segunda-feira, 6 de julho de 2009

Brigada x Torcedores do Grêmio



04 de julho de 2009 | N° 16020AlertaVoltar para a edição de hojeGRÊMIO
Como nasceu a confusãoTorcedores que foram impedidos de entrar no Olímpico minutos antes da partida entre Grêmio e Cruzeiro, a partir de segunda-feira poderão recuperar o dinheiro ou trocar o ingresso por entradas para os jogos contra Atlético-PR e Corinthians. Sobre o tumulto de quinta, o Grêmio garante que tinha espaço no estádio. A Brigada Militar (BM) alega que não havia lugar para todos.

Quem fechou os portões?

A Brigada Militar. O Major Vieira, coordenador do evento, observava do gramado o ritmo de ocupação do estádio. Ele falava com outro policial que acompanhava o sistema de monitoramento do clube. Além do visual, sabia pelo rádio o número de torcedores que ingressavam no estádio. Conforme a lotação, solicitava o fechamento dos setores. Primeiro, foi impedida a entrada no portão 10, depois no 13 e 16. Depois, o acesso foi possível somente nos anéis superiores – portões 2, 6, 14 e 15. Até que todos foram fechados.

– Tinha mais gente querendo entrar do que a capacidade – informou Silva, com base nas observações do major Vieira.

– Tenho convicção de que fizemos o certo para evitar uma tragédia – afirmou o tenente-coronel Silanus, comandante do BOE, responsável pelo policiamento no jogo.

O que causou o tumulto?

O remanejo de torcedores sobrecarregou os acessos. Assim que o portão 10 fechou, os gremistas correram para o portão 13. Quando esse foi trancado, novo deslocamento, desta vez para o 16. E seguiu assim. Como os portões do Olímpico não têm balizamentos físicos (torcedores chegam direto à roleta), os mais desesperados forçaram a entrada. Aqueles sem ingresso, se misturaram à multidão. Irritados, alguns torcedores jogaram garrafas e latas ou forçaram as grades.

Havia ingressos a mais?

O Grêmio diz que não. O borderô divulgado aponta público total de 44.920 torcedores, abaixo da capacidade do Olímpico (46 mil, segundo o clube). Foram previstos 21 mil lugares para os 22 mil sócios com acesso liberado. Outras 20 mil entradas foram comercializadas para demais sócios e torcedores, incluindo os do Cruzeiro (receberam 2 mil lugares e ocuparam mil).

De acordo com Felipe Keunecke de Oliveira, responsável pelo Juizado Especial Criminal do Olímpico, se as pessoas tivessem entrado, poderia acontecer o que houve há 20 anos, na Inglaterra (quando 90 pessoas morreram esmagadas contra cerca do Estádio Hillsborough em partida da semifinal da Copa da Inglaterra entre Liverpool e Nottingham Forest, em 15 de abril de 1989).

– A BM evitou o pior – afirmou.

A Brigada abusou da força?

A BM disse que a cavalaria foi usada apenas nos portões onde havia exaltados. Para evitar depredação, os cavalos eram posicionados entre a grade e as pessoas no pátio. A BM também queria evitar que mulheres e crianças fossem esmagadas nas grades dos portões. O Grêmio disse que seus funcionários foram atropelados. Segundo o comandante do Policiamento da Capital, coronel Jones Calixtrato, queixas podem ser feitas no Batalhão de Operações Especiais.

Qual o balanço de feridos e depredações?

Funcionários do Grêmio trocaram ontem a porta do Quadro Social, quebrada na confusão. Segundo eles, não houve depredação de equipamentos.

A BM contabiliza 10 policiais e dois cavalos feridos, duas viaturas e duas motos depredadas. No posto da 2ª DP localizado no Olímpico foram registradas cerca de 50 ocorrências – 10 vezes mais do que a média normal. Casos de lesão corporal, abuso de autoridade, estelionato e queixas de pessoas com ingresso contra o Grêmio por ficarem fora do estádio. No Juizado Especial Criminal, foram registradas 15 ocorrências (desacato, vandalismo, agressões e posse de entorpecentes). Devido ao tumulto, as audiências foram transferidas, sem data.

Haverá ressarcimento?

O Grêmio promete ressarcir os torcedores a partir de segunda-feira. O torcedor pode recuperar dinheiro ou obter ingressos para os jogos contra Atlético-PR e Corinthians, pelo Brasileirão.

Haverá sanções?

Só se for comprovada venda de ingressos a mais pelo Ministério Público. As sanções seriam perda de mando de campo de, no mínimo, seis meses, segundo diz o Estatuto do Torcedor. Os torcedores mais incomodados podem até ingressar com ação por danos morais.



MultimídiaFuncionário recoloca vidro quebrado no tumulto da noite do jogoImpedidos de entrar no estádio, torcedores brigaram no pátio.
Fonte: Zero Hora

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