quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Comemoração da Morte de Kadhafi

Líbios celebram nas ruas a morte de Kadhafi

Milhares de pessoas agitavam bandeiras na praça dos Mártires

Líbios comemoram em Benghazi a morte de Kadhafi. Veja mais fotos
Crédito: Marco Longari / AFP / CP
Os partidários do novo governo líbio festejaram nesta quinta a notícia da morte do ex-ditador Muammar Kadhafi. Mesmo a proibição de comemoração com disparos para o ar foi descumprida, com manifestantes atirando para o ar com diferentes tipos de armas, da kalachnikov à artilharia pesada.

"O déspota morreu, a Líbia está livre", comenta um funcionário de um hotel em Trípoli, com os olhos pregados na televisão, que divulga a toda a hora uma foto de Muamar Kadhafi morto, com o rosto e as roupas em sangue. "Não posso acreditar nos meus olhos. Acabou, acabou... Allah Akbar (Deus é grande). Venham ver! É ele mesmo", repete, dirigindo-se a seus colegas.

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Alguns ainda duvidam da informação, principalmente após informações contraditórias sobre a detenção ou a morte de personalidades nas últimas semanas. "Não acredito. É preciso ver um vídeo", afirmou um homem armado que esteve na frente de batalha em Bani Walid, um dos feudos de Kadhafi, "libertado" há dois dias.

Para Anis, um motorista de 20 anos, se o ex-líder estivesse vivo, teria continuado a representar uma ameaça para o país. "Estou contente de que tenha sido morto. Senão, ainda representaria perigo para a Líbia", repetiu.

Dezenas de viaturas patrulhavam as ruas da capital, acionando as buzinas de um modo ensurdecedor, provocando engarrafamentos em vários bairros da capital. Na praça dos Mártires, ex-praça Verde, milhares de pessoas se reuniram, agitando bandeiras da nova Líbia, nas cores vermelha, preta e verde.

Líbia pós-Kadhafi
"Devemos pensar, agora, no amanhã. Perdemos muito tempo, basta", afirma Mohamed, 24 anos, que prefere não ter o sobrenome divulgado. "Espero que as forças políticas entrem em acordo rapidamente sobre o futuro da Líbia", disse, no momento em que começam a se fazer sentir temores sobre uma luta de poderes entre tribos, regiões e entre islamitas e liberais.

Nesta quarta-feira, o número dois do Conselho Nacional de Transição (CNT), Mahmud Jibril, expressou em Trípoli temores quanto ao "caos" que poderia resultar em "batalha política" precoce. Mais otimista, Afaf, uma professora, estima que "os líbios têm uma grande esperança no futuro. Amanhã será certamente melhor", afirma-ela. "Há um sentimento de liberdade. Todos criticam todos. É normal que haja diferenças", destaca.
Fonte: Correio do Povo

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