sexta-feira, 16 de setembro de 2011

11 de Setembro chileno

Filmografia básica: O cinema e o “11 de setembro” chileno

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Wilson H. Silva
da redação do Opinião Socialista
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A explosão das Torres Gêmeas, em um 11 de setembro, há dez anos, de certa forma tem ofuscado uma tragédia de proporções ainda maiores que se abateu sob o Chile, na mesma data, mas há 38 anos: o golpe promovido pelo general Augusto Pinochet.

Esse fato e suas implicações ideológicas, evidentemente, não passaram desapercebidos para os que mantém um olhar mais atento ao mundo e um dos primeiros a resgatar a relação entre as duas datas foi o cineasta Ken Loach que, em 2002, estabeleceu uma provocativa aproximação entre os dois “11 de setembro” num curta-metragem que faz parte do filme 11'09"11, que reúne onze diretores, de países diferentes, que produziram filmes de exatos 11 minutos, em torno dos atentados de 2001.

No belíssimo curta, um homem lê uma carta para o povo americano, lamentando o ocorrido; mas pedindo a este que se lembre do outro “11 de setembro”; aquele que foi patrocinado pelo governo norte-americano e que provocou a morte de mais de 30 mil pessoas, além do exílio de milhares de outras, como o próprio leitor.

Assim, no filme, a solidariedade do chileno às 3.500 vítimas “11 de setembro” norte-americano ecoa como um grito de dor e um balanço, ao mesmo tempo, lúcido e amargo dos muitos atentados à liberdade cometidos pelos governos ianques e que, em última instância, transformaram o povo dos EUA em alvos do ódio de muitos.

O filme de Loach é um ótimo ponto de partida para resgatarmos algumas obras cinematográficas que, no decorrer das últimas 40 décadas, têm ajudado a manter na memória a luta e história dos milhares que foram torturados e mortos por uma das mais sanguinárias ditaduras da América Latina.

Filmes que merecem ser conhecidos ou revisitados, até mesmo para entender como estas duas datas continuam se “encontrando”, seja nas ruas de Santiago, atualmente sacudidas pelas mobilizações estudantis, seja em qualquer outro lugar do mundo onde ainda se lute contra a exploração e opressão imperialistas, muitas vezes levada à cabo com a ajuda de canalhas e vermes como Pinochet, Médici, Videla e tantos outros ditadores que infestaram nosso continente.


Leia matéria na íntegra no site do PSTU (com links para os filmes e/ou traillers): http://pstu.org.br/cultura_materia.asp?id=13340&ida=18

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Leia também: O outro 11 de Setembro: a tragédia chilena (http://www.pstu.org.br/internacional_materia.asp?id=13331&ida=118)

Exilado no Chile, militante brasileiro viveu os meses que precederam o golpe e a derrubada do governo Allende, em 1973


Waldo Mermelstein
de São Paulo (SP)
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O golpe militar que derrubou Salvador Allende vitimou milhares de pessoas, destruiu os partidos políticos e as organizações dos trabalhadores e impôs o modelo precursor do neoliberalismo. Não por acaso, os estudantes e o povo que se manifestam nestes dias às centenas de milhares pelas ruas de Santiago levantam a bandeira de “Se va caer, se va caer, la educación de Pinochet”. Assim como a educação, a saúde e a previdência são privadas em sua esmagadora maioria, assim como as empresas que exploram o cobre, sua principal riqueza. Tão profunda foi a derrota imposta em 1973. A melhor homenagem aos caídos, aos centenas de milhares de exilados é essa demonstração de força das massas chilenas. Mas como se chegou a um desfecho tão terrível? Havia outra possibilidade? Como tão poderoso movimento social foi derrotado praticamente sem combates?

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