terça-feira, 1 de junho de 2010

Copa de 1974 Carrocel Holandês


Copa de 1974, Alemanha (13 de junho a 7 de julho)
Redação Yahoo! Brasil - seg mai 31, 2010 5:40 PM BRT
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.Por AFP



A Fifa, que contava com um novo presidente, o brasileiro João Havelange, decidiu aproveitar a infraestrutura dos Jogos Olímpicos de Munique, de 1972, e escolheu para a sede da Copa de 1974 a República Federal da Alemanha. Pela primeira vez, a televisão mostrou ao vivo todas as partidas, o que representou um imediato êxito comercial, uma característica que não mais abandonaria a competição, apesar de muitos criticarem o crescente caráter mercantilista em detrimento do esporte.

Dos 16 países que participaram da Copa, o Zaire foi o primeiro a representar a África negra, a Austrália estreou pela Ásia-Oceania e o Haiti substituiu o México pelas Américas do Norte e Central.

A Holanda foi a grande revelação. Assombrou a todos com seu "futebol total", que ficou mais conhecido como o "Carrossel Holandês", uma revolução que consistia em que todos os jogadores atacassem e defendessem, à imagem e semelhança do Ajax de Amsterdã, equipe que foi tricampeã europeia nos anos de 1971, 72 e 73. Liderando esta seleção arrasadora, estava Johan Cruyff, que todos esperavam ver em ação contra o "kaiser" Frank Beckenbauer.




A primeira fase teve uma partida considerada de alto risco, disputada pelas duas Alemanhas, em que a Oriental venceu por 1 a 0 com jogadas primárias, mas corajosas. Outra grande surpresa foi a eliminação da Itália, que havia chegado invicta ao Mundial e que teve de voltar para casa na primeira fase, depois de perder por 2 a 1 para a Polônia.

Crises de nervos

A Polônia, conduzida por jogadores que não paravam de se movimentar em campo, como Grzegorz Lato - o artilheiro do Mundial, com sete gols -, Robert Gadocha, seu companheiro na lateral esquerda, ou o meio-campista Kazimierz Deyna, conseguiu chegar ao terceiro lugar às custas de um Brasil sem Pelé e que não mostrou sequer a sombra da seleção da Copa de 70.

Os conjuntos sul-americanos, que contavam com bons jogadores, mas careciam de poder de penetração, passaram maus momentos neste Mundial: o Uruguai e o Chile foram eliminados na primeira fase. Já a Argentina, apesar de passar para a segunda fase, acabou obtendo resultados medíocres.

Na final, enfrentaram-se, como previsto, as duas favoritas, Holanda e Alemanha Ocidental. A partida, disputada em Munique, começou com Cruyff derrubado na grande área pelo alemão Berti Vogts, cuja missão era ser a sombra do astro holandês. Neeskens converteu o pênalti e tudo parecia correr bem para a "Laranja Mecânica".

Mas os alemães contavam com armas infalíveis e muita coragem. Breitner empatou de pênalti e Gerd Muller marcou no minuto 43 do primeiro tempo, o segundo gol, uma vantagem que a Alemanha soube conservar para inscrever seu nome pela segunda vez na história do Mundial. Cruyff acabou jogando mal, ao contrário de Beckenbauer, que conduziu com firmeza sua seleção até o alto do pódio.

VOCÊ SABIA?

Federação: Fundadas novas federações - Guiné-Bissau e Ilhas Virgens Britânicas.

Novo troféu: Os 16 finalistas competiam pelo novo troféu "Fifa Copa do Mundo", depois que, no México, o Brasil se tornou dono permanente da Taça Jules Rimet. A nova taça, do escultor italiano Silvio Gazzaniga, é de ouro maciço de 18 quilates, com 36cm de altura e 5kg de peso.

Azar: Noventa países participaram da fase de classificação para 14 vagas. A Bélgica não perdeu nenhuma partida, nem sofreu nenhum gol, mas ficou fora, superada pela Holanda no saldo de gols.

Nova fórmula: O comitê organizador desenhou também um novo formato para a Copa do Mundo. Depois da primeira rodada, em quatro grupos, os dois primeiros de cada um passariam a formar dois novos grupos de quatro. Os ganhadores disputariam a final.

Novo chefe: A Fifa havia eleito também um novo presidente, o brasileiro João Havelange, primeiro sul-americano nesse cargo, em sucessão ao britânico Stanley Rous.

Solitária: A Escócia foi a única nação britânica a se classificar para a Copa do Mundo, mas foi eliminada na primeira fase, pelo critério de saldo de gols.

Estreias: Quatro países participaram pela primeira vez de uma Copa: Haiti, Zaire, Alemanha Oriental e o primeiro representante da Oceania, a Austrália.

Alemanha não jogou: Também pela primeira vez, o país anfitrião não jogou na abertura da Copa. O então campeão, o Brasil, fez as honras, numa partida violenta contra a Iugoslávia, em que o árbitro marcou 46 faltas, e que terminou em 0 a 0.

Goleiros: A Iugoslávia triturou o Zaire por 9 a 0. A equipe africana foi a primeira a substituir seu goleiro em uma Copa, trocando Muamba Kazadi (que já estava cansadíssimo de tanto apanhar a bola no fundo das redes) por Dimbi Tubilandu.

Recorde: O goleiro italiano Dino Zoff estendeu a 1.143 minutos seu recorde sem sofrer gols em jogos oficiais, até que foi superado pelo atacante haitiano Sanon. A Itália ganhou por 3 a 1.

Expectativa máxima: A primeira partida histórica entre as Alemanhas Ocidental e Oriental foi disputada em Hamburgo, diante de 58.900 espectadores. Os orientais ganharam por 1 a 0, gol de Jurgen Sparwasser, aos 77 minutos de jogo.

Primeira defesa: A Polônia perdeu a chance de ir à final ao ser derrotada pela Alemanha Ocidental por 1 a 0. O goleiro polonês Jan Tomaszewski foi o primeiro a defender um pênalti numa Copa do Mundo.

Críticas: Os jogadores brasileiros foram criticados pela imprensa de seu país, ao perderem o terceiro lugar para a Polônia (1 a 0).

Torpedeiro: Gerd Muller marcou quatro gols, elevando a 14 sua conta pessoal em Copas do Mundo e se tornando o maior goleador das Copas até 2006, quando foi superado pelo brasileiro Ronaldo.

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Fonte: Yahoo

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