sábado, 20 de março de 2010

Blog da Reforma Agrária

Conheça o blog em defesa da Reforma Agrária



Por Rodrigo Vianna

De O Escrevinhador



A Rede de Comunicadores pela Reforma Agrária - formada a partir da iniciativa de um grupo de jornalistas, que assinaram manifesto para denunciar a ofensiva dos setores conservadoresque defendem o latifúndio - lança um blog para acompanhar a chamada CPMI do MST e o processo de criminalização dos movimentos sociais.



O blog pretende também apresentar experiências que demonstram como os assentamentos têm um papel fundamental para o desenvolvimento do país, além de um raio-x da situação do campo, dos impactos do agronegócio para os trabalhadores rurais e para a produção de alimentos.



O endereço do blog é http://www.reformaagraria.blog.br/



Para aderir à rede de comunicadores, entre no blog e faça o seu cadastro. Contribua mandando textos, informações e denúncias do seu estado.



Abaixo, leia o manifesto e saiba quem faz parte da Rede de Comunicadores pela Reforma Agrária



MANIFESTO



Está em curso uma ofensiva conservadora no Brasil contra a reforma agrária, e contra qualquer movimento que combata a desigualdade e a concentração de terra e renda. E você não precisa concordar com tudo que o MST faz para compreender o que está em jogo.



Uma campanha orquestrada foi iniciada por setores da chamada “grande imprensa brasileira” – associados a interesses de latifundiários, grileiros - e parcelas do Poder Judiciário. E chegou rapidamente ao Congresso Nacional, onde uma CPMI foi aberta com o objetivo de constranger aqueles que lutam pela reforma agrária.



A imagem de um trator a derrubar laranjais no interior paulista, numa fazenda grilada, roubada da União, correu o país no fim do ano passado, numa ofensiva organizada. Agricultores miseráveis foram presos, humilhados. Seriam os responsáveis pelo "grave atentado". A polícia trabalhou rápido, produzindo um espetáculo que foi parar nas telas da TV e nas páginas dos jornais. O recado parece ser: quem defende reforma agrária é "bandido", é "marginal". Exemplo claro de “criminalização” dos movimentos sociais.



Quem comanda essa campanha tem dois objetivos: impedir que o governo federal estabeleça novos parâmetros para a reforma agrária (depois de três décadas, o governo planeja rever os “índices de produtividade” que ajudam a determinar quando uma fazenda pode ser desapropriada); e “provar” que os que derrubaram pés de laranja são responsáveis pela “violência no campo”.



Trata-se de grave distorção.



Comparando, seria como se, na África do Sul do Apartheid, um manifestante negro atirasse uma pedra contra a vitrine de uma loja onde só brancos podiam entrar. A mídia sul-africana iniciaria então uma campanha para provar que a fonte de toda a violência não era o regime racista, mas o pobre manifestante que atirou a pedra.



No Brasil, é nesse pé que estamos: a violência no campo não é resultado de injustiças históricas que fortaleceram o latifúndio, mas é causada por quem luta para reduzir essas injustiças. Não faz o menor sentido...



A violência no campo tem um nome: latifúndio. Mas isso você dificilmente vai ver na TV. A violência e a impunidade no campo podem ser traduzidas em números: mais de 1500 agricultores foram assassinados nos últimos 25 anos. Detalhe: levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT) mostra que dois terços dos homicídios no campo nem chegam a ser investigados. Mandantes (normalmente grandes fazendeiros) e seus pistoleiros permanecem impunes.



Uma coisa é certa: a reforma agrária interessa ao Brasil. Interessa a todo o povo brasileiro, aos movimentos sociais do campo, aos trabalhadores rurais e ao MST. A reforma agrária interessa também aos que se envergonham com os acampamentos de lona na beira das estradas brasileiras: ali, vive gente expulsa da terra, sem um canto para plantar - nesse país imenso e rico, mas ainda dominado pelo latifúndio.



A reforma agrária interessa, ainda, a quem percebe que a violência urbana se explica – em parte – pelo deslocamento desorganizado de populações que são expulsas da terra e obrigadas a viver em condições medievais, nas periferias das grandes cidades.



Por isso, repetimos: independente de concordarmos ou não com determinadas ações daqueles que vivem anos e anos embaixo da lona preta na beira de estradas, estamos em um momento decisivo e precisamos defender a reforma agrária.



Se você é um democrata, talvez já tenha percebido que os ataques coordenados contra o MST fazem parte de uma ofensiva maior contra qualquer entidade ou cidadão que lutem por democracia e por um Brasil mais justo.



Venha refletir com a gente:



- por que tanto ódio contra quem pede, simplesmente, que a terra seja dividida?



- como reagir a essa campanha infame no Congresso e na mídia?



- como travar a batalha da comunicação, para defender a reforma agrária no Brasil?



É o convite que fazemos a você.



Assinam:



- Alcimir do Carmo.



- Altamiro Borges.



- Ana Facundes.



- André de Oliveira.



- André Freire.



- Antonio Biondi.



- Antonio Martins.



- Bia Barbosa.



- Breno Altman.



- Conceição Lemes.



- Cristina Charão.



- Cristovão Feil.



- Danilo Cerqueira César.



- Dênis de Moraes.



- Emiliano José.



- Emir Sader.



- Flávio Aguiar.



- Gilberto Maringoni.



- Giuseppe Cocco.



- Hamilton Octavio de Souza.



- Henrique Cortez.



- Igor Fuser.



- Jerry Alexandre de Oliveira.



- Joaquim Palhares.



- João Brant.



- João Franzin.



- Jonas Valente.



- Jorge Pereira Filho.



- José Arbex Jr.



- José Augusto Camargo.



- José Carlos Torves.



- José Reinaldo de Carvalho.



- José Roberto Mello.



- Ladislau Dowbor.



- Laurindo Lalo Leal Filho.



- Leonardo Sakamoto.



- Lilian Parise.



- Lúcia Rodrigues.



- Luiz Carlos Azenha.



- Márcia Nestardo.



- Marcia Quintanilha.



- Maria Luisa Franco Busse.



- Mario Augusto Jacobskind.



- Miriyám Hess.



- Nilza Iraci.



- Otávio Nagoya.



- Paulo Lima.



- Paulo Zocchi.



- Pedro Pomar.



- Rachel Moreno.



- Raul Pont.



- Renata Mielli.



- Renato Rovai.



- Rita Casaro.



- Rita Freire.



- Rodrigo Savazoni.



- Rodrigo Vianna.



- Rose Nogueira.



- Rubens Corvetto.



- Sandra Mariano.



- Sérgio Caldieri.



- Sérgio Gomes.



- Sérgio Murilo de Andrade.



- Soraya Misleh.



- Tatiana Merlino.



- Terezinha Vicente.



-Vanderley Caixe - Carta O Berro



- Vânia Alves.



- Venício A. de Lima.



- Verena Glass.



- Vito Giannotti.



- Wagner Nabuco.





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