terça-feira, 13 de outubro de 2009

Livro


Resistência atrás das grades
de Maurice Politi.- Plena Editorial / Núcleo Memória
208 páginas




Lançamento em São Paulo : 24 de outubro de 2009 – a partir das 11 horas
Memorial da Resistência – Largo General Osório. 66 - Luz





Resumo da obra: Trata-se de uma obra que contém um diário escrito por ocasião da Greve de Fome que um grupo de presos políticos em São Paulo levou a efeito entre 9 de Junho e 11 de Julho de 1972 que muito pouca gente conhece e da qual quase que não há registro.
Esta greve de fome foi realizada como uma forma de resistir aos planos que tinham as autoridades da época de dividir os presos políticos em vários pequenos grupos levando-os para diversas cadeias do Estado. Ela teve duas fases.
A primeira foi de 5 dias (entre os dias 12 e 17 de maio) na cidade de São Paulo com a participação de 34 homens e 13 mulheres nos presídios Tiradentes , Casa de Detenção e Penitenciaria do Carandiru . A segunda com a participação de 32 homens somente se realizou em dois Presídios: a Penitenciaria do Carandiru e a penitenciaria de Presidente Venceslau aonde o autor estava, transferido de São Paulo em conjunto com os três freis dominicanos e mais dois companheiros , sendo que o diário foi escrito lá, acompanhando dia a dia, o que acontecia .
Esta segunda fase durou 33 dias e não foi vitoriosa, já que os presos em São Paulo continuaram separados até o ano de 1976.
Após intensa pesquisa sobre o assunto, basicamente nos Arquivos de SP (DEOPS) e também no Arquivo Nacional (Rio e Brasília), foram encontrados vários documentos que enriquecem o diário, pois mostrará também a opinião e os documentos das autoridades da época a respeito da política carcerária sobre presos políticos que se “atreviam” a resistir mesmo estando presos.
O livro também revela pela primeira vez o papel que teve um grupo de religiosos denominado “O Grupo das Sextas Feiras” nas discussões internas da Igreja que caracterizaram este período.
Finalmente a obra traz à luz as posições existentes dentro dos presídios politicos a respeito da resistência dos presos às arbitrariedades cometidas por aquelas autoridades que comandavam a política carcerária da época.

A obra contém 5 capítulos, sendo que o ‘miolo” é naturalmente o diário em si. Como capítulos adicionais o livro contem além de uma introdução pessoal , uma resenha histórica que explica o desenrolar dos acontecimentos até a eclosão da greve , comentários adicionais sobre o papel da Igreja e finalmente um epílogo que trata de analisar esta greve do ponto de vista político hoje.

O prefacio foi escrito pelo Dr. Mario Simas, ativo advogado militante na área de Direitos Humanos e defensor de vários presos políticos na época da ditadura militar. O posfácio , escrito por Manoel Cyrillo, ex guerrilheiro e preso político, também faz uma analise pessoal do livro .
A obra traz como anexos transcrição de documentos oficiais encontrados nos arquivos e fruto de arquivo pessoal assim como uma importante iconografia, alem da bibliografia.



Apresentação – 4ª de capa


Este livro conta parte importante da história da ditadura militar sob o ponto de vista dos presos políticos, homens e mulheres, que continuaram sua luta dentro das prisões políticas sem se render ao inimigo.



A partir de um diário de greve de fome, escrito numa cela da enfermaria da Penitenciária Regional de Presidente Venceslau, extremo oeste de São Paulo , em 1972, feita para impedir a separação e a repressão dos combatentes encarcerados, é contado o cotidiano das pessoas presas por um Estado que sequer admitia a existência de presos políticos.

Resgatado 37 anos depois e transcrito na íntegra, tal qual foi escrito na época, somam-se a esse diário vários documentos importantíssimos, nunca antes publicados ou que nunca foram analisados adequadamente, para entender o que movia os repressores na sua sanha e quem eram os militantes contra a ditadura.



A lógica da repressão e as muitas tentativas de quebrar a determinação de continuar o combate, mesmo presos, contra um regime ilegal e ilegítimo surgem nitidamente neste livro, que desnuda as diferenças políticas daquelas pessoas nas mãos do inimigo.

Resistência atrás das grades é um retrato fiel de uma época cruel. Acima de tudo, este livro mostra que a generosidade de uma geração de brasileiros foi maior do que a barbárie do terrorismo de Estado, implantado com o golpe de Estado em 1964.





O Autor




Maurice Politi, nascido no Egito e orgulhoso de ser brasileiro, filho de judeus fugidos da intolerância do Oriente Médio, militante esquerdista com claro senso de justiça e direitos, preso, torturado, mantido preso por quatro anos seguidos e expulso do país pela ditadura militar, tem em sua história a síntese de tudo o que foi nosso país durante os tempos sombrios de repressão política.



Obrigado a viver fora de seu país e longe de seu povo, rodou o mundo para retomar sua vida normal e voltou ao Brasil. Nunca deixou o passado ser esquecido ou tornado insignificante.



O jovem Maurice participou da greve de fome de alguns dos presos políticos de São Paulo , em 1972, e fez um detalhado diário de todo o processo que levou a um protesto inicial de seis dias sem ingerir alimentos, seguido de outro de 33 dias de luta contra a repressão nas prisões políticas.


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