segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Unesco

Tema :
“ O mundo bantu e a sua diáspora. Entre renascimento linguístico, descrioulizacao e residualidade ”

Um dos factos característicos, maiores, da evolução de África foi a forte dinâmica histórica provocada pelas migrações bantu.
Esse extraordinário movimento de populações não só atingiu a África central, oriental e austral ; alastrou-se graças ao intenso tráfico intra e transatlântico de escravos, praticado do fim de século XV ate plenos meados do século XIX, a entre outras regiões, ao Golfo de Guiné e a América do sul.
Este vasto espaço apresenta linhas de similitudes linguísticas e antropológicas tais como o proto-bantu ou o politeísmo. Essas foram reforçadas, ao nível do bloco lusófono (Angola, Moçambique, São Tome, Príncipe, Annobon e o Brasil) pelos processos de interacções com o português.
Mas, este domínio bi-continental e insular mostra, concomitantemente, diversidades bastante marcantes, nomeadamente na promoção identitária.
Com efeito, se os dois países do bloco continental africano,  chegaram, hoje, a integrar algumas das suas línguas nacionais, a diversos níveis do ensino geral ou dos ciclos de formação profissional, e a implementar políticas, claras, de promoção das identidades culturais nacionais, mais ou menos eficazes ; as três ilhas do Golfo de Guiné tentam travar um processo, quase irreversível, de descrioulização e o imenso conjunto federal sul-americano procura vias para evitar a fossilização das retenções bantu.

Por


Simão SOUINDOULA
Vice-Presidente do Comité Cientifico  Internacional
do Projecto da UNESCO « A Rota do Escravo »
C.P. 2313 Luanda  (Angola)
Tel. : + 244 929 74 57 34
 

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