quinta-feira, 16 de maio de 2013

Roda Viva


Roda Viva (peça)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Roda viva é uma peça de teatro brasileira. Foi escrita por Chico Buarque no final de 1967e estreou no Rio de Janeiro no início de 1968, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa. Foi a primeira incursão de Chico Buarque na área da dramaturgia.

Índice

  [esconder

[editar]As temporadas

Na estreia, fizeram parte do elenco Marieta Severo, Heleno Prestes e Antônio Pedro, nos papéis principais, e a temporada foi considerada um sucesso.
Durante a segunda temporada, com Marília PêraAndré Valli e Rodrigo Santiagosubstituindo o elenco original, a obra virou um símbolo da resistência contra a ditadura militar. Um grupo de cerca de cem pessoas do Comando de Caça aos Comunistas(CCC), invadiu o Teatro Galpão, em São Paulo, e espancou os artistas e depredou ocenário1 .
Após o revés na capital paulista, o espetáculo voltou a ser encenado, desta vez em Porto Alegre. No entanto, os atores da peça voltaram a ser vítimas da violência e intransigência do CCC e, após este segundo incidente, o Roda Viva deixou de ser encenada. Mas esta é considerada uma das mais importantes peças de teatro brasileiras já produzidas nos anos 60.

[editar]O enredo

O espetáculo conta a história de um cantor que decide mudar de nome para agradar ao público, em um contexto de uma indústria cultural e televisiva nascente no Brasil dos anos 60. A peça é encenada em dois atos, contando a ascensão e queda de Benedito Silva, que passou a adotar o nome de Ben Silver. Mas o que marcou a peça foi a sua agressividade proposital com o intuito de chocar o público para os problemas que cercavam o país na época.

[editar]Censura

Vários membros do elenco são maltratados, e o cenário e equipamentos técnicos são destruídos pelo Comando de Caça aos Comunistas em julho de 1968, em São Paulo.2Em setembro do mesmo ano a peça estreia no Rio Grande do Sul, a violência se repete e o espetáculo é proibido pela censura. 2

[editar]Principais personagens e atores

  • Benedito Silva / Ben Silver / Benedito Lampião .... Heleno Prestes, e depois Rodrigo Santiago
  • Anjo da Guarda .... Antônio Pedro
  • Juliana / Juju .... Marieta Severo, e depois Marília Pêra
  • Capeta .... Flávio Santiago
  • Mané .... Paulo César Pereio

[editar]A canção-tema

Chico Buarque, alem de autor da peça, também criou a sua canção-tema, com o mesmo título.
Na década de 60, esta canção foi gravada com o grupo MPB4. Em 2004, a cantoraFernanda Porto regravou, ao lado de Chico, uma versão mais moderna de Roda Viva.

Referências

  1.  Banco de dados da Folha de S. Paulo
  2. ↑ a b O Teatro na época da ditaduraHistoriaNet. Página visitada em 7 de junho de 2011. "A tensão chega ao auge em julho, quando o Comando de Caça aos Comunistas invade, em São Paulo, o teatro onde estava em cartaz a peça, "Roda Viva", de Chico Buarque, espancando e maltratando vários membros do elenco e destruindo o cenário e o equipamento técnico. Em setembro, no Rio Grande do Sul, a mesma peça estava em cartaz, e voltaram a ser agredidos, e a censura acabando por proibir o espetáculo. [...] Reunidos na Associação Brasileira de Imprensa, artistas de teatro e cinema protestaram contra a invasão e depredação do Teatro Ruth Escobar, em São Paulo, e o espancamento do elenco e de membros da equipe técnica do espetáculo "Roda Viva". Os artistas presentes à reunião, entre eles Tônia Carrero, Paulo Autran, Norma Benguel, Oduvaldo Vianna Filho, Osvaldo Loureiro, Flávio Rangel, Norma Blum e Cecil Thiré, exigiram a detenção dos culpados e a condenação "do terrorismo de direita". O espetáculo já havia terminado quando cerca de 20 pessoas começaram a depredar tudo, gritando que eram do CCC (Comando de Caça aos Comunistas) e que não admitiam obscenidades no teatro. O público retirou-se rapidamente, enquanto os agressores partiram em direção ao camarim dos atores, quebrando o que encontrassem pela frente. Armados de revólveres, cassetetes, soco-inglês e martelos, espancaram o elenco da peça, despiram as atrizes e obrigaram Marília Pêra e Rodrigo Santiago, também despidos, irem para a rua (Michalski, 1985)."

[editar]Ligações externas

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sim