segunda-feira, 20 de abril de 2009

Inter Bi-Campeão


20 de abril de 2009 | N° 15945AlertaVoltar para a edição de hojeA DECISÃO
37 minutos arrasadores
Goleada de 8 a 1 teve seu período mais marcante entre os seis minutos (gol de Magrão) e os 43 do primeiro tempo (gol de D’Ale)Uma goleada de 8 a 1 como o Inter aplicou no Caxias, ontem à tarde, no Beira-Rio, não se explica só porque o vencedor é muito bom, nem só porque o perdedor é muito ruim. É preciso haver ambas as condições. O Inter, campeão invicto do Gauchão de 2009, talvez não seja o melhor time do mundo, como o técnico adversário, Argel, passou a semana a definir, mas é sem dúvida muito bom; e o Caxias, vice-campeão do segundo turno, não passa mesmo de um time ruim.

Ontem, a opressiva superioridade do Inter sobre seu desafiante ficou plasmada desde o primeiro minuto. O Inter começou tocando a bola em velocidade, envolvendo o Caxias, infiltrando-se pelas laterais do campo, abrindo a defesa inimiga, e assim foi durante todo o primeiro tempo. Os jogadores do Caxias assistiam ao Inter trocar passes. Nada mais do que isso: assistiam. Nem falta conseguiam cometer: foram tão-somente sete em 45 minutos. Por que não faziam falta? Não foi porque o Caxias é um time de bom coração. Foi porque os jogadores do Caxias não achavam os jogadores adversários. O toque de bola do Inter, um toque de bola refinado, rápido, preciso, carioca, deixou tontos os caxienses. Resultado: uma situação de gol atrás da outra, numa sequência tão sufocante quanto humilhante. E, além das situações de gol, os próprios gols. Sete na primeira etapa. Uma média de um gol a cada seis minutos e 24 segundos. Não perca a conta:

Aos seis minutos, D’Alessandro driblou um zagueiro pela direita e cruzou para Magrão cabecear: 1 a 0.

Aos 15, Kleber lançou da intermediária e Taison se antecipou ao goleiro: 2 a 0.

Aos 18, Nilmar chutou de direita, fazendo o terceiro.

Aos 22, o chute de Nilmar foi até meio fraco: 4 a 0.

Aos 32, a surpresa: Guiñazu entrou livre na área e deslocou o goleiro feito centroavante: 5 a 0.

Aos 39, Magrão, por cobertura, fez o gol meia dúzia.

Aos 43, depois de uma linha de passe, D’Alessandro fechou os 7 a 0.

Ah, aos 41 minutos o Caxias deu seu primeiro chute a gol. Marcos Denner havia cobrado uma falta rasteira, troncha, meio molenga, e o goleiro Lauro acabou praticando sua primeira defesa na partida.

O jogo estava liquidado. O Inter não precisava se esforçar mais. Nem queria. No ano passado, quando meteu os mesmos 8 a 1 no Juventude, o Inter estava ressentido: o Juventude o derrotara três vezes naquele ano. Na última derrota, o culpado fora Fernandão, que havia entregue uma bola para o contra-ataque no último minuto de jogo. Mais: aquele Inter versus Juventude era a final de fato do campeonato, não uma decisão de turno. Quer dizer: ainda que o Inter perdesse o jogo de ontem, não perderia o Gauchão. Ontem, só o Inter poderia ser campeão. Em resumo: a equipe não jogava com raiva, como jogou contra o Juventude.

Assim, o ânimo colorado haveria de arrefecer no segundo tempo.

Arrefeceu.

Nem a torcida nas arquibancadas fazia tanta festa. Não exigia alma, garra, sangue, essas palavras de ordem bélicas tão ao gosto dos torcedores de futebol. Nada disso. Os torcedores do Inter se divertiam no Beira-Rio. Os jogadores, em campo, deixavam o tempo passar. O Caxias, por sua vez, merece pelo menos um elogio: seus jogadores jamais foram desleais. Suportaram a surra sem apelar para a violência. Até jogaram um pouco de futebol no segundo tempo, ficaram um pouco mais com a bola e, aos 20 minutos, Christian Borja enfiou a bola entre as pernas de Índio e chutou para fazer o gol de honra do seu time. Aliás, um belo gol.

Aos 42, para igualar o placar do ano passado, o zagueiro Álvaro, de cabeça, marcou 8 a 1. A consagração final ocorreu no palanque armado no estádio para a entrega das taças: um sorridente Fábio Koff, um dos maiores dirigentes do arquirrival Grêmio, assistiu bem de perto à festa do campeão.



DAVID COIMBRA
ZERO HORA.com
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Fonte: Zero Hora

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