

Opinião] Histórias de de dentro de campo (parte 3: zagueiros)
01 de Outubro de 2009 14:42
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Por Celso Unzelte, colunista do Yahoo! Esportes
Histórias envolvendo zagueiros não faltam, sejam eles clássicos, como Mauro Galvão, ou truculentos, como a dupla de vascaínos Brito e Fontana. Nesta semana, é a eles que dedico o espaço desta coluna. Na semana que vem, chega a vez dos laterais-esquerdos.
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A história a seguir já causou muita polêmica. Tem gente, entre eles o respeitabilíssimo jornalista Sérgio Cabral, que jura que Pelé jamais diria tal coisa. A ela, acrescento a minha versão, a partir de uma entrevista que fiz com o próprio Rei do Futebol.
Vasco e Santos jogavam no Maracanã, pelo falecido Torneio Rio-São Paulo, em 1963. Diz a lenda que a dupla de área vascaína era formada pelos truculentos Brito e Fontana. Fontana, na verdade, não jogou. Naquele dia, o parceiro de Brito era Joel.
A lenda também diz, e isso é verdade, que até faltarem dois minutos para o final o jogo estava 2 a 0 para o Vasco. Isso fez a dupla de zaga vascaína, formada por Brito e seja lá quem for, criar coragem para tirar um sarro do Rei.
“Ué, fulano”, teria perguntado um dos zagueiros ao outro, em alto e bom som, justamente para Pelé ouvir. “O Rei não veio hoje?” “Acho que não”, respondeu o outro zagueiro, dando sequência à provocação. “Mas não disseram que tinha um Rei jogando por aí?”
Então, quando faltavam dois minutos, Pelé marcou um gol. E logo em seguida, quando só faltava um minuto, Pelé marcou outro, empatando a partida — e isso NÃO é lenda. Pode ser comprovado na ficha técnica daquele jogo de 16 de fevereiro de 1963. Pelé, então, teria ido buscar a bola no fundo do gol vascaíno para entregá-la nas mãos de um dos zagueirões desaforados e dito em seguida: “Toma, manda pra tua mãe. Diz que foi o Rei que mandou”.
Como já escrevi acima, tive a oportunidade de perguntar tudo isso a Pelé, pessoalmente, durante uma entrevista. Ele deu muita risada e respondeu: “Eu só não falei essa parte sobre a mãe do cara...”
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Essa é Paulo Roberto Falcão, cracaço dos anos 70 e 80 e hoje comentarista esportivo, quem não se cansa de contar. Também diz respeito a um zagueiro, o clássico Mauro Galvão, que foi ídolo por onde passou: Inter, Bangu, Botafogo, Grêmio, Vasco...
Falcão se lembra de um dos primeiros treinos ao lado de Mauro Galvão, então um garoto de 17 anos que chegava para tentar a sorte no Beira-Rio. O zagueiro jogava tão bonito, mas tão bonito, que quando perdeu um gol feito por excesso de requinte, e Falcão mandou que ele desse de bico, retrucou, sem nenhuma maldade: “Onde fica o bico, Paulo?” Falcão, outro jogador tão clássico quanto Mauro Galvão, não respondeu nada. Porque também não sabia onde esse tal de bico ficava.
Jornalista e pesquisador, Celso é professor de jornalismo e comentarista do canal ESPN Brasil, no qual participa do programa “Loucos por Futebol”. Também colabora com especiais para as revistas Placar e Quatro Rodas. Celso escreve semanalmente para o Yahoo! Esportes . Contato: celsounzelte@yahoo.com.br
Fonte: Yahoo
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