quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Questão Racial

Compas. dos movimentos de negros e negras, mulheres e LGBT,

          Estou lhes escrevendo para solicitar o apoio à moçaão (abaixo) em defesa do Núcleo de Consciência Negra, que desde 1988, tem cumprido um importante papel na luta contra o racismo em São Paulo e em todo o país. A situação é grave e urgente. Para colocar este ataque "em contexto", estou também lhes encaminhando artigos escritos recentemente sobre os lamentáveis episódios de racismo que têm se repetido em São Paulo. Qualquer coisa, entrem em contato. Para contatar o Núcleo de Consciência Negra, enviem e-mails para o Leandro, que está recebendo a mensagem em cópia.

          Abraços,

          Wilson Honório
          Secretaria de Negros e Negras do PSTU
          Movimento Nacional "Quilombo Raça e Classe"

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MOÇÃO EM DEFESA DO NCN

Wilson,

Gostaríamos que a Conlutas asssinasse a nossa Nota Pública sobre a tentativa de demolição do barracão do Núcleo de Consciência Negra.


Podem assinar como entidade e também divulgar para as pessoas assinarem individualmente se quiserem.

Estamos organizando uma Calourada em Março e seria legal vocês construírem ela conosco... previmos 3 atividades até o momento.

Att.,
Leandro Salvático

Nota Pública do Núcleo de Consciência Negra sobre a tentativa de demolição do seu barracão na USP (05/01/2012)


No dia 21 de dezembro de 2011, o Núcleo de Consciência Negra na USP (NCN) foi surpreendido por uma tentativa de demolição do barracão onde desenvolve suas atividades no Campus Butantã da Universidade de São Paulo. Por conta disso, o barracão ficou sem fornecimento de água durante um dia e as aulas do seu Cursinho Popular Pré-Vestibular para 2ª fase da FUVEST tiveram de ser canceladas.

A tentativa de demolição aconteceu no período de férias, quando o campus fica praticamente vazio. Esse ataque ao NCN é mais um dos muitos ataques sofridos por aqueles que lutam pela democratização da USP, para que nela estudem jovens negros e da classe trabalhadora e para que o conhecimento gerado seja usado em benefício da sociedade e não do mercado.

O campus Butantã da Universidade de São Paulo possui 7.443.770 m², o que equivale a 1.838 campos de futebol. Apesar disso, a Reitoria da USP não apresentou até o momento uma alternativa de espaço para que o Núcleo de Consciência Negra na USP desenvolva seus projetos políticos e educacionais. A Reitoria quer que o NCN desocupe o barracão onde está localizado, tentando forçar o fim da entidade. Essa ação de repressão está diretamente ligada à criminalização da pobreza e à perseguição aos movimentos sociais dentro e fora dos muros da USP.

Nós, apoiadores e membros do Núcleo de Consciência Negra na USP não desistiremos da luta política histórica em prol da ampliação da diversidade étnico-racial no ambiente acadêmico. Repudiamos a ação truculenta, elitista e, no limite, racista da USP contra o NCN. Não nos calaremos diante de qualquer intervenção contra a organização e a autonomia política dentro da Universidade por ordem unilateral da reitoria ou de outros órgãos da USP, como temos visto acontecer. 

Núcleo de Consciência Negra na USP é uma entidade sem fins lucrativos localizada há 24 anos no campus Butantã da USP e sempre lutou pela implementação de Cotas Sócio-Raciais como meio de reparação histórica ao povo negro brasileiro. Atualmente, a entidade mantém a Biblioteca Carolina Maria de Jesus, um Cursinho Popular Pré-Vestibular, um Centro de Estudo de Idiomas e oficinas de Teatro e de Comunicação, além de atividades culturais, seminários e palestras sobre a história, as demandas sociais e a cultura afrobrasileira.

Para assinar a Nota, contate:  nucleodeconsciencianegra@gmail.com

Acesse e adicionem nosso Facebook: 
www.facebook.com/nucleodeconsciencianegra

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Policial racista saca arma e agride estudante da USP


Wilson H. da Silva,
da redação do "Opinião Socialista"

• Depois do assédio racista a uma estagiária e do episódio envolvendo um garoto etíope jogado para fora de um restaurante, mais um caso de asqueroso racismo foi divulgado nesta segunda, dia 9 de janeiro: o único estudante negro presente num espaço ocupado na USP foi brutalmente agredido e ameaçado por um policial de armas em punho.

O mais recente caso de racismo aconteceu no mesmo momento em que o Núcleo de Consciência Negra da universidade sofre ataques. Dois vídeos publicados no YouTube mostram a ação da PM, particularmente do policial racista (apesar de covarde e, sistematicamente, tentar ocultar seu nome), identificado como André, quando ele parte para cima de um dos estudantes, o derruba no chão, o joga contra os móveis que estavam no local e tenta detê-lo empunhando um revólver.


Cabe lembrar que a ação do policial é, também, mais um exemplo lamentável das sucessivas e truculentas ações policias que, a mando do reitor João Grandino Rodas, têm sido implementadas na universidade, além de ocorrer no exato momento em que o Núcleo de Consciência Negra na USP (NCN) está sofrendo um violento ataque: no dia 21 de dezembro houve a tentativa de demolição, por parte da reitoria, do barracão onde desenvolve suas atividades.

Leia matéria e veja o vídeo no site do PSTU: http://www.pstu.org.br/opressao_materia.asp?id=13771&ida=18

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Ativistas protestam contra o racismo em frente a restaurante paulista.

Segurança jogou um garoto etíope na rua no dia 30 de dezembro passado

da Redação,


• No último sábado, 7 de janeiro, um grupo de ativistas do movimento negro protestou em frente ao restaurante Nonno Paolo, na Zona Sul da capital paulista. O motivo foi o ato racista do restaurante contra um garoto etíope no dia 30 de dezembro. O menino, filho adotivo de um casal espanhol, foi pego pelo braço e jogado na rua enquanto seus pais se serviam. O caso está sendo investigado pela 36ª Delegacia de Polícia.

O evento foi organizado pelas redes sociais. O objetivo, além de exigir apuração e punição aos responsáveis pela discriminação ao garoto, era mostrar que o racismo ainda é uma realidade na sociedade brasileira. Os manifestantes, portando velas e cartazes gritaram palavras de ordem contra o racismo. Eles também fizeram um panelaço e receberam solidariedade de pessoas que passaram pelo local.



Wilson Silva, do Quilombo Raça e Classe, ligado à CSP-Conlutas, disse que “o movimento tem o propósito de mandar um recado para a sociedade”. “Estamos cansados de viver em um país onde ser negro é parecer marginal”, afirma. Assim como os outros ativistas que organizaram o protesto, ele defende que as manifestações continuem ao longo do ano e que atos semelhantes aconteçam cada vez que ações racistas aconteçam na cidade.

Para Wilson, as manifestações têm de alertar população sobre o racismo. “Estamos propondo transformar o dia 21 de março, que é o Dia Internacional de Combate ao Racismo, num grande ato em protesto a todos esses casos que têm se repetido em São Paulo”, sugere.

Já a estudante Carina Paola Cardenas, uma das organizadoras do protesto, ressaltou que o racismo é uma realidade. “Pretendemos mostrar às pessoas que o racismo existe. Não se consegue mudá-lo somente por leis. O que muda isso é a conscientização. Por isso, estamos estimulando o boicote aos estabelecimentos que tenham esse tipo de política de maltratar pessoas seja por causa da raça ou por questão social”, disse a estudante à Agência Brasil.

Apesar de a manifestação ter sido totalmente pacífica, segundo informação de ativistas, os donos do restaurante chamaram a polícia, que ficou rondando a manifestação. De acordo com a Agência Afropress, os policiais abordaram alguns participantes e exigiram identificação e queriam levá-los para a delegacia.

Entenda o caso
No dia 30 de dezembro de 2010, um casal de espanhóis foi ao Nonno Paolo, um restaurante de classe média da capital paulista, com seu filho de seis anos, adotado na Etiópia. Enquanto o casal se servia, o garoto aguardava na mesa. Quando os pais voltaram, o menino não estava mais no recinto. Ele foi encontrado a um quarteirão do local e chorando. O filho contou que foi pego pelo braço e jogado na rua pelo segurança do restaurante.

O racista negou o ocorrido e disse que foi um mal entendido. Na explicação, o gerente revelou a profundidade de seu racismo ao comparar a negritude à pobreza e à marginalidade. Segundo o sujeito, a confusão ocorreu porque havia uma feira na rua, e o garoto foi confundido com um menino de rua. Além disso, tentar justificar a agressão a uma criança com a desculpa de que ela se parecia com um menino de rua nada mais é do que uma posição completamente cruel e desumana.

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Racismo: as aparências enganam?


Wilson H. da Silva,
da redação do "Opinião Socialista"

 
 
  Ester Cesário: diretora pediu que alisasse os cabelos para manter

• No final de dezembro, um menino negro foi jogado para fora de um restaurante frequentado pela classe média alta de São Paulo. No início do mesmo mês uma jovem foi assediada no emprego por ter cabelos crespos. Lamentáveis exemplos de que vivemos num país onde ser negro é igual a parecer marginal, e ser racista continua sendo um crime acobertado pela impunidade.

Na tarde de 30 de dezembro, um garoto negro de seis anos foi retirado à força do interior de um restaurante supostamente chique e jogado na rua. O fato ocorreu na pizzaria Nonno Paolo, que fica na zona sul de São Paulo. A história poderia ter passado desapercebida, já que a cena, lamentavelmente, está longe de ser uma novidade. Afinal, segundo dados do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), somente no estado mais rico do país existem cerca de 5 mil crianças, a maioria negra, vivendo em situação de rua. Não é raro que elas sofram todo tipo de abuso e violência por parte de seguranças e policiais.

Desta vez, contudo, para o azar dos proprietários, gerente e seguranças da pizzaria, a história ganhou as manchetes da imprensa (inclusive internacional) devido a um detalhe que estava além das aparências: o garoto em questão era um etíope, adotado por um casal de turistas espanhóis, que o haviam deixado sozinho na mesa enquanto se serviam no buffet do restaurante.

Ao se dar conta de que o garoto não estava na mesa, a mãe, identificada apenas como Cristina, saiu para procurá-lo e o encontrou a um quarteirão do restaurante, na rua, chorando. Depois de saber que seu filho havia sofrido a agressão, a mulher registrou boletim de ocorrência no 36º DP, no bairro de Vila Mariana.

LEIA MATÉRIA COMPLETA NO SITE DO PSTU: http://pstu.org.br/opressao_materia.asp?id=13763&ida=18

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