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“Muito embora tenhamos cada dia mais políticos que nos (des)governam e nos conduzem no sentido contrário, Curitiba é ainda hoje uma das poucas referências da saga dos engenheiros Rebouças a todos os brasileiros e de um tempo em que a cidade era a mais alemã de todas as capitais no Brasil”. (Gerhard Erich Boehme)
Muito se fala hoje sobre sustentabilidade, o que inclui também a questão da habitação. Mas temos alguns temas importantes que não são ensinados, em especial nos cursos de arquitetura e engenharia¹. E muito menos são temas debatidos em Brasília, de onde saem as nossas piores políticas públicas, as que promovem a discriminação espacial em todo o Brasil.
Não se debate com a profundidade necessária quatro temas principais:
a) A discriminação espacial;
b) O direito à e de propriedade;
c) A continuidade das Agendas 21 Locais e os Planos Diretores;
d) O entendimento e a importância da aplicação do princípio da subsidiariedadenas políticas habitacionais.
Mas o que vemos? - Um país onde a escalada da violência tem a discriminação espacial, também chamada de segregação socioespacial ou segregação urbana, ou ainda a marginalização de famílias – quando as famílias são colocadas à margem da sociedade - como uma das suas principais causas.
A realidade, quando se cita a violência, não assusta o brasileiro, muito menos os que se voltam à questão habitacional, senão vejamos:
b) A Costa Leste do Paraná é hoje uma das regiões mais violentas do mundo, onde se observa um dos mais elevados IHA ;
f) O custo da violência supera 5% de nosso PIB, isso segundo estudos desatualizados realizados pelo IPEA, eu estimo em mais de 10% e apresento as razões .
E quando olhamos para Curitiba, esta cidade é a que produziu o pior resultado de políticas públicas nefastas:
a) Através de políticos demagogos, como Roberto Requião, assim formando seus currais eleitorais, foi o que mais promoveu invasões e o desrespeito ao plano diretor do município;
b) Foi a cidade que mais perdeu áreas verdes nos últimos anos;
c) E foi a cidade que promoveu em todas direções a discriminação espacial.
O resultado está ai presente, superou o Rio de Janeiro e São Paulo em termos de violência, como se isso fosse possível.
Mas qual foi a causa principal?
- A discriminação espacial. Outros citam a segregação urbana. Ou ainda a marginalização de famílias.
Neste sentido recomendo que leiam:
A primeira favella e a discriminação espacial como causa da violência
Mas o que esperar de uma sociedade que não valorizou e deu continuidade às Agendas 21 Locais e aos Planos Diretores? A uma sociedade que não soube e não sabe valorizar o lado positivo da especulação imobiliária, aproveitando-se de seu direcionamento ao crescimento? A uma sociedade que não soube e sabe aproveitar o seu potencial no que se refere aos estímulos a uma maior integração, o que irei debater sob o tema “Alternativas na área de habitação no Brasil”.
Mas o que esperar de uma sociedade, em especial de gestores públicos, que desconsidera os estudos e a visão crítica do Professor Dr. Denis Lerrrer Rosenfield (UFRGS), a qual tem apesentado em seus livros e artigos? Estes de leitura obrigatória quando abordamos a questão de habitação e propriedade no Brasil.
Abraços,
Gerhard Erich Boehme
+55 (41) 8877-6354
Skype: gerhardboehme
Caixa Postal 15019
80530-970 Curitiba PR
¹)“Muito embora tenhamos cada dia mais políticos que nos (des)governam e nos conduzem no sentido contrário, Curitiba é ainda hoje uma das poucas referências da saga dos engenheiros Rebouças a todos os brasileiros e de um tempo em que a cidade era a mais alemã de todas as capitais no Brasil”. (Gerhard Erich Boehme)
Uma reflexão sobre a discriminação espacial no Brasil
Minha casa, Minha vida reforça a cultura da lombada e as cidades de deus
"Cidade de Deus, o berço da criminalidade institucionalizada no Brasil foi construída pela COHAB e financiada pelo BNH, a Cidade de Deus foi construída pelos governadores do Estado da Guanabara de 1965 até 1970, idealizado pelo populista da extrema-direita, Carlos Lacerda, cassado na Contrarrevolução de 1964, e concluído pelo então governador Negrão de Lima entre os anos 1968 e 1970.
Manteve-se a discriminação espacial, que antes os confinavam em favelas como Praia do Pinto, Parque da Gávea, Ilha das Dragas, Parque do Leblon, Catacumba e Rocinha. Atravessada pelo Rio Grande e seu afluente Estiva, a Cidade de Deus passou a ter um crescimento interno desordenado, observando-se um processo de favelização ao longo desses canais.
Junto ao conjunto surgiram as comunidades do Muquiço, Santa Efigênia, travessa Efraim, Rocinha II e Jardim do Amanhã II, além de mais discriminação espacial institucionalizada, com os novos conjuntos habitacionais como o Vila Nova Cruzada e o Jardim do Amanhã. Em 1997, com a inauguração da "Linha Amarela", a Cidade de Deus seria seccionada: de um lado os Conjuntos Margarida, Gabinal etc e, do outro, o restante das antigas glebas, as duas partes interligadas por passarelas. A vida no bairro inspirou o filme brasileiro "Cidade de Deus", baseado no romance homônimo de Paulo Lins, com roteiro de Bráulio Mantovani, dirigido por Fernando Meirelles. Lançado em 2002 no Brasil e, posteriormente, no exterior, o filme teve enorme sucesso, recebendo inúmeros prêmios e indicações. Infelizmente não trouxe à reflexão dos brasileiros, hoje pocotizados, como bem nos lembra Luciano Pires (www.lucianopires.com.br) em seu bestseller, para a questão da discriminação espacial no Brasil, decorrente de falta de políticas públicas consistentes, como Plano Diretor e Agenda 21 Local." (Gerhard Erich Boehme)
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