quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Besouro o Filme Nacional


Cinema | 29/10/2009 | 04h24min

Filme de ação nacional “Besouro” estreia amanhã
Longa de ação de João Daniel Tikhomiroff mira as jovens plateias
Marcelo Perrone | marcelo.perrone@zerohora.com.br
Com a bênção de orixás africanos, temperado com dendê baiano e molho chinês, Besouro chega literalmente voando alto no quadro geral do cinema brasileiro. Investindo em um gênero pouco comum no país, o filme de ação que mira as jovens plateias, a produção de R$ 10,5 milhões entra em cartaz amanhã em grande estilo, com 160 cópias – o esperado documentário póstumo de Michael Jackson, This is It, está em cartaz com 200.

Ao participar da sessão de lançamento do Besouro em Porto Alegre, segunda-feira passada, o diretor carioca radicado em São Paulo João Daniel Tikhomiroff explicou que muitos não acreditaram quando ele anunciou qual era o projeto que marcaria sua estreia em longa-metragem. Consagrado diretor do comerciais – soma 41 Leões de Ouro no Festival de Publicidade de Cannes, o segundo maior número de conquistas de um profissional no mais prestigiado evento do setor –, Tikhomiroff decidiu levar às telas a lenda que cerca a trajetória do capoeirista baiano Manuel Henrique Pereira (1895 – 1924), conhecido como Besouro.

– Me chamaram de louco – disse o diretor (confira entrevista com ele no destaque).

Cantado e louvado nas rodas de capoeira pelas façanhas a ele atribuídas, Besouro ganhou na região de Santo Amaro da Purificação a fama de ter o corpo fechado pelos orixás. Metia medo nos inimigos e saía ileso das mais acirradas peleias.

Besouro, o filme, reforça o aspecto de super-herói do personagem, colocando-o como líder da resistência negra contra a opressão de um típico coronel dono de um engenho de açúcar e seu violento exército de jagunços, para os quais a notícia da abolição da escravatura ainda não chegou.

Em busca de maior autenticidade, Tikhomiroff recrutou para protagonista um capoeirista de verdade, Ailton Carmo, que, assim como os demais atores não-profissionais, contou com o apoio da preparadora de elenco Fátima Toledo. A carta na manga do diretor, porém, foi a convocação do chinês Huan Chiu Ku para assinar as coreografias de luta. Responsável pelas espetaculares sequências acrobáticas de filmes como O Tigre o Dragão, de Ang Lee, e os dois Kill Bill, de Quentin Tarantino, o chinês ajuda a reforçar o tom de fábula fantástica do longa brasileiro, ao fazer Besouro voar nas asas da imaginação, em piruetas e golpes que rompem as leis da gravidade.

É justamente essas opções que colocam Besouro sob a ameaça de uma rasteira. Fica evidente a falta de estofo dramático de Ailton, exigido por demais em muitas sequências de ritmo lento, e, paradoxalmente, de menos nas cenas que a plateia mais espera: Besouro mandando ver na pancadaria.

ZERO HORA

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sim