quarta-feira, 19 de novembro de 2014

20 de Novembro

O Vinte de Novembro nos ensina
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O VINTE DE NOVEMBRO
NOS ENSINA


Um dos idealizadores do vinte de novembro, o poeta gaúchoOliveira Silveira, também colaborador de Cadernos Negros, sempre enfatizou que, ao se resgatar a luta do Quilombo dos Palmares, deve-se dar atenção ao aspecto coletivo.

Isto é, Palmares nos ensina que é coletivamente que se luta contra as injustiças, que a construção e a manutenção de um território livre de opressões depende de formarmos laços e relações solidárias visando a um bem comum.


Com o tempo, o vinte de novembro colocou sob os holofotes a figura de um indivíduo, Zumbi, como é comum acontecer em nossa sociedade individualista. Esforços juntaram a esse homem a figura de uma mulher, Dandara.



Como diz Francisco Lucrécio, no livro Frente Negra Brasileira, "individualmente é difícil, é mais fácil coletivamente". E a história tem mostrado que coisas boas acontecem quando nos reunimos emgrupos, associações, entidades, blocos, ilês, saraus, comunidades, terreiros etc.

A construção coletiva exige estabelecer meios de convivência entre idéias e mesmo ideais diferentes, ouvir a outra opinião, colocar em primeiro plano o bem-estar comum, mas, é lógico, sem abrir mão do progresso e das conquistas individuais.

Novas gerações de afrodescendentes têm tido mais acesso a informações sobre sua própria história, embora o sistema impeça que se faça pleno uso dessas informações. Depois dos primeiros vintes de novembro, na década de 70, a consciência negra se espalha e vai se consolidando na sociedade.

Mas cada passo, cada conquista, tem também as reações contrárias, como podemos ver cada vez mais nas redes sociais, que mostram o crescimento do preconceito e da intolerância.

Que cada novembro negro nos traga as vozes palmarinas renovadas, ensinando-nos a ser mais solidários e solidárias, muito mais unidos e unidas durante os outros onze meses do ano, muito mais fortes para crescermos e conquistarmos coletivamente nosso merecido território de bem-estar e cidadania.


Axé!

Quilombhoje

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