quinta-feira, 7 de julho de 2011

Ação Policial Contra os Prefeituras do RS

Prefeitos chamam ação da Polícia Civil de "pirotécnica"

Representantes de sete dos oito municípios investigados pela Operação Cartola deram coletiva na Famurs

Em entrevista coletiva na sede da Federação das Associações de Municípios (Famurs), nesta quinta-feira, sete dos oito prefeitos de cidades investigadas pela Operação Cartola, da Polícia Civil, criticaram a ação. O presidente da entidade, Mariovane Weis, classificou a iniciativa de "pirotécnica" e afirmou que os prefeitos foram desrespeitados pela abordagem dos 541 policiais. Alguns mandatários criticaram o vazamento de informações para a imprensa, alegaram que os documentos são públicos e disseram que pretendem acionar na Justiça a Polícia Civil por abuso de autoridade.

O prefeito de Canela, Constantino Orsolin, destacou que a principal atividade econômica do município é o turismo e se queixou que a imagem da cidade foi prejudicada. “Eu cheguei pela manhã na prefeitura e a polícia estava lá. Eu sou a autoridade máxima, eu não fui respeitado. Só faltou prenderem o prefeito”, descreveu. O prefeito de Tramandaí, Anderson Hoffmeister, disse que vive "os 10 piores dias de sua vida", referindo-se também ao vendaval que destruiu parte da estrutura da 22ª Festa Nacional do Peixe.

O prefeito de Viamão, Alex Boscaini, contou que ficou surpreso ao ser informado das irregularidades e a representante de Parobé, Gilda Kirsch, se disse humilhada com a forma com que ocorreu a abordagem. O único prefeito que não compareceu foi Luis Vicente Pires, de Cachoeirinha, que estava em outro compromisso.

"Operação midiática"

O presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CMN), Paulo Ziulkoski, criticou a maneira como a operação foi conduzida pelo Ministério Público (MP), Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Polícia Civil, prejudicando os funcionários públicos municipais indiscriminadamente. Ziulkoski defendeu a importância do combate à corrupção, mas considerou que a força-tarefa usou um efetivo grande demais e que a operação foi “midiática”.


Operação realizada na manhã de quarta-feira envolveu 541 policiais | Crédito: Bruno Alencastro

Relação com agências de publicidade é investigada
A Operação Cartola é resultado de 10 meses de investigação de agências de publicidade que financiariam campanhas eleitorais em troca de favorecimentos políticos e vantagens em licitações. De acordo com a Polícia Civil, uma agência, localizada no Centro de Porto Alegre, teria envolvimento com o crime e tinha contrato com as prefeituras de Osório, Tramandaí, Viamão, São Sebastião do Caí, Cachoeirinha, Canela, Parobé e Alvorada. O prejuízo chegaria a R$ 30 milhões.

O estabelecimento terceirizava os serviços e superfaturava os contratos, sempre com as mesmas fornecedoras. Segundo a investigação, essas empresas recebiam pelos serviços ou não executavam o previsto no contrato, pagando propina a funcionários municipais para manter o esquema. Três prefeituras suspenderam o contrato com a agência após a operação, outras três informaram que o acordo já havia sido rescindido, e duas mantiveram-no.

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     Ouça o áudio: Prefeito de Canela diz que Turismo foi prejudicado     Ouça o áudio: Prefeita de Parobé conta que se sentiu humilhada

Fonte: Ronaldo Berwanger / Rádio Guaíba


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