a negritude, tendo como foco a Causa Negra e a Causa Quilombola.
 
Pretos de Ganho na Escravidão – Escravos que, sob às ordens dos patrões e das sinhazinhas, exerciam funções de barbeiros, engraxates, lavadeiras, prostitutas; também saiam para vender produtos nas ruas, tais como doces, salgados, refrescos, temperos, café torrado, entre outros.

Pretos de Ganho dos movimentos negros –  Vendilhões da Raça e gigolôs de Quilombolas que, em troca de dinheiro e de cargos públicos, submetem-se à servidão dos partidos políticos, centrais sindicais, gabinetes de politiqueiros, secretaria dos governos e, até mesma da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil. Vendem a Causa Negra e a Causa Quilombola mascarados nas famigeradas Comissões, Secretarias e Coordenações da Igualdade Racial; Coordenações, Secretarias, Núcleos e Comissões de Defesa dos Negros. Órgãos e entidades que só existem para abrigarem os pretos e pretas de ganhos, como recompensa pelos serviços prestados aos seus patrões e sinhazinhas. Existem também para justificar a presença de negros em seus governos.

Capitães do Mato na Escravidão – Empregado público da última categoria encarregado de reprimir os pequenos delitos ocorridos no campo. Na sociedade escravocrata do Brasil, a tarefa principal ficou a de capturar os escravos fugitivos.

Capitães do Mato Pós-moderno dos Movimentos Negros – Líderes e militantes dos movimentos negros, que percorrem Quilombos, comunidades e periferias, onde é grande o contingente negro pobre, arregimentando esses infelizes para suas práticas mercadoras e politiqueiras. 

Mucamas na Escravidão – Criadas; mulheres negras e jovens que auxiliavam suas senhoras com os afazeres domésticos ou servindo de companhia em passeios.

Mucamas de gabinetes, dos movimentos negros – Ministras, secretárias disso e daquilo envolvendo a Causa Negra e a Causa Quilombola, que aprecem em fotos oficiais dos governos para justificar a presença de uma figura da negritude nesse governo. São também, blogueiras que criticam pejorativa e maldosamente as passistas das escolas de samba, mas frequentam partidos políticos e gabinetes dos governos passando-se por Quilombolas. E faturam empregos públicos e uma graninha com isso.

Cais do Valongo na Escravidão – Local de desembarque e comércio de escravos, na zona portuária do Rio de Janeiro, construído em 1811, e redescoberto por meio de escavações, em 2011, durante as obras de revitalização da zona portuária. Nesse local aconteciam as maiores atrocidades contra os negros e negras chegados nos bojos dos navios negreiros. Os negros e negras que chegavam doentes e debilitados eram jogados vivos ao mar.

Uma outras dessas atrocidades, era a prática de pedofilia e estupros de meninos e meninas negras, segundo narrou o jornalista Teóphilo Otoni (1807/1869) – Quantos horrores diante das promiscuidades com que as “peças” (os negros e negras) são avaliados, com suas genitálias expostas, fedidos, enlameados de suas próprias fezes. Rebentos recém-nascidos, esqueléticos, agarrados as tetas das tétricas negras mães sugam o leite materno inexistente. Negras mães com as faces estampadas pela dor.

Continua Teóphilo Otoni – Mesmo assim, diante daquele quadro de horrores, certos comerciantes do Largo do Rocio, compram as negrinhas e os negrinhos, de 10, 11 e 12 anos, para a satisfação lascivas suas próprias e também de padres, de fazendeiros e de oficiais de patentes da guarda imperial. Negros pais e negras mães, sob o estalar das chibatas no lombo, choraram pelos filhos arrancados dos seus braços. É um dos quadros mais medonhos que os meus olhos já presenciaram. –Quer dizer, violências sexuais – estupros –  eram cometidos contra crianças negras, a partir daquele hediondo local.

O lugar, na verdade, um ancoradouro, recebeu os milhares de escravos traficados da África, até então desembarcados para venda e leilão na Rua Direita, atual Primeiro de Março. Humilhações, chibatadas, descarte dos doentes jogados de volta ao mar, estupros de jovens e mulheres africanas – todos trazidos em condições sub-humanas nos navios negreiros. –  Aquele ancoradouro, na Gamboa, representou para a escravidão negra no Brasil o que há de mais sórdido e cruel. Era o circo dos horrores que tinha com picadeiro o Valongo.  – Disserta o professor e historiador negro, Israel de Paula.

Cais do Valongo na visão dos movimentos negros – Uma das grandes aberrações dos movimentos negros é a inexplicável adoração, reverencia e sagração a esse templo dos horrores. Sem propostas, programas e projetos que legitime as necessidades efetivas da Causa Negra, os movimentos negros fluminenses numa ação insana, incoerente e de total falta de bom senso, passaram a cultuar o Cais do Valango como se fosse um templo sagrado da negritude.  Ali acontece roda de samba, cultos de matrizes africana, roda de capoeira e outras apresentações da cultura afro-brasileira, num paradoxo indescritível. Uma afronta imoral aos que foram arrancados da África e, ali, desembarcados como uma sub-raça.

Como adorar e reverenciar o agônico palco de tamanha tragédia, que foi o desembarque de africanos trazidos a ferro e a chibata para serem escravos numa terra desconhecida? Por que tamanha sagração a um palco tão vil e hediondo? As respostas estão mergulhadas na insensatez e na hipocrisia sem medida daquela velha e conhecida turminha dos movimentos negros.

Reviver – nos tempos atuais –  as sórdidas práticas da escravidão, conforme as descritas a cima, traz à luz dos fatos que algo precisa ser feito para frear as incoerências e insensatez dos movimentos negros. Arregimentar negros e negras, pobres, necessitados, valendo-se das suas fragilidades sociais para usá-los como ferramenta de barganha e marionetes, de pseudos movimentos sociais, é trágico e cruel. E os movimentos negros desempenham muito bem esse hediondo papel de capitães do mato pós-moderno. Mais trágico ainda é o preço que pagam a esses infelizes: pão com mortadela e Trinta Reais.

O que nos consola, é que esse preço é superior ao que realmente vale aquela velha e conhecida turminha dos movimentos negros.
Ou capitães do mato pós-modernos.
Ou mucamas de gabinetes.
Ou pretos de ganho da atualidade.
É tudo a mesma coisa.

Abraços a todos.

Flávio Leandro
Cineasta, Professor de Produção Audiovisual, Professor de Produção Teatral.
 
 

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