terça-feira, 18 de agosto de 2009

Há Sete Anos a Volta do Glória a Primeira Divisão


Há 7 anos, Leão voltava à Primeira Divisão


Todas as decisões da história do G.E.Glória certamente estão marcadas na memória do torcedor, mas uma merece atenção especial: o jogo do retorno à Primeira Divisão no ano de 2002 em um Bento Freitas lotado pela fanática torcida xavante.

A caminhada para aquela decisão começou no dia 3 de março, quando o Leão fez sua estréia na Segundona vencendo a equipe do Gaúcho no Altos da Glória por 2 a 0.

Na Primeira Fase somou 17 pontos e garantiu a primeira colocação do grupo 3. Passando para a fase semi-final, a equipe gloriana mais uma vez somou 17 pontos e garantiu a liderança da chave 5 e a classificação para o hexagonal final.

O Glória chegou à ultima rodada da fase final precisando vencer a Ulbra e torcendo para que o Brasil de Pelotas perdesse para o Avenida, a tarefa era complicada, visto que o Xavante jogaria em seus domínios. Mas quiseram os deuses do futebol que isso se concretizasse. O Leão passou pela Ulbra em Vacaria com uma vitória por 2 a 1, e em Pelotas o Avenida venceu de virada o Brasil pelo mesmo placar. Com os resultados, Glória e Xavante empataram na segunda colocação do hexagonal com 16 pontos, e o regulamento de tal temporada dizia que, ao haver empate por pontos ao final da última fase, as equipes empatadas deveriam se enfrentar em dois confrontos para decidir com quem ficaria a vaga do acesso.

Como o Brasil-Pel levou vantagem no saldo de gols, teria o segundo jogo no Bento Freitas.

Dia 7 de agosto de 2002 o torcedor gloriano lotou o estádio Altos da Glória para apoiar o Leão em busca da vitória, e a energia positiva que vinha da arquibancada foi correspondida, ao final daquela quarta-feira todos comemoravam a vitória por 3 a 1 em cima do Xavante, na oportunidade, Tiganá foi eleito o melhor jogador em campo. Os gols do Glória foram anotados por Marquinhos e Bodanesi duas vezes.

Naquela semana Vacaria respirava futebol, o assunto não poderia ser outro, a animação era geral, todos comemoravam a vitória, mas ao mesmo tempo estavam apreensivos com a decisão que ainda estava por vir.

Precisando apenas empatar para garantir o acesso, o Leão entrava em campo naquela gelada tarde de domingo, 11 de agosto de 2002, e como já era esperado, o estádio Bento Freitas estava lotado com uma fanática torcida que a uma só voz pedia a vitória xavante. Se o Brasil vencesse, a partida iria para a prorrogação.

Os onze guerreiros glorianos entraram em campo com o fardamento branco dispostos a voltar para Vacaria com o acesso na bagagem.

A iniciativa era da equipe mandante, que na primeira etapa teve sua melhor oportunidade em uma cabeçada de Serginho Brasília tirada em cima da linha por Careca. Como o resultado do 0 a 0 servia, o Glória explorava apenas os contra-ataques com sua dupla de ataque, Tiganá e Marquinhos.

Na etapa complementar a equipe da casa tentava a todo custo o gol que levaria a partida para a prorrogação, mas devido ao nervosismo acabava pecando no último passe. Mantendo o mesmo sistema de jogo da primeira etapa, o Leão jogava apenas nos contra-ataques. O zagueiro gloriano Careca e o volante xavante Jackson brigaram e foram expulsos pelo árbitro Leandro Vuaden.

Então, aos 40 minutos do segundo tempo, Darzoni marcou para o Brasil, mas o que era festa da torcida se tornou em revolta após o juiz anular o gol. A confusão estava formada, o bandeirinha Luiz Guaranha Filho foi atingido por uma pedra no rosto, o campo foi totalmente invadido pelos dirigentes e pelos jogadores reservas da equipe da casa. A torcida enfurecida fazia um combate com a Brigada Militar nas arquibancadas do estádio.

Reiniciada a partida, o abalado Brasil foi para o tudo ou nada, e aos 50 minutos Marcelo Bolacha não consegue dominar uma bola na grande área, e esta acaba batendo em sua mão. Vuaden não pensou duas vezes, pênalti. Dido cobra, manda um foguete no meio do gol, fazendo a festa da torcida xavante. A festa era geral, todos iam à loucura no Bento Freitas com o gol. Tudo indicava que a partida seria decidida na prorrogação, agora com os papéis invertidos, a equipe da casa motivada e o Glória abalado.

Então brilhou a estrela gloriana, na saída de bola do meio campo, o Leão partiu para o ataque, conseguindo uma falta na entrada da grande área do Brasil, o estádio inteiro estava pedindo o final do jogo. O jogador que se apresenta para bater a falta é Sandro Ventura, todos os jogadores das duas equipes estavam no interior da área xavante. A bola ajeitada com carinho, a concentração, o último suspiro antes do chute, Sandro partia para a bola, a fanática torcida xavante vaiava e o improvável aconteceu: em um foguete, ao melhor estilo de Roberto Carlos, Sandro Ventura acerta um chutaço e manda a bola no canto esquerdo do goleiro Paulo Sérgio, aos 52 minutos, era o 1 a 1, o resultado da classificação.

A festa se invertia, Vacaria explodia de felicidade, o árbitro encerrava a partida e a festa era gloriana em um Bento Freitas como nunca se tinha visto antes. Restou a torcida xavante olhar a festa do Leão da Serra dentro de campo e passar mais um ano na Segunda Divisão.

Vacaria foi tomada por azul e branco, os heróis do acesso desfilavam pelas ruas da cidade em um caminhão do Corpo de Bombeiros.

O Glória voltava para o lugar de onde nunca deveria ter saído.

E aquela tarde de 11 de agosto de 2002 ficará gravada para sempre na memória do torcedor gloriano.

Os profissionais que defenderam o Leão naquela partida: Rondinelli; Adaílton, Careca, Marcelo Bolacha e Edinho; Ricardo, Elói (Sandro Ventura) e Bodanesi (Flávio Fernandes), Tiganá (Rica) e Marquinhos. Técnico: Nestor Simionatto.
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Confira hoje no programa Esmeralda nos Esportes às 19:00h uma entrevista exclusiva de Sandro Ventura, o herói do retorno.



Data: 11/08/2009 - 01:05
Fonte: Neto Ferreira/Assessor de Imprensa G.E.Glória

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