segunda-feira, 20 de julho de 2009

Transferência

RUY CARLOS OSTERMANNUma transferência
Gre-Nal necessariamente histórico, pela data, pelo século e, num plano mais simples e imediato, decisivo para o Grêmio que o venceu literalmente. Quebrou uma aparente tendência de derrotas em clássico, tirou o Inter de sua melhor colocação na tabela do Brasileirão e transferiu para o Beira-Rio todas as queixas, suspeitas e desistência que de algum modo vinha sofrendo. O significado desse Gre-Nal é o mesmo de todos os Gre-Nais, mas esse ainda é o histórico e estava posto arrogantemente no terminal de um abatimento gremista finalmente resolvido.

Mas o jogo dá ainda melhores razões ao time de Autuori que, depois do Gre-Nal, continuou cauteloso, falando mais de sintomas do que de fatos novos alvissareiros e do orgulho que todos deveriam sentir por terem a felicidade de participar de um jogo de tamanha importância. Se acrescentasse que a felicidade ainda seria maior para o vencedor, não teria dito nada fora do lugar, mas não disse, foi elegante e justo.

O time do segundo tempo, depois de padecer de algumas incertezas de marcação e bloqueio, foi superior ao time do Inter, impôs uma marcação bem feita por setor, mas com pressão, e Réver foi o grande zagueiro assim como Souza foi o jogador destacado na movimentação além de ser o autor de um gol corretivo no primeiro tempo na cobrança perfeita de uma falta à frente da grande área. O empate foi uma vantagem.

Ousadia

A escolha de Mário Fernandes para jogar no lugar antes ocupado por Thiego começa pelo fato de que ambos são zagueiros. A premissa de Autuori é que toda modificação, se for inevitável, deve acarretar o grau mínimo de mudanças. Mário Fernandes fez exatamente o que faria Thiego, mas já com uma vantagem: ele joga com naturalidade, tem boa técnica, velocidade para a marcação e para eventual avanço e, passados os primeiros 10 minutos em que estava um pouco precipitado, foi um dois melhores do time assim como Souza, Réver, Rafael Marques, Fábio Santos e Tcheco. Não ganhou ainda a posição que deve, no critério de Autuori, voltar para Thiego. Mas já tem a credenciais da titularidade. A ousadia do técnico escalando um jovem de 18 anos para jogar o Gre-Nal só poderia ter mesmo essas garantias que, no Olímpico, todos já reconhecem.

Inverso

A derrota rebaixou o Inter para a terceira posição na tabela, mas ainda com garantias que recomeçam a ser confirmadas na quarta-feira contra o São Paulo, que ganhou do Santos, e pode estar recomeçando a jogar. O campeonato é mesmo assim e não foi por nada que titulei essa coluna no domingo com a certeza de que a vida continua. Vale para o Grêmio, que vai a Florianópolis, e também vale para o Inter que está com Taison em baixa, Nilmar sem assistência e uma redução geral do ritmo de jogo que tanto o beneficiava com passes, avanço e contenção do adversário que precisa recuperar com urgência sob pena de desmerecer sua posição na tabela. O vice Fernando Carvalho admitiu que o time não tem jogado bem, mas reiterou a posição que lidera no clube, a de que Tite permanece. É a situação inversa provocada pelo Gre-Nal.

E é mesmo o que devo argumentar no Bem, Amigos desta noite no 39.
Fonte: Zero Hora

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