Quarta-feira, 13 de Abril de 2011 6:07
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Crônica enviada em 13 de abril de 2011. | |
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Cláudio Levitan
Data: 14/4/2011 - 19h30min Local: StudioClio(José do Patrocínio, 698)
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| Sugestões da gripe Ruy Carlos Ostermann
Tudo começa assim mesmo, sem pompa, sem aviso, bandeirola ou microfone ligado. E começa por uma imperceptível arranhadura na garganta, não exatamente no meio, mas do lado, como se estivesse circulando, como se a maçã não tivesse sido bem mordida ou tivesse pedaços inteiros deslizando lentamente para baixo.
A primeira providência é tossir, admitir que alguma coisa está dependurada e que, antes que se torne desagradável ou áspera, é recomendável tossi-la, um jato de ar para dentro. Dá um efeito razoável e, às vezes, até passa. Recomenda-se, então, ficar de boca fechada, dente sobre dente, não importando a cócega que pode sobrevir.
Lenços de pano, brancos e macios, com bordas trabalhadas à mão, não se usam mais. Suspeito que é porque fazem volume no bolso da camisa ou do casaco, e pior ainda, ficam enfiados no bolso da calça. É uma inconveniência que pode gerar um mal-entendido social.
Os lenços eram de grande utilidade: disfarçavam a inconveniência da tosse ou da cusparada, e era elegante dobrá-los outra vez para dar-lhes um destino incógnito, a partir de um toque geral de desinteresse, o braço aberto, o olhar na porta.
E, assim, admitia-se com tolerância e vaguidão que, de forma inexorável, se estava inaugurando uma gripe com seus pequenos rituais sucessivos de celebração: o nariz entupido, a respiração pela boca, a tosse assumindo agora as suas primeiras definitivas posições de ataque, um ronco de batalha.
Três dias tive de dedicar, de pijama, gorro e meias de lã, litros d´água, Tylenol e um xarope que parecia uma bebedeira de regozijo, a essas domésticas sugestões da gripe. | |
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