sexta-feira, 20 de março de 2009

NPC

http://www.piratininga.org.br


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Boletim do NPC — Nº 142 — De 15 a 31/3/2009
Para jornalistas, dirigentes, militantes
e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais

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Notícias do NPC


Vídeos de palestras do 14º Curso Anual do NPC/2008 já foram enviados

Ao final do 14º Curso Anual prometemos enviar algumas gravações de palestras proferidas durante aqueles quatro dias de maratona de debates. Demoramos um pouco, mas nesta semana finalmente começamos a enviar o material.

Quem nos ofereceu a filmagem e a edição foi a Paraná Educativa, que enviou uma equipe para acompanhar alguns dias do evento. Os vídeos já foram exibidos na Educativa/Paraná. São quatro DVDs com as palestras de Ignácio Ramonet, José Arbex, Hamilton de Souza, Reginaldo Moraes
Beto Almeida, Cristiane Sekefe, Laurindo Leal e Alípio Freire, entre outros.


Não deu para ter a gravação de todos os expositores, mas estes já são suficientes para ocupar boas manhãs de domingo. Então só nos resta desejar um bom uso destas palestras em cursos, programas de TV etc.


Estamos montando o 15º Curso Anual. A data fixada, por enquanto, é de 12 a 15 de novembro de 2009. Lembramos que este ano é o 50º aniversário da Revolução Cubana. Convidamos Aleida Guevara, que já aceitou o convite de estar na abertura.

Saudações companheiras a todos vocês e... até já!


Equipe do NPC





NPC participa de debate em Barra Mansa

O Centro Universitário de Barra Mansa (UBM), por meio do curso de Comunicação Social, promove a palestra “Comunicação Alternativa: Ideologia ou mercado de trabalho?”, com o coordenador do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), Vito Giannotti. O encontro ocorre na terça-feira, dia 24 de março, às 19h, no Salão Nobre Professor Jayme Dantas, no Campus Barra Mansa.





Radiografia da Comunicação Sindical


Revista Mátria possibilita discussão de gênero nas escolas




Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) lançou a sétima edição da Revista Mátria - A Emancipação da Mulher. O caderno é direcionado a alunos e professores de escolas públicas de todo o país.

Os avanços da luta pela igualdade de gênero no Brasil, a sexualidade, a situação da mulher na família e no trabalho e a qualidade do ensino são temas abordados neste número. Além de comemorativa ao dia 8 de março, a revista pode ser utilizada durante todo o ano. A publicação traz textos interativos com indicações de atividades em sala, leituras, filmes e calendário com várias datas relativas às lutas das mulheres, artigos e reportagens.

Para Raquel Guisoni, secretária de Relações de Gênero da CNTE, “a revista Mátria é um meio de comunicação que tem muita aceitação no meio acadêmico, feminista, no movimento sindical e social”.


A capa de 2009 é a escritora francesa Simone de Beauvoir, ícone feminista do século 20 e referência na longa jornada contra o preconceito sexista. Sua histórica teoria de vida inspirou a revista a rever temas como o casamento e a instabilidade dos sentimentos. Hoje, eles desafiam as relações e colocam em xeque o antigo núcleo familiar. Temas que normalmente são tabus na nossa imprensa sindical.


Leia mais sobre o conteúdo da revista e baixe a última edição no site da CNTE.



A Comunicação que queremos


Web Rádio Petroleira alcança marca de 100 mil acessos



Próximo do aniversário de 50 anos do Sindipetro-RJ, os petroleiros e lutadores da democratização da comunicação ganharam mais um motivo para comemorar. Inaugurada em 18 de dezembro de 2007, tendo como convidado especial João Pedro Stédile, a Web Rádio Petroleira ultrapassou essa semana (de 16 a 21 de março) os 100 mil acessos. A programação da web rádio pode ser ouvida no endereço www.radiopetroleira.org.br.


O grande diferencial da Rádio Petroleira está na abordagem militante e na construção sintonizada com os movimentos sociais e organizações populares, tão acostumados a serem criminalizados pela mídia comercial.

A Agência Petroleira de Notícias assume cada vez mais um papel de referência para os movimentos sociais e para a campanha “O Petróleo tem que ser nosso”. A direção do Sindipetro-RJ já pensa em novas ferramentas de comunicação: o compromisso agora é na viabilização da Web TV Petroleira.

[Fonte: Agência Petroleira de Notícias]



De Olho Na Mídia


Seminário discute imagem da Mulher na Mídia

[Por Sheila Jacob] De 12 a 15 de março foi realizado, em São Paulo , o seminário “O controle social da imagem da mulher na mídia”. A atividade foi organizada pela articulação Mulher e Mídia, da qual participam 25 entidades, com o apoio da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres do governo federal.


“A ausência da imagem e da voz de um Brasil plural, multicultural e multi-étnico faz com que a maioria das mulheres brasileiras não se reconheça na TV. (...) É constante na grade de programação a espetacularização e interpretação da ‘realidade’ segundo uma visão única e conservadora, o modelo inalcançável e impositivo de beleza”, diz a justificativa do evento.


Entre as diversas mídias, a televisão foi escolhida como principal foco de análise “por ser o principal meio de comunicação e entretenimento e veiculação de valores em nossa sociedade”.


Para Valmíria Guida, do Coletivo de Mulheres Ana Montenegro, além das mesas e oficinas, o encontro foi bastante enriquecedor pela articulação e troca de experiências entre as mulheres de todo o país. Ela contou que a idéia do encontro é montar uma rede de feministas para cobrar o controle social da imagem da mulher na mídia. “O objetivo é criar uma grande rede para interferir no legislativo, executivo e judiciário, pressionando os poderes para fiscalizar o uso da imagem feminina”, disse.


“As protagonistas das novelas são sempre frágeis, indefesas, apaixonadas, submissas, e muito bonitas, de acordo com o padrão passado pela mídia. E é uma beleza impossível para a maioria das mulheres, porque depende de bens materiais que são inacessíveis a muitas. É difícil a mulher deixar de ser objeto sexual em um sistema mercantilista, que transforma tudo em mercadoria”, afirma Valmíria.








Democratização da Comunicação


Está definido o tema da Conferência de Comunicação de 2009
Depois de muito debate interno, o governo definiu o tema da 1ª Conferência Nacional de Comunicação. A temática do encontro será "Comunicação: Direito e Cidadania na Era Digital".
A definição do tema era a peça que faltava para a publicação do decreto presidencial convocando a conferência. Portanto, o decreto que trará também e definição da data e o local devem ser editado a qualquer momento. Serão realizadas conferências preparatórias nos municípios e nos estados.

Conferência é tema de debate na região Sul Fluminense/RJ

O Fórum de Mídia Livre do Sul Fluminense promove no sábado, 28 de março, das 14h às 18h, em Volta Redonda /RJ, um seminário sobre a Conferência Nacional de Comunicação – que será realizada no final deste ano. O objetivo da reunião é ampliar o debate sobre o tema no Sul do Estado, mostrando a importância da Conferência para toda a sociedade. Também está prevista a formação de um calendário para mobilizar os outros movimentos sociais, e pensar a criação de uma Comissão Pró-Conferência da Região Sul Fluminense.


O encontro pretende reunir profissionais de comunicação, rádios e outros veículos de comunicação comunitários e alternativos; representantes de movimentos populares, sindicais, estudantis; e também a sociedade em geral do Sul Fluminense.


A reunião será no Plenário da Câmara Municipal de Volta Redonda, que fica na Avenida Lucas Evangelista, Aterrado. Contatos e informações pelo e-mail midiainsana@gmail.com





Sindicatos de Jornalistas repudiam relatório da SIP sobre o Brasil

Sindicato de Jornalistas do Brasil divulgaram notas repudiando a posição da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), contrária à realização da Conferência Nacional de Comunicação no próximo mês de dezembro, conforme foi anunciado recentemente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Para os jornalistas brasileiros “a SIP é a entidade que representa os empresários da grande imprensa em âmbito continental, com notória hegemonia de donos de meios de comunicação dos Estados Unidos e uma extensa folha corrida de conivência com as antigas ditaduras militares da região.”


A SIP e seus aliados dizem que “estão preocupados porque os debates (na Conferência Nacional de Comunicação) serão conduzidos por ONGs e movimentos sociais que pretendem interferir no funcionamento da imprensa”.




NPC Informa


Márcio Pochmann lança livro Qual Desenvolvimento?



O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, está lançando o livro Qual Desenvolvimento? - Oportunidades e Dificuldades do Brasil Contemporâneo. A obra se debruça sobre a situação do trabalhador em tempos de revolução tecnológica em que ainda se mantêm o desemprego e a precariedade das relações de trabalho.


Com um texto claro e repleto de dados, além de analisar o Brasil das desigualdades, o autor consegue traçar as perspectivas atuais do país. Apresenta propostas que podem sedimentar um país com menos concentração e disparidades.




Instituto Henfil é fundado no Rio de Janeiro

"Morro mas meu desenho fica"



A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) foi sede do ato de fundação do Instituto Henfil. A solenidade foi no dia 12 de março, às 19h, no Auditório Oscar Guanabarino, Centro do Rio.

De acordo com Ivan Cosenza de Souza, filho do cartunista, o Instituto Henfil está sendo criado com a finalidade de preservar a obra e a memória do artista, que estaria completando 65 anos de idade. Henfil era hemofílico; nasceu em 5 de fevereiro de 1944 e morreu infectado, numa transfusão de sangue, com o vírus da Aids em 4 de janeiro de 1988, aos 44 anos.

A meta do Instituto Henfil é promover eventos culturais, apoiar e organizar projetos sociais, educacionais, ecológicos e de saúde, envolvendo assuntos como doação de sangue, hemofilia e Aids: “Este é um projeto que tento realizar há muito tempo, e que finalmente se torna realidade. Como único filho do Henfil, venho batalhando para manter viva a memória do meu pai, apresentando sua obra às novas gerações”, afirma Ivan Cosenza.


“Henfil pregava que o ‘humor é pé na cara’. Não respeitava nada, como tem que ser. Previu o estrago e a ameaça do totalitarismo politicamente correto, muitos anos antes de essa hipocrisia entrar em vigor”, afirma Aldir Blan, que conviveu com Henfil desde os tempos do Pasquim.

Para mais informações, basta enviar um e-mail para institutohenfil@gmail.com.


[Com informações da ABI]




Governo adia prazo de inscrição para Prêmio Pontos de Mídia Livre

O Ministério da Cultura (MinC), representado pelas secretarias de Programas e Projetos Culturais (SPPC) e de Articulação Institucional (SAI), adiou para 27 de março a data final para inscrições do Prêmio Pontos de Mídia Livre. O prazo inicialmente estipulado era até 12 de março.


Confira a Portaria de prorrogação publicada no Diário Oficial da União Nº 48 de 12 de março de 2009.

Serão concedidos 60 prêmios: dez para projetos de repercussão nacional, e 50 para os de abrangência estadual. Podem participar da seleção organizações não-governamentais sem fins lucrativos que produzem ou apóiam iniciativas de comunicação compartilhada e participativa. Os projetos inscritos devem reunir pelo menos dois membros em sua equipe editorial, e buscar interatividade com o público.


Confira o edital em http://www.cultura.gov.br/cultura_viva/?p=546*


Fonte: MinC




UFRJ promove Seminário Internacional sobre Mídia e Violência

A Escola de Comunicação da UFRJ convida a todos para a sua Aula Inaugural sobre Mídia e Violência com a presença dos Cônsules do Canadá, dos EUA, e importantes nomes na área do Jornalismo Internacional. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site http://seminariomidiaeviolencia.blogspot.com





Imagens da Vida


Audiência CSA




Em Audiência Pública na Assembléia Legislativa do Rio, no dia 19/03, em depoimento emocionante o pescador Luis Carlos da Silva, relatou ter sido obrigado a se mudar e parar de trabalhar na região de Sepetiba para escapar das perseguições dos seguranças da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA).


[Texto e foto de Rafael Duarte-ANP]





De Olho Na Vida


Para inglês ver

[Por Silvana Sá] A passagem do príncipe Charles pela Maré provocou uma arrumação na casa para, literalmente, inglês ver. Ruas limpas, mato aparado... até as carcaças de carros roubados, abandonadas há anos nas ruas da Nova Holanda, comunidade visitada, foram retiradas.


Por onde a comitiva real passou só encontrou alegria, irreverência, samba e capoeira. Nada de tráfico, nada de crianças descalças, nada de lixo, bueiros entupidos. As solicitações e reclamações dos moradores foram milagrosamente atendidas em apenas 24h.


O que nos leva a crer que o poder público só não resolve as questões sociais porque não quer. Nenhuma outra explicação adicional é necessária. A “vossa alteza real” veio, viu tudo bonitinho, organizado. Tocou o chocalho dos ritmistas da escola de samba Gato de Bonsucesso. Viu mulatas sambando e rebolando na sua frente. Visitou o projeto social Luta pela Paz, do também inglês Luke Dowdney, e foi embora como todo e qualquer bom turista.


Sua visão continua sendo a de uma colônia que faz festa e arruma a casa para o dono chegar. Nada a mais e nada a menos.






As Mulheres na Via da Luta

[Por Virgínia Fontes] Em todo o país, mulheres trabalhadoras saíram às ruas. O dia internacional da mulher assumiu sua verdadeira face: mulheres campesinas de norte a sul, organizadas e mobilizadas, usaram as mãos, a voz e seus corpos para apresentar, a todos nós, alguns locais – e são tantos e tantos! - nos quais enormes atrocidades são realizadas diariamente.


Arrancaram a máscara da propaganda que envolve grandes empresas e falsifica o mundo para trazer à tona a verdade de uma Vale do Rio Doce, de uma Votorantim, de uma Aracruz, que devastam sem piedade gigantescos territórios e as vidas das populações;


(...)


A voz verdadeira dessas mulheres rompe o tom monocórdio de uma grande mídia cujos proprietários continuam com seu pensamento único, o da defesa da grande propriedade, rural e urbana. Essa mídia apenas alterou o tom da fala única neoliberal para recriar uma fala única sobre a crise(...)


A voz de mulheres que exigem o direito à luta entoa um canto onde ressoa a possibilidade de uma humanidade plena, rasgando o ar contaminado de sujeição e mostrando o quanto a vida plena depende dessa luta.


Clique para ler o texto completo






Memória


Comício da Central do Brasil, em 13 de março de 1964, pró-reformas de base reúne 300 mil.



Há 45 anos, em 13 de março de 1964, o então presidente João Goulart resumia com a frase "Progresso com justiça, desenvolvimento com igualdade" o famoso discurso em frente ao Edifício Central do Brasil, no Rio de Janeiro.


O comício reuniu cerca de 150 mil pessoas, incluindo sindicatos, associações de servidores públicos e estudantes. Proclamou o povo a lutar por mudanças estruturais no país que iam do campo à cidade, e passavam por amplas reformas na educação, na política tributária e nas leis eleitorais do país. Muitas destas reivindicações até hoje não saíram efetivamente do papel.


Confira um trecho do discurso de João Goulart no Comício da Central, de 13.03.1964:


“Não, trabalhadores; sabemos muito bem que de nada vale ordenar a miséria, dar-lhe aquela aparência bem comportada com que alguns pretendem enganar o povo. Brasileiros, a hora é das reformas de estrutura, de métodos, de estilo de trabalho e de objetivo.


Já sabemos que não é mais possível progredir sem reformar; que não é mais possível admitir que essa estrutura ultrapassada possa realizar o milagre da salvação nacional para milhões de brasileiros que da portentosa civilização industrial conhecem apenas a vida cara, os sofrimentos e as ilusões passadas
(...)
Hoje, com o alto testemunho da Nação e com a solidariedade do povo, reunido na praça que só ao povo pertence, o governo, que é também o povo e que também só ao povo pertence, reafirma os seus propósitos inabaláveis de lutar com todas as suas forças pela reforma da sociedade brasileira.


Não apenas pela reforma agrária, mas pela reforma tributária, pela reforma eleitoral ampla, pelo voto do analfabeto, pela elegibilidade de todos os brasileiros, pela pureza da vida democrática, pela emancipação econômica, pela justiça social e pelo progresso do Brasil”


Leia o texto completo em nossa página.





Lições da História


Lênin já falava em comunicação como ferramenta de disputa e organização

[Por Vito Giannotti] Dezembro de 1901. Já naquela época, Lênin, em artigo chamado “Por onde começar” para o jornal do Partido Social Democrata Russo, não tinha dúvidas. Em seu texto ele afirmava que o primeiro passo a ser dado, para construir a revolução, era a “criação de um jornal para toda a Rússia”.


Era a afirmação da centralidade e da necessidade da comunicação para fazer a revolução. Ou seja, para conquistar sua hegemonia, o partido da classe trabalhadora deveria começar por criar um jornal que unificasse e organizasse a luta.


Óbvio que Lênin sabia, melhor do que ninguém, que apenas com um ou mil jornais não se chegaria a lugar algum. Mas também sabia que, sem um jornal, a revolução não chegaria nunca. Como os milhões de operários, soldados e camponeses seriam convencidos da sua necessidade? Como teriam informação e formação suficiente para abraçar a ação revolucionária, sem um jornal?


O século XX nos trouxe um arsenal de meios de comunicação. O que era a simples imprensa virou mídia. Do velho jornal e dos raros livros chegou-se ao cinema, ao rádio e depois à televisão. Depois, finalmente, à Internet e toda a mídia eletrônica. Mudaram e se ampliaram enormemente as ferramentas.


Se Lênin tivesse escrito seu texto hoje, não falaria só do jornal, mas de todas as armas da mídia atuais, do boletim eletrônico à cartilha, do rádio à TV. Tudo enfim.








Dicas


‘A Doutrina do Choque’ disseca o capitalismo de desastre

Depois de levar o Urso de Ouro em 2006 pelo documentário “O Caminho para Guantánamo”, os diretores Michael Winterbottom e Mat Whitecross voltam ao Festival de Berlim com um novo projeto: o filme A doutrina do choque.


O documentário mostra como as crises sociais facilitam a entrada de medidas econômicas impopulares ao tirar proveito da anulação da vontade dos cidadãos. As ditaduras de Pinochet e Varela no Chile e Argentina, respectivamente, aparecem em um filme que também examina a Inglaterra de Thatcher e a Rússia neoliberal.


O filme prega resistência à teoria da desregulação do mercado e também ação popular, finalizando com uma certa esperança: a posse de Obama, e uma convocação à mobilização. “A Doutrina do Choque” é um documentário baseado no best-seller de mesmo nome da ativista canadense Naomi Klein.






Proposta de Pauta


Familiares e amigos vítimas da Baixada lembram os 4 anos da Chacina

[Por Sheila Jacob] O próximo dia 31 de março marca os quatro anos da Chacina da Baixada, quando 29 pessoas foram assassinadas por policiais nos municípios de Nova Iguaçu e Queimados. De acordo com Maria Helena, mãe de uma das vítimas, dos onze policiais militares envolvidos, cinco foram acusados. Destes, apenas três foram julgados e condenados. E um, inclusive, já está solto.


No dia 10 de março houve uma audiência de familiares de vítimas da chacina com o Ministério Público de Nova Iguaçu. O motivo foi denunciar os diversos casos de ameaças. “A gente vive aqui na base do medo”, disse Maria Helena, que mora ao lado do bar em que seu filho Filipe Soares foi assassinado – com 13 anos na época. Ela disse ainda que o processo está lento, e que não há previsão para a próxima audiência.


Em lembrança dos quatro anos da Chacina está programada para o dia 31 de março uma missa na Igreja Sagrada Família, às 8h, com caminhada pela Rua Gama até o Bar. “Queremos chamar a atenção das autoridades, porque não queremos que essa injustiça caia no esquecimento. Hoje só nos resta a lembrança da desgraça, não queremos que aconteça de novo”.


Chacina da Baixada


A chacina ocorreu entre as 21h e 22h, no dia 30 de março de 2005, nos municípios de Nova Iguaçu e Queimados, na Baixada Fluminense. O massacre estaria ligado à prisão dos policiais militares acusados de jogar uma cabeça dentro do 15º BPM (Duque de Caxias), na madrugada de quarta-feira. O ataque começou no bar Caíque. Todas as pessoas que estavam no estabelecimento, incluindo crianças, foram baleadas pelos criminosos que chegaram atirando e quebrando as máquinas de Fliperama. No total, 29 pessoas foram mortas.


Mais um crime no Rio


Não é a proposta deste boletim noticiar sobre crimes, mas não podemos deixar de registrar que na madrugada do dia 19 de março, o militante Oséas ,do movimento social de Nova Iguaçu, foi assassinado dentro de casa. Oséias era um militante da Assembléia Popular e atuava na região da Baixada e participava ativamente da luta das famílias do acampamento 17 de maio, em Nova Iguaçu.







De Olho No Mundo


ONG denuncia concentração de meios de comunicação no Uruguai

O Grupo Meios e Sociedade (GMS), do Uruguai, manifestou sua preocupação pela compra de dez emissoras de rádio por parte de Angel Gonzáles, um poderoso empresário mexicano/norte-americano. Essa é uma clara violação à legislação vigente no país, que impede que sejam titulares de serviços de rádio e TV os estrangeiros que não sejam cidadãos uruguaios e não vivam no país.


Para driblar esta limitação, o empresário mexicano utilizou testas-de-ferro para formalizar a compra em alguns casos. A ONG sustenta ainda que haveria gestões de compra de outras rádios, e até de um canal de TV aberto em Montevidéu.


O GMS entregará esta informação à Unidade Reguladora de Serviços de Comunicação (URSEC) e solicitará a abertura de uma investigação. Também convocará as organizações vinculadas à luta pela liberdade de expressão a somar-se a este pedido.


Segundo uma investigação desenvolvida desde o ano passado pela ONG, Gonzáles comprou as emissoras do Grupo Sofía e do Grupo Sarandí do Uruguai - o que foi confirmado por jornalistas destas emissoras, tanto da capital como do interior. Também estaria realizando gestões para a compra de várias rádios pertencentes ao Grupo Vargas, com emissoras em Montevidéu (FM Del Sol), Punta del Este e Colonia, além de outros canais importantes na capital.


Angel Gonzáles é dono de dezenas de emissoras de TV na América Latina e está no caminho de ter a cadeia de rádios mais importantes do Uruguai. Ele é dono do monopólio da TV aberta na Guatemala e também e também dono de emissoras no Paraguai, Equador e Argentina, entre outros.


[Com informações da Agência Pulsar]






Literatura na África


Confiança

Na minha história
existe o paradoxo do homem disperso


Enquanto o sorriso brilhava
no canto de dor
e as mãos construíam mundos maravilhosos


John foi linchado
o irmão chicoteado nas costas nuas
a mulher amordaçada
e o filho continuou ignorante


E do drama intenso
duma vida imensa e útil
resultou a certeza


As minhas mãos colocaram pedras
nos alicerces do mundo
mereço o meu pedaço de chão.


Poema de Agostinho Neto, poeta angolano, militante do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e primeiro presidente do país. Neste poema, escrito na época em que Angola ainda era colônia de Portugal (a independência foi em 11 de novembro de 1975), o autor canta as dores da opressão sobre os negros de todo o mundo, e a certeza de que merecia e um dia teria seu pedaço de chão. Dedicou sua vida à luta contra a presença colonial, e escreveu poemas em que expunha a voz de toda uma geração que manteve acesa sua Confiança na revolução.





Pérolas da edição


Por Venício Lima

Por Venicio Lima, em artigo publicado pela Carta Maior e disponível no site do NPC


Não são poucos os atores envolvidos no golpe de 1964 – ou seus herdeiros – que continuam vivos e ativos. A grande mídia brasileira, apesar de muitas e importantes mudanças, continua basicamente controlada pelos mesmos grupos familiares, políticos e empresariais.




Garimpo


Na Argentina, projeto de lei apresentado ao Congresso propõe democratizar os meios de comunicação


Nesta quarta-feira, a presidente da Argentina Cristina Kirchner apresentou um projeto para aprovar uma nova lei de radiodifusão no país em substituição ao decreto-lei da ditadura militar.


O principal objetivo das propostas é “desmonopolizar” o mercado de radiodifusão e impedir que grupos econômicos tenham participação majoritária em diferentes segmentos da comunicação televisiva e de rádio.


A presidente da Argentina incluirá no projeto alguns dos 21 pontos sugeridos pela ONG Coalizão por uma Radiodifusão Democrática. A lista de propostas da ONG argentina inclui, por exemplo, a adoção de "políticas efetivas para evitar a concentração dos meios de comunicação" e a defesa de "leis antimonopólicas, já que os monopólios e oligopólios conspiram contra a democracia". Prevê ainda a implementação de "cotas que garantam a difusão sonora e audiovisual de conteúdos de produção local, nacional e própria", entre outras medidas.


O Globo de domingo, 15.03, anunciou a revisão das leis de comunicação no país para evitar monopólios como uma manobra por parte do casal por motivos de irritação de Kirchner com a imprensa - principalmente contra o grupo Clarin, um dos que detêm jornais e canais de rádio e TV no país. Com o título “Casal K faz nova investida contra imprensa”, o jornal ainda caracterizou a proposta de democratizar a lei de Radiodifusão como uma concepção antidemocrática, que acaba com a liberdade de imprensa.

Leia o artigo de Venício Lima sobre o tema na página do NPC.



[Com informações de O Globo]







Novos artigos em nossa página


Criminalização das lutas sociais: um padrão de cobertura da mídia brasileira

[Por Intervozes] Para denunciar a ofensiva da mídia contra o MST, ocorrida principalmente nos meses de fevereiro e março deste ano, o Intervozes divulgou uma nota pública de repúdio à cobertura jornalística dos últimos acontecimentos envolvendo os trabalhadores do campo. O documento aponta para a “sofisticação da campanha ideológica” ilustrada por duas matérias veiculadas em seqüência no domingo (01/03) por um dos principais programas da TV Globo, o Fantástico. Para o Intervozes, a exibição das matérias expondo as contradições da reforma agrária em um dos programas de maior audiência da TV brasileira reforça o discurso de que a reforma agrária não dá certo no país.


Leia a nota completa em nossa página


A Crise Capitalista: apenas um início

[Por Daniel Bensaïd] O capitalismo? "É compreensível que as pessoas não acreditem mais nele", confessa Tony Blair em pessoa. Quando se deixa de acreditar no inacreditável, uma crise de legitimidade, ideológica e moral se soma à crise social, e acaba por estremecer a ordem política. A crise atual não é uma crise a mais, equiparável a dos mercados asiáticos ou a da bolha da Internet.



Leia o artigo completo em nossa página


A grande mídia e o golpe de 64
[Por Venício Lima] Ao se aproximar os 45 anos do 1º de abril de 1964 e diante de tentativas recentes de revisar a história da ditadura e reconstruir o seu significado através, inclusive, da criação de um vocabulário novo, é necessário relembrar o papel – para alguns, decisivo – que a grande mídia desempenhou na preparação e sustentação do golpe militar. .
Leia o texto completo



Projeto do governo amplia repressão
[Por Dioclécio Luz, para o Observatório da Imprensa] O ano passado (2008) acabou para as rádios comunitárias com duas notícias, uma boa e uma ruim. A boa é que a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara dos Deputados, ninho dos parlamentares donos de emissoras comerciais, aprovou projeto substitutivo (PL nº 4549/98) do deputado Walter Pinheiro (PT-BA) anistiando os que foram punidos por colocar rádio no ar sem autorização. A notícia ruim é que o governo Lula encaminhou ao Congresso Nacional Projeto de Lei (nº 4573/08) que aumenta mais ainda a repressão sobre as rádios comunitárias.

Leia o texto completo


Para além do mercado
[Por Gustavo Gindre/ Carta Capital] Organizações não-governamentais e movimentos sociais de todo o planeta reivindicam que o direito à comunicação (de ser informado, mas também de informar) deve ser incluído no rol dos direitos humanos inalienáveis, como parte daquilo que constitui nossa própria humanidade. E, no século XXI, o direito humano à comunicação materializa-se no acesso às redes de informação em alta velocidade. Tais redes ganham, então, o mesmo status que as infraestruturas de saúde, educação e transporte, por exemplo, obtiveram ao longo do século XX. Cabe ao Estado garantir que todos os cidadãos poderão delas usufruir.

Leia o texto completo


REGULAÇÃO DA RADIODIFUSÃO - Conseguirá Cristina fazer o que Lula não fez?
[Por Venício A. de Lima/ Observatório da Imprensa] Na abertura da sessão legislativa no último dia 1º de março, a presidenta argentina Cristina Kirchner reiterou que será enviado ao Congresso, ainda este ano, projeto de lei geral de radiodifusão para substituir o decreto-lei 22.285, promulgado pela ditadura militar em 1981, que pretende desmonopolizar o mercado e democratizar a radiodifusão. O envio será precedido pelo lançamento de grande campanha de comunicação que deverá estimular o debate público do tema e realçar sua importância para o cotidiano dos argentinos.
Leia o texto completo

MEC inicia reformulação das diretrizes curriculares do curso de jornalismo
[Por Sheila Jacob] O Ministério da Educação (MEC) anunciou, no início deste ano, a formação de um grupo para avaliar e repensar as linhas pedagógicas do curso de jornalismo. Para isso, foi instituída uma Comissão de Especialistas, que terá 180 dias para produzir um relatório para ser entregue ao Conselho Nacional de Educação (CNE). Foi aberta uma consulta pública, e as sugestões podem ser enviadas para o e-mail consulta.jornalismo@mec.gov.br.

Leia o texto completo




Novas entrevistas em nossa página


Virgínia Fontes fala sobre a Revolução Cubana: “A gente tem muito para aprender com eles”

[Por Tatiana Lima, do Sintuperj] De um lado, prateleiras de livros até o teto. Do outro, uma bandeira do Movimento dos Sem Terra (MST) repousando sobre uma poltrona, na sala de estar. Sobre a mesa, publicações do jornal "Brasil de Fato" e revistas de história. Foi neste ambiente, em sua casa, que a historiadora e professora de pós-graduação da UFF, Virgínia Fontes, concedeu entrevista ao jornal do Sintuperj, para analisar os 50 anos da revolução cubana.


Leia a entrevista completa.






Expediente


Núcleo Piratininga de Comunicação


Rua Alcindo Guanabara, 17, sala 912 - CEP 20031-130
www.piratininga.org.br / npiratininga@uol.com.brRedação: Claudia Santiago, Raquel Junia e Sheila Jacob





Web: Luisa Santiago

Colaboraram nesta edição: Altamiro Borges, Katarine Flor (RJ), Leandro Malósi Dóro (RS), Leandro Uchoas (RJ), Leilton Lima (RN), Sérgio Domingues, Silvana Sá (RJ), Tatiana Lima (RJ), Virgínia Fontes (RJ).








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ÍNDICE
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Notícias do NPC
Vídeos de palestras do 14º Curso Anual do NPC/2008 já foram enviados
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Radiografia da Comunicação Sindical
Revista Mátria possibilita discussão de gênero nas escolas

A Comunicação que queremos
Web Rádio Petroleira alcança marca de 100 mil acessos

De Olho Na Mídia
Seminário discute imagem da Mulher na Mídia

Democratização da Comunicação
Está definido o tema da Conferência de Comunicação de 2009
Conferência é tema de debate na região Sul Fluminense/RJ
Sindicatos de Jornalistas repudiam relatório da SIP sobre o Brasil

NPC Informa
Márcio Pochmann lança livro Qual Desenvolvimento?
Instituto Henfil é fundado no Rio de Janeiro
Governo adia prazo de inscrição para Prêmio Pontos de Mídia Livre
UFRJ promove Seminário Internacional sobre Mídia e Violência

Imagens da Vida
Audiência CSA

De Olho Na Vida
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As Mulheres na Via da Luta

Memória
Comício da Central do Brasil, em 13 de março de 1964, pró-reformas de base reúne 300 mil.

Lições da História
Lênin já falava em comunicação como ferramenta de disputa e organização

Dicas
‘A Doutrina do Choque’ disseca o capitalismo de desastre

Proposta de Pauta
Familiares e amigos vítimas da Baixada lembram os 4 anos da Chacina

De Olho No Mundo
ONG denuncia concentração de meios de comunicação no Uruguai

Literatura na África
Confiança

Pérolas da edição
Por Venício Lima

Garimpo
Na Argentina, projeto de lei apresentado ao Congresso propõe democratizar os meios de comunicação

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Criminalização das lutas sociais: um padrão de cobertura da mídia brasileira
A Crise Capitalista: apenas um início
A grande mídia e o golpe de 64
Nova ofensiva contra o MST
Projeto do governo amplia repressão
Para além do mercado
REGULAÇÃO DA RADIODIFUSÃO - Conseguirá Cristina fazer o que Lula não fez?

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Virgínia Fontes fala sobre a Revolução Cubana: “A gente tem muito para aprender com eles”
Entrevista com Marina dos Santos, do MST

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