quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Nota da Unegro

Nota ao povo brasileiro
Após a realização da Conferência Mundial da ONU contra o racismo, em 2001, vimos reforçando e ampliando as denúncias de que o racismo é estrutural, contaminando não só elementos da sociedade, mas também as instâncias dos governos. Portanto, transversaliza-se institucionalmente, por meio das relações de poder e nas articulações políticas, sociais, econômicas e culturais das sociedades, Estados e governos. Dessa forma, apoiamos a iniciativa do Ministério da Saúde ao lançar campanha específica para combater o racismo nas esferas da saúde pública. Setor que ainda hoje a população negra vivencia um drama quase invisível para quem não é a vítima dessa logística ruim. Não podemos esquecer, portanto, que a população negra brasileira é quase 51%, e as mulheres negras continuam sendo maioria entre as vítimas de violência e o desrespeito dos seus direitos. A juventude negra, por sua vez, continua sendo a maioria entre os jovens que sofrem da agressão pelos órgãos de segurança. Ainda temos muitas pessoas morrendo de agravos sem diagnóstico, pois a ausência de um acolhimento humanizado ainda exclui muitas pacientes dos serviços públicos de saúde. Alguns profissionais da área dedicam menos tempo para um(a) negro(a) na hora da consulta médica e dos exames. Precisamos lembrar também que é papel dos órgãos públicos de governo educar a população para a redução das desigualdades, porque saúde não é apenas o medicamento e o médico. Saúde é qualidade de vida, associada ao bem-estar e à cidadania.  Além do que, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu, por unanimidade, a legitimidade da adoção das Ações Afirmativas nas políticas públicas de educação. Agora, queremos que o Estado brasileiro, com base no artigo 3º da Constituição Brasileira, inclua essas ações afirmativas no setor da saúde, estratégicas para a eliminação das desigualdades sociais e raciais. Porém, queremos avançar não só com a Portaria 992/2009, que institui a Política Nacional de Saúde Integral para a População Negra, mas principalmente, que o SUS torne corriqueira a inserção, o acolhimento e a assistência transversal e integral da população negra brasileira.
Assim, apoiamos a campanha Racismo faz Mal à Saúde, criada pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Direitos Humanos. Convocamos a adesão a essa campanha aqueles que só têm o serviço público de saúde como única alternativa nas horas mais difíceis da vida, que é a hora da doença. 
Racismo faz mal à saúde. Denuncie!
UNEGRO-UNIÃO DE NEGROS PELA IGUALDADE

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