sexta-feira, 28 de junho de 2013

Juventude nas Ruas


            Das ruas para a o diálogo

            O Brasil está surpreso e perdido diante da tomada das ruas pela juventude.
            Entre os que olham com benevolência e tolerância com o que consideram rebeldia da juventude e os que resumem a vândalos e depredadores e determinam a repressão policial, está uma postura de indiferença à pauta que os embala e mobiliza.
            Pauta esta que está nos cartazes, pixadas nos muros e corpos, refrões repetidos nas caminhadas é que devia merecer a atenção dos governantes, da mídia e dos analistas políticos, muito mais que os eventuais exageros das manifestações. As instituições insistem em silenciar sobre os temas que revoltam e mobilizam a juventude.
            Manoel Castells afirma que todos  estes movimentos nascem de uma situação social que se considera não tolerável  como a indignação com a ideia de salvar os bancos e sacrificar a  pessoas que gerou o occupy wallstreet.  Eles ocupam espaços territoriais – forma nova de espaço público:  o de autonomia. São autônomos das instituições porque querem mudar o modelo, querem subverter a ordem.
            Quanto mais as instituições se afastam das demandas que movimentam milhares de jovens, mais se amplia a crise da democracia representativa. A pauta do Passe Livre enseja uma enorme insatisfação com as concessões públicas dos serviço de transporte por todo o Brasil, no entanto, estão na base da idignação as inúmeras evidências de corrupção que envolvem o sistema político brasileiro e os negócios entorno da Copa - que deslocam milhares de pessoas das suas casas, que atingem o ambiente natural e que captam  milhões dos fundos públicos para potencializar negócios privados.
            Se a única resposta que as instituições derem for o controle ou a repressão  via forças de segurança, maior será o  descrédito na democracia representativa.  Mais do que isto, produzirão reações maiores que vem da necessidade de obter respostas. “Os movimentos são sempre embalados por uma imagem – quanto mais se reprime o movimento, mais imagens se gera e mais pessoas se identificam a partir das imagens que reprimem ideias como as deles” analisa Castells.
            A melhor atitude que podemos tomar é darmos aos movimentos de rua outras imagens: atitudes de escuta e mudança das políticas e das instituições, como a chamada de uma Assembleia Constituinte Exclusiva para fazer a reforma política. Aí sim, a experimentação de cidadania que estes movimentos oportunizam, se transformará em esperança e aposta na transformação da política do estado brasileiro.
           
 Vereadora Sofia Cavedon



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