terça-feira, 1 de junho de 2010

Copa da Argentina de 1978



Copa de 1978, Argentina (1 a 25 de junho)
Redação Yahoo! Brasil - 32 minutos atrás
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.Por AFP



Política e futebol voltaram a dar as mãos no Mundial de 1978. A Argentina vivia em plena ditadura militar e muitos países ameaçaram boicotar o torneio, o que no fim das contas acabou não acontecendo, ainda que alguns jogadores, entre eles o astro holandês Johan Cruyff, tenham se recusado a participar, em protesto contra as violações dos direitos humanos cometidas pela Junta Militar argentina.

Os militares criaram a Entidade Autárquica Mundial 78, orçada em 520 milhões de dólares – quatro vezes mais do que no Mundial da Espanha, em 1982. Construíram três estádios – Mar del Plata, Córdoba e Mendoza – e outros três foram ampliados. Os militares conseguiram inclusive um cessar-fogo com o grupo dos Montoneros (guerrilheiros que lutavam contra o Governo) para assegurar a tranqüilidade dos turistas e jornalistas durante a Copa.

Mesmo cuidado com a equipe nacional. O cargo de treinador ficou para César Luis Menotti, que em quatro anos formou uma seleção ofensiva, digna das melhores tradições do futebol argentino, com craques como o centroavante Mario "Matador" Kempes, o ponta Osvaldo Ardiles e o zagueiro Daniel Passarella, capitão do time. De fato, este foi o trio que brilhou no Mundial.



Holanda volta a perder

Na primeira fase, algumas surpresas, como a Áustria, que chegava a uma fase final depois de 20 anos de ausência, e o Peru, que confiou em jogadores experientes como Teófilo Cubillas e Hugo Sotil, remanescentes do time de 1970. As duas seleções passaram à segunda fase, em que dois grupos de quatro equipes disputavam a classificação para a final. Em contrapartida, Espanha, França e Escócia, que estavam confiantes, voltaram logo para casa.

A Holanda não teve grandes problemas para se desfazer dos rivais e conseguir um lugar na final, enquanto que a Argentina precisava, após vencer a Polônia e empatar com o Brasil, golear o Peru por, pelo menos, 4 a 0. A partida terminou com uma goleada de 6 a 0 para os donos da casa, um resultado que causou polêmica, levantando a suspeita de que os jogadores peruanos teriam facilitado a derrota.

E assim chegou a tão esperada final para os argentinos, que lotaram o Estádio Monumental, em Buenos Aires, para gritar como nunca pela seleção nacional contra os holandeses. Kempes – herói e artilheiro do Mundial, com seis gols –- começou marcando, mas os holandeses empataram a poucos minutos do fim da partida. Já na prorrogação, novamente Kempes e Daniel Bertoni, mais tarde, garantiram a vitória contra a seleção laranja.

O país inteiro festejou. Depois de 48 anos e nove mundiais, a Argentina conseguia uma vitória cujo mérito nem uma série de irregularidades e uma arbitragem muito generosa conseguiram reduzir.

VOCÊ SABIA?

Contratempo: Em plena ditadura militar na Argentina, a organização do Mundial não esteve isenta de contratempos. O primeiro dirigente da Entidade Autárquica Mundial 78 (EAM'78), o general Actis, era partidário da moderação, o que não satisfazia a um dos militares da Junta que comandava o país, o almirante Massera. Actis morreu num atentado e foi substituído por um colaborador de Massera.

Trégua: Massera viajou a Paris em 1977, para se reunir com o líder dos Montoneros (grupo guerrilheiro), Mario Firmenich, e convencê-lo de que era necessária uma trégua durante o Mundial. Nada vazou daquela reunião, mas muitos líderes montoneros morreram depois da entrevista e sua única testemunha, a funcionária da embaixada da Argentina na França Elena Holmberg, foi seqüestrada e assassinada depois do Mundial.

Saia justa: Contam que um jogador holandês perguntou a um jornalista argentino durante uma reportagem "onde estavam os campos de concentração".

Bola: Foi utilizado um novo modelo, "Tango", com desenhos mais dinâmicos.

Ambição: A Escócia tinha feito um giro pela América do Sul com muito sucesso no ano anterior. Segundo o treinador escocês, Ally MacLeod, a equipe era capaz de vencer todos os seus adversários. Outra vez, os escoceses eram os únicos representantes da Grã-Bretanha.

Estréia: Dois países, Irã e Tunísia, fizeram sua estréia numa Copa do Mundo. A Tunísia foi a primeira seleção africana a ganhar uma partida em Copas, ao derrotar o México por 3 a 1, de virada.

Rapidez: Bernard Lacombe, da França, conseguiu o segundo gol mais rápido em Copas do Mundo, aos 36 segundos, contra a Itália, em outra partida do Grupo 1. Mas a Itália se recuperou e terminou ganhando por 2 a 1.

Esquecimento: Os franceses venceram posteriormente a Hungria, após serem ameaçados pelo árbitro de expulsão coletiva por terem esquecido suas camisas. A polícia argentina encontrou no estádio as camisas de uma equipe local de segunda divisão e, com elas, a França ganhou por 3 a 1.

Doping: A Escócia perdeu por 3 a 1 para o Peru em seu primeiro jogo. Para piorar, o zagueiro Willie Johnston teve resultado positivo em um exame antidoping e foi enviado de volta para a Escócia.

Volta: Os escoceses se recuperaram com uma surpreendente vitória por 3 a 2 sobre a Holanda, mas terminaram eliminados pelo saldo de gols. Nessa partida, o gol do holandês Resenbrink foi o de número mil marcado em Copas do Mundo.

Lá e cá: Na partida Holanda x Itália, o holandês Erny Brandts se tornou o primeiro jogador a marcar um gol contra e um a favor para uma seleção em um mesmo jogo. A Itália precisava da vitória e o gol contra de Brandts, aos 18 minutos do primeiro tempo, abriu suas esperanças. Mas o próprio Brandts empatou no segundo tempo e Hann fez o da vitória holandesa pouco depois.

Polêmico: O árbitro galês Clive Thomas ganhou notoriedade ao apitar o final da partida no mesmo instante em que o brasileiro Zico marcava de cabeça o que seria o gol da vitória do Brasil contra a Suécia. Thomas, que apitou o fim do jogo com a bola no ar, na cobrança de um escanteio, anulou o gol e o jogo terminou 1 a 1.

Estrangeiro: Mario Kempes, do Valencia, da Espanha, era o único jogador da seleção argentina que atuava em um clube estrangeiro.

Vantagem estranha: A Argentina iniciou sua última partida da segunda fase, sabendo – porque atrasaram o começo do jogo – que precisava derrotar o Peru por três gols para empatar com o Brasil e por quatro para passar às finais. O Peru pareceu "morto de véspera" e a Argentina terminou goleando por 6 a 0.

Onipresentes: O Brasil – que havia empatado em 0-0 com a Argentina – foi o primeiro país a lutar pelo terceiro lugar em duas Copas consecutivas e derrotou a Itália por 2 a 1, terminando como a única seleção invicta no Mundial-78, com a Argentina sendo campeã.

Campeã: A Argentina se tornou a terceira nação sede dos últimos quatro Mundiais a ganhar a Copa do Mundo.

Fundadas as federações de: Ilhas Salomão, Moçambique e Omã.

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Fonte: Yahoo

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