terça-feira, 24 de novembro de 2009

Cultura Africana




Fonte: http://racabrasil. uol.com.br / / CULTURA-gente/ 137 / artigo155789- 3.asp


Culto aos antepassados
A grande alavanca que reergue os valores das mais diversas etnias e nações africanas e as suas raízes na terra

por Janaina Azevedo *



Quem assiste às imagens que retratam a África nos dias atuais vê um continente riquíssimo em cultura, recursos naturais e muitos outros bens, mas que ainda vive soterrado sob os escombros das guerras, da colonização que terminou há menos de 40 anos e da transculturaçã o. este último processo foi o que mais deixou marcas profundas: mais do que dominar o continente para explorar sua mão-de-obra e seus recursos naturais, muitas foram as tentativas de culturalmente Subjugar como nações ali existentes, despojando-as de suas religiões, de sua arte, de seu modo de se vestir, de suas festas e incutindo a do europeu civilizado. reverter um quadro destes pode ser muito difícil. Mas, desde o início das lutas pela libertação do continente, um recurso Proveniente do povo próprio e de sua força, tem Sido uma grande alavanca que reergue os valores das mais diversas etnias e nações africanas: o culto aos antepassados e às suas raízes na terra .
Mais do que falar que o continente africano é o berço das civilizações e que lá foram encontrados os fósseis mais antigos do gênero Homo (sapiens, neandertal, erectus, Etc), uma parte da história que nos interessa remete aos dois últimos milênios, em especial, aos contatos entre as civilizações subsaarianas (que ficam abaixo do deserto do Saara, também conhecida como África Negra e) as civilizações e impérios europeus por conta de expansionismo seu e dos processos colonizatórios que infringiram uma Povos outros. A África, falando de colonização, passou por dois grandes momentos de intervenção Europeia: o primeiro mais longo e menos invasivo, a partir do século XV, com uma expansão marítima eo comércio de escravos. O segundo no século XIX, muito mais agressivo, que dividiu as Regiões africanas entre as nações mais poderosas da Europa naquela época, entre elas Inglaterra, França, Bélgica, Portugal e Alemanha. tal fato comunidades separou e Criou grandes processos migratórios por conta da Necessidade de mão-de-obra para exploração dos recursos naturais, agrícolas e Pecuários do Continente. Mais que isso, separou famílias este processo, Gerações, homens e mulheres, pais e filhos.
Não obstante, Surgia um transculturaçã o, um processo que dividiria o continente e suas nações de maneira incomparável e cruel: Para aqueles que se destacavam de alguma maneira era dado "o direito eo privilégio" de ser branco - ao menos no papel; classificações surgiam pela cor, pelo local de nascimento, pela língua que se falava. tudo isso, numa tentativa de reverter o colonizado um um membro passivo do processo de dominação, resistências em, sem uma cultura em que se apoiar, sem uma causa pela qual viver. E foi justamente a percepção desta condição que fez surgir movimentos como o da negritude, grandes impulsionadores das guerras de libertação em toda a África. Esse movimento, em particular, tem origens tanto Baseadas em negros, brancos e mestiços em quanto que vinham lutando por um Renascimento Africano desde as décadas de 1910, 1920 e 1930, com uma valorização na arte e na literatura africanas das Raízes - movimento este que se propagaria até a América dando origem, a grandes personalidades como Martin Luther King, Billy furacão e feriado. na própria África, inspiraria figuras como Mandela Pepetela, entre outros.

O africano especializou- se em guardar suas histórias por meio da música e da poesia, memorizando- as. Surgiram os historiadores da palavra, conhecidos como grioots. Eels Fixam em suas mentes que passam e histórias de pai para filho, não só sobre uma família física, mas sobre toda uma comunidade.

As raízes e seu tronco
Ao reconhecer-se como um ser de alma religião, cultura e coração, Capaz de valorizar o sagrado, o que haveria de mais sagrado a que dar valor Aqueles que vieram antes de nós, às nossas raízes, à nossa história, aos nossos antepassados ? Este foi o Princípio do resgate de uma identidade Abalada pelos Constantes ataques da máquina da colonização e da exploração. Embora existam muitos exemplares dos cultos aos antepassados, mais um dos significativos, por sua abrangência e manifestações diretas e indiretas no Brasil, é o Culto do Baobá, uma árvore mítica, ancestral. As raízes ancestrais são os já abraçados pela terra, que coexistem e Habitam num plano contiguo ao nosso, ajudando na vida dos que aqui estão, reencarnando para voltar ao seio da família e estar com Aqueles que são do seu sangue. O tronco é formado pelas crianças em crescimento ainda, subindo em direção ao ápice de suas vidas. Os galhos e as folhas são o amadurecimento. Quando uma folha cai, ela retorna à terra para alimentar as raízes e, assim, volta a fazer parte delas. O Baobá é uma árvore da vida, do eterno ciclo de renovação. O mesmo ciclo de renovação que faz renascer uma África, sob os passos MOROSOS dos que ainda andam descalços sobre a terra castigada pela exploração, ou os que levam firmes o negro como um Revalorizar suas origens.




Léopold Sédar Senghor: Suas obras ajudaram um reerguer a cultura do Senegal, e de Outros Países Africanos
Falou-se pela primeira vez em negritude
... em um livro de poemas de Aimé Césaire, de 1938, Cahier d'un retour au pays natal (Memórias de um regresso a minha Terra Natal). A obra estava Intimamente ligada às reivindicações dos estudantes africanos em Paris, nos Princípios da década de 1930, contra a exploração da África ea violência com que a cultura negra nas colônias era banida. O ápice do movimento acontece quando Léopold Sédar Senghor (1906-2001), o primeiro africano a completar o curso na Sorbonne, publica suas obras Exaltando uma identidade negra, mas lamentando o impacto negativo da Cultura Europeia nas tradições africanas. Essas obras marcariam os valores tarde, que mais, ajudariam uma reerguer uma cultura de tantos outros Países Africanos, além do seu próprio Senegal. Dentre estes valores, o mais importante foi um grito de libertação para a cultura, a religiosidade ea espiritualidade: "O homem negro é Essencialmente religioso e cultural, ritual e celebrante, porque para ele existe um ente supremo, o 'sagrado', é que o verdadeiro real. O homem negro é simbólico, porque o seu mundo é o mundo das imagens e do concreto, todas as realidades materiais, visíveis e imediatas são anunciadoras e portadoras de outras realidades. O homem negro é o homem de coração porque, Para além do corpo, da habilidade da força vital, do entendimento e de todas as outras qualidades humanas, é ainda pelo coração que o homem se define, que vale o homem e é julgado, para usar uma categoria de um provérbio africano: o Coração do Homem é o seu rei ".

Antepassados Vínculos
Assim, é essencial falar sobre dois fatores importantíssimos dessa equação: a família ea História. O conceito de família para uma grande parte das comunidades africanas é muito mais diverso do que conhecemos. A família não é um mero laço de sangue direto (pai, mãe, filhos, tios e avós). A família compreende todo o espiritual ambiente cercado de um indivíduo que está e está Baseada na relação de cooperação, de ajuda mútua, de aprendizado. Em algumas comunidades, por exemplo, como um CRIANÇAS NÃO TEM NOME próprio até cerca dos sete anos de idade. E isso não acontece - como alguns pessimistas Tentam provar - Devido às altas Taxas de Mortalidade. E por que o africano considera que, a partir de então, é que a criança começa a Desenvolver sua personalidade. Antes de ser um indivíduo, ele DEVE estar integrado ao ambiente coletivo e espiritual e, mais do que isso, ele não apenas tem uma única mãe: tem as mães espirituais, aquelas que precederam a que hoje estão encarnadas (além de ter todas as mulheres daquela comunidade como sua mãe). A individualidade é um conceito europeu. por isso uma africana convivência social, o respeito pelos mais velhos e pelas tradições é tão mais intenso e presente nas comunidades tribais. A família eo coletivo transcendem uma carne eo mundo físico. Baobá o tal qual, com profundas raízes, mas Cuja copa tenta Alcançar o mais alto do céu. O Baobá é uma fonte da ancestralidade ea história de todos os que estão em suas raízes, tronco, folhas e galhos. Entretanto, é Necessário lembrar que A maioria das línguas africanas não possuía escrita até o contato com o europeu e, mesmo nos dias de hoje, uma grande parte ainda não a Possui. Então, como era guardada uma história? O africano especializou- se em guardar suas histórias por meio da música e da poesia, memorizando- as. Surgiram os historiadores da palavra, os griots conhecidos como. Eels Fixam em suas mentes e as histórias que passam de pai para filho, não só sobre uma família física, mas sobre toda uma comunidade. Histórias de reis e de gente comum, guerras, batalhas, derrotas e vitórias; histórias de migrações, secas e chuvas, de boas colheitas e de estiagem. Os griots Mantêm viva a chama ancestral, eles pois não permitem que Aqueles que viveram antes Sejam da memória perdidos. Eles não apenas guardam histórias. e guardam conhecimentos, justamente por isso, é que se diz que em nenhum momento que um griot morre na África é como se toda uma biblioteca de exemplares únicos fosse queimada. Embora hoje exista o recurso da escrita, mais do que história e conhecimento, o papel do griot diz respeito ao compromisso com o ancestral, o de não Permitir ao jovem, à criança, ao homem e à mulher, que se esqueçam de onde vieram, para ter POSSAM que passos seguros na direção Seguirem em que. Essa segurança, poderia dar algum livro.

* Janaina Azevedo é formada em Linguística e Ciências da religião e trabalha com difusão cultural de assuntos sobre África e afro-brasilidade nestas áreas

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