11/5/09
Crise no Governo de Yeda
Segunda-feira, 11 de maio de 2009
Tudo outra vez
ABERTURA DA PÁGINA 10 DE ZH
A crise em que o governo mergulhou no fim de semana tem potencial para ser mais devastadora do que as anteriores, apesar de as denúncias publicadas na revista Veja não virem acompanhadas de provas. Mais devastadora, porque vem depois das denúncias do PSOL e agora atinge diretamente a governadora ao acusar Carlos Crusius de usar dinheiro de caixa 2 na compra da casa que tantas dores de cabeça trouxe em 2008.
Depois de exibir o atestado de idoneidade do negócio conferido pelo Ministério Público Estadual, Yeda vê o caso renascer e precisa lidar com a possibilidade de desarquivamento do que considerava página virada. Os promotores sempre disseram que diante de fatos novos a investigação da compra da casa poderia ser desarquivada. Se for, haverá pedido de quebra de sigilos bancário e fiscal, inclusive do pai do ex-secretário Delson Martini, que comprou o apartamento de Capão da Canoa, imóvel usado para pagar a casa. Na entrevista, a viúva de Marcelo Cavalcante, Magda Koenigkan, disse que a venda do apartamento foi forjada para justificar a compra da casa.
A crise de agora pode ser mais grave porque pega o governo em um momento de fragilidade política, com dificuldade de articulação, um secretariado pouco experiente na administração de conflitos de grande potencial explosivo e os deputados mais preocupados com a sobrevivência na eleição de 2010.
Com perspectiva de retomar o poder em 2010, o PMDB não hesitará em abandonar o barco se perceber que há risco de afundar com Yeda. Os demais aliados também não demonstram comprometimento absoluto com o governo, e o PSDB tem uma bancada que já se mostrou pouco hábil no enfrentamento com a oposição.
Nos próximos dias, o Ministério Público Federal deve divulgar as providências que adotou em relação à representação encaminhada pelo PT ao final da CPI do Detran. A conclusão do trabalho estava prevista para logo depois da Páscoa, mas atrasou. Para complicar a situação do governo, a Assembleia é presidida pelo PT e ninguém há de esperar que o presidente Ivar Pavan dê guarida a qualquer manobra para retardar a instalação de uma CPI, se a deputada Stela Farias conseguir as 19 assinaturas necessárias.
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