quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Haiti

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ATO NA ALESP PEDE À DILMA A RETIRADA DAS TROPAS DO HAITI
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150 pessoas, entre eles 80 haitianos, lotaram o Auditório Teotônio Vilela da Assembléia Legislativa de S. Paulo, no dia 15/10, para protestar contra a presença das tropas de ocupação no Haiti.
Há mais de seis anos, o Brasil lidera as forças de ocupação da ONU (Minustah) no país.
O Ato, organizado pelo Comitê "Defender o Haiti é defender a nós mesmos", tinha à mesa o deputado José Candido (PT/SP), Kika de Bessen (Conen - Coordenação Nacional de Entidades Negras), Milton Barbosa (MNU - Movimento Negro Unificado), Marcelo Buzetto (MST), Maria Gorete (ENFF Escola Nacional de Formação Florestan Fernandes) e Markus Sokol (DN do PT).
Barbara Corrales, do Comitê, abriu o ato lembrando que todo o mês de outubro a ONU renova o mandato da Minustah e que as presenças das tropas, lideradas pelo Brasil, fere a soberania do país, reprimindo manifestações e movimentos dos haitianos que lutam por seus direitos, em particular após o terremoto que destruiu o país há oito meses.
O deputado José Candido, do PT, afirmou que é de "solidariedade que o Haiti precisa e não de tropas". Buzetto, em nome do MST/Via Campesina, afirmou veementemente a posição pela retirada das tropas, perguntando "quantas escolas, quantos hospitais foram construídos apos a ocupação. O que o Haiti precisa é de médicos, professores e não de tropas de ocupação!". Milton Barbosa, do MNU, declarou que iria como delegado a Conferencia Mundial Aberta, organizada pelo Acordo Internacional dos Trabalhadores, na Argélia, no mês que vem, "para levar ao encontro da luta dos irmãos haitianos a voz dos brasileiros que são contra a ocupação no Brasil".
Em nome da delegação - que está no Brasil em intercambio de formação técnica da Via Campesina - dois jovens haitianos tomaram a palavra, destacando que “somente a solidariedade de movimentos como este poderia ajudar o povo do Haiti”.
Do plenário, Francisco Mariano, professor e militante da Apeoesp, leu moção assinada pela presidente da entidade em protesto pela morte do professor Filbert, dia 8/10, assassinado quando participava de uma manifestação pelo acesso universal à educação, em frente ao Ministério da Educação, em Porto Príncipe. Condenando a repressão, destacou que os professores são solidários a UNNOH (União Nacional dos professores do Haiti), "a sua luta é a nossa luta em defesa da escola publica para todos, e também contra a ocupação que reprime a livre expressão dos trabalhadores".
A advogada Juliana disse "desde o começo não acreditar numa missão de paz que leva armas."
Ao final, Markus Sokol leu carta apresentada pela mesa dirigindo-se à candidata do PT, Dilma, pedindo "seu compromisso com a retirada das tropas brasileiras do solo do Haiti. Se o Brasil quiser realmente ajudar o povo do Haiti a abrir caminho para a democracia e para a melhoria da situação, substitua os 1200 soldados brasileiros por médicos, enfermeiros, bombeiros, técnicos e operários para reconstruir a destruição causada pelo terremoto" (versão completa da carta em anexo).
A carta foi adotada por unanimidade e assinada pelos presentes, que se comprometeram a entregá-la em próxima atividade onde esteja presente a candidata.
Contatos Gabinete Deputado José Candido PT SP (11) 3884 2050, Barbara Corrales (11) 9245 0300
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Carta a candidata do PT a Presidente, Dilma Roussef
 Cara companheira,
Mais do que nunca, estamos juntos no combate pela vitória do PT, para impedir a volta dos tucanos e conquistar direitos.
E o resultado das urnas não deixa dúvida de que o povo não quer a volta do PSDB.
Há 6 anos tropas brasileiras dirigem as forças de ocupação da Minustah, no Haiti. E ano após ano, ao contrário de melhorar, a situação do povo haitiano só tem piorado
Ouvimos neste ato aqui na ALESP o depoimento dos companheiros do Haiti que disseram que querem "solidariedade, que buscam ajuda para que a situação na qual vivem seus irmãos possa ser superada. Solidariedade dos trabalhadores e jovens pela soberania do Haiti."
Assim, como aceitar que o professor Filbert, que lutava pelo direito a educação, tenha sido assassinato em frente ao Ministério da Educação, no ultimo dia 8/10, numa manifestação pacifica organizada pela UNNOH (União Nacional dos Professores do Haiti)?
O povo irmão haitiano - primeira republica negra do mundo, se libertou, há 206 anos atrás - paga até hoje por essa liberdade: é o país mais pobre do continente, uma situação agravada pela devastação, há 8 meses, causada pela passagem do terremoto que matou mais de 300 mil e deixou sem casa mais de 1 milhão de haitianos.
Como as tropas da MINUSTAH, que são responsáveis pelas mais graves intervenções e violência contra a integridade e soberania do país irmão, poderiam pretender estar no Haiti para a estabilização e para a paz?
Companheira,
Nós lhe pedimos solenemente o compromisso com a retirada das tropas brasileiras do solo do Haiti.
E se o Brasil quiser realmente ajudar o povo a abrir o caminho para a democracia e para a melhoria da situação, substitua os 1.200 soldados brasileiros da MINUSTAH por médicos, enfermeiros, bombeiros, técnicos e operários para reconstruir a destruição causada pelo terremoto.
Dando o exemplo, assim, aos outros 40 países que também têm tropas na MINUSTAH, para que façam o mesmo, que os 540 milhões de dólares, que é o custo anual dessas tropas, sejam usados na reconstrução, em ajuda alimentar, para construir escolas, hospitais etc.
15 de Outubro de 2010
Assinam
José Cândido (Dep. Estadual PT SP), Milton Barbosa (MNU), Kika - Valkiria S. Silva (CONEN), Markus Sokol (DN-PT), Marcelo Buzetto (MST), Maria Gorete (MST), Bárbara Corrales (PT Guaianazes), Regina Lucia dos Santos (MNU), Conceição Reis (Intecab), Zindzi Silva G. dos Santos (Oriashé/MMM), Raquel Plut Fernandes (DZ PT-Campo Limpo), Enedina Ferreira Andrade (MST), Luis Paulo Almeida (MST), Diana J. Fernandes (MST), Dionara Soares Ribeiro (MST), Lara Spoto, Rosana Santos (MST), Maria Tereza Secco (Fórum ESA SP), Paulo Brito (Apeoesp SP), Rafael Pinto (Conen), Diogo Gomes, Bruno Augusto Dias (Ilê Asé Oya Mirewa), Mãe Mirewa (Ilê Asé Oya Mirewa), Lucia Skromov (Comitê Pró-Haiti), Eloísa Helena Alves da Silva (Negro Sim), Mércia R. N. de Sousa (Ilêasé Oya Mirewa), Clovis Bernardo da Silva, Juliana G. Ap. M. C. (Quilombo Cacadena), Alcides Nogueira dos Santos, Afonso Silva, Emmanuel Ulysse (Morepia), Nelson Galvão (SINPEEM)

 

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