quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

NPC parte 3

Proposta de Pauta Tribunal Popular condena Estado Brasileiro por crimes cometidos contra os Direitos Humanos

No Tribunal Popular, realizado em São Paulo, de 4 a 6 de dezembro de 2008, o Estado brasileiro esteve no banco dos réus e foi condenado, por unanimidade, à “pena máxima”. O principal crime cometido, apontado pelo professor Plínio de Arruda Sampaio, representante da acusação, foi o de criminalização da pobreza. No tribunal, foi definido que o Estado se aproveita do desejo de “segurança” da população para legitimar sua atuação violenta, principalmente contra a população pobre.
O Tribunal foi dividido em sessões, onde foram apresentados documentos e relatos de familiares e de amigos de vítimas. Quatro casos emblemáticos de violações de direitos humanos foram julgados: as operações militares no Complexo do Alemão no Rio de Janeiro, em 2007; o sistema carcerário e execuções de jovens negros na Bahia; execuções na periferia de São Paulo, em maio de 2006; e a criminalização dos movimentos sindicais, de luta pela terra, pelos direitos indígenas e quilombolas no Rio Grande do Sul.
De Olho No Mundo Doze regras de redação da Grande Mídia Internacional quando a noticia é do Oriente
1) No Oriente Médio são sempre os árabes que atacam primeiro e sempre Israel que se defende. Esta defesa chama-se represália.
2) Os árabes, palestinos ou libaneses não tem o direito de matar civis. Isso se chama “terrorismo”.
3) Israel tem o direito de matar civis. Isso se chama “legitima defesa”.
4) Quando Israel mata civis em massa, as potencias ocidentais pedem que seja mais comedida. Isso se chama “Reação da Comunidade Internacional”.
5) Os palestinos e os libaneses não tem o direito de capturar soldados de Israel dentro de instalações militares com sentinelas e postos de combate. Isto se chama “Sequestro de pessoas indefesas.”
6) Israel tem o direito de seqüestrar a qualquer hora e em qualquer lugar quantos palestinos e libaneses desejar. Atualmente são mais de 10 mil, 300 dos quais são crianças e mil são mulheres. Não é necessária qualquer prova de culpabilidade. Israel tem o direito de manter seqüestrados presos indefinidamente, mesmo que sejam autoridades eleitas democraticamente pelos palestinos. Isto se chama “Prisão de terroristas”.
7) Quando se menciona a palavra “Hezbollah”, é obrigatória a mesma frase conter a expressão “apoiado e financiado pela Síria e pelo Irã”.
8) Quando se menciona “Israel”, é proibida qualquer menção à expressão “apoiada e financiada pelos EUA”. Isto pode dar a impressão de que o conflito é desigual e que Israel não está em perigo de existência.
9) Quando se referir a Israel, são proibidas as expressões “Territórios ocupados”, “Resoluções da ONU”, “Violações dos Direitos Humanos” ou “Convenção de Genebra”.
10) Tanto os palestinos quanto os libaneses são sempre “covardes”, que se escondem entre a população civil, que “não os quer”. Se eles dormem em suas casas, com suas famílias, a isso se dá o nome de “Covardia”. Israel tem o direito de aniquilar com bombas e mísseis os bairros onde eles estão dormindo. Isso se chama Ação Cirúrgica de Alta Precisão”.
11) Os israelenses falam melhor o inglês, o francês, o espanhol e o português que os árabes. Por isso eles e os que os apóiam devem ser mais entrevistados e ter mais oportunidades do que os árabes para explicar as presentes Regras de Redação (de 1 a 10) ao grande público. Isso se chama “Neutralidade jornalística”.
12) Todas as pessoas que não estão de acordo com as Regras de Redação acima expostas são “Terroristas anti-semitas de Alta Periculosidade”.
(Texto francês anônimo, enviado por leitor ao Blog da Carta Maior)
Na Bolívia, 99.5% da população é alfabetizada
Por meio do método cubano “Yo si puedo” adaptado à realidade boliviana, a Bolívia se declara território livre de analfabetismo. O programa foi colocado em prática há três anos.
“Agora ficam duas grandes tarefas, uma é evitar que novamente haja o analfabetismo e outra é levar em frente à continuação da educação dos novos alfabetizados”, disse o embaixador de Cuba na Bolívia Rafael Dausá a Agencia Boliviana de Informações (ABI).
De acordo com informações oficiais, foram alfabetizadas 819.417 pessoas em um universo de 824.101 que se declaravam analfabetas. 60 mil bolivianos participaram do projeto como facilitadores e coordenadores. A alfabetização contou também com a presença de 128 colaboradores cubanos e 47 venezuelanos.
No dia 20 de dezembro haverá uma cerimônia na cidade de Cochabamba para comemorar o feito.
Mais informações em www.abi.bo
Para entender o que acontece na Grécia, não acompanhe a televisão
A revista Carta Capital, na edição de 17 de dezembro, informou sobre os protestos e manifestações recentes na Grécia, ignorados pela grande mídia brasileira. A matéria está disponível em http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=9&i=2950
Pérolas da edição Por Khalil al-Dulaimi, Moradores da Maré e The Guardian
"Ninguém se comove quando o corpo que está no chão é negro. Corpo negro no chão não gera comoção em ninguém".

Lio N´Zumbi, integrante da Associação de Familiares e Amigos de Presos e Presas da Bahia (Asfap-BA), em desabafo na segunda sessão do Tribunal Popular - o Estado brasileiro no banco dos réus.
“(...) a resistência é legítima por todos os meios, inclusive os sapatos”
Khalil al-Dulaimi, ex-advogado de Saddan Hussein, sobre jornalista que atirou sapatos em Bush
“A política de extermínio do favelado ceifa a vida de quem está pela frente ou, no caso, de costas. A política de segurança pública deveria por princípio resguardar a vida”
Moradores da Maré, no Rio, sobre a violência policial que fez mais uma vítima: Matheus, de oito anos.
“A TV Al Jazeera, sediada no Qatar, com quatro correspondentes no território palestino tem conseguido “exibir imagens que nunca achariam seu rumo nas telas das TVs ocidentais”
Jornal britânico The Guardian

Novas entrevistas em nossa página Jornalistas e alunos do curso de Comunicação Comunitária do NPC saúdam Beth Carvalho em sua passagem pelo 14º Curso Anual.
Beto Almeida defende a mídia pública, já que é impossível humanizar a mídia capitalista
[Por Arthur William, Cynthia Raquel, Douglas Mendonça, Geam Queiroz, Gláucia Marinho, Gizele Martins, Jéssica Santos, Katarine Flor, Raquel Junia e Sheila Jacob]
“É impossível humanizar a mídia capitalista. Quanto mais concentrada, mais selvagem ela será”. Essa é a opinião do jornalista Beto Almeida em relação à grande mídia do Brasil. Beto Almeida foi palestrante do 14o Curso Anual do NPC, trabalha na TV Paraná Educativa e é um dos diretores da Telesur, rede de TV latino-americana com sede na Venezuela. Em entrevista, falou sobre a necessidade de se oferecer pluralidade e de existirem canais para as TVs Comunitárias, comentou o fato de TVs privadas receberem verbas públicas, e defendeu a produção de entretenimento para conscientizar, e não com objetivos mercadológicos, como faz a grande mídia. O objetivo, para ele, deve ser a transformação social. Confira a entrevista. MC Leonardo e Adriana Facina - Existe muita gente do funk fazendo música com cunho social, como um grito de socorro.
[Por Geam Queiroz, Jéssica Santos, Katarine Flor e Sheila Jacob]No encerramento do 14° Curso Anual do NPC, MC Leonardo e a professora Adriana Facina falaram sobre o funk como movimento de cultura, e a fundação da Associação dos Profissionais e Amigos do Funk – APAFUNK. Em entrevista ao NPC, os palestrantes ainda destacaram os preconceitos difundidos pela grande mídia e lembraram que existem muitas letras que escapam da “bundalização”. São funks de denúncia, que falam da realidade das favelas, mas que não interessam ao mercado. Confira a entrevista. O jornalista, depois de algum tempo, assimila a consciência do patrão - Entrevista com Mauricio Dias, da Carta Capital
[Raquel Junia] Mauricio Dias é diretor-adjunto da revista Carta Capital, uma publicação, como classifica o próprio jornalista que “pensa contra o establishment conservador”. Com experiência na grande mídia, Mauricio garante que não adianta o jornalista dessas empresas lutarem ideologicamente lá dentro, mas sim, zelar pela qualidade técnica da reportagem. “É muito complicado por si só uma pessoa de esquerda trabalhar na mídia conservadora”. O jornalista participou da mesa A resistência na grande mídia, junto com Maria Inês Nassif, jornalista do Valor Econômico, durante o 14º Curso Anual do NPC.
Coronel Luis Fernando Almeida - Como ser policial e amigo dos movimentos sociais [Por Cynthia Raquel, Geam Queiroz e Raquel Junia] Coronel da Polícia Militar de Sergipe, Luiz Fernando de Almeida, já foi chamado pela grande mídia local de Capitão Sem Terra. Também já foi punido com prisão. O motivo? Só pode ser a sua postura de “comunista”. Confira a entrevista realizada durante o 14º Curso Anual do NPC. A cota é nossa fragilidade, afirma Mario Maestri
[Por Cynthia Raquel, Gláucia Marinho, Katarine Flor, Raquel Junia e Sheila Jacob]Para iniciar a discussão, trechos do filme A Negação do Brasil, de Joel Zito Araújo. Na cena, um ator branco que teve o rosto pintado de preto e o nariz enxertado com algodão para viver um protagonista negro. A mesa Os mitos fundadores do povo brasileiro: Gilberto Freire, Caio Prado, Sérgio Buarque de Holanda, Darcy Ribeiro, durante o 14º Curso anual do NPC contou com os convidados Joel Zito Araújo, Virgínia Fontes e Mário Maestri. Após o debate, Mario Maestri, professor da Universidade Federal de Passo Fundo, conversou com os jornalistas do NPC. Hamilton de Souza: O jornalismo deve estar comprometido com a transformação da sociedade
[Por Cynthia Raquel, Geam Queiroz, Gizele Martins, Jéssica Santos e Sheila Jacob]
Confira a entrevista com Hamilton Octavio de Souza, professor da PUC-SP e jornalista do Brasil de Fato e da revista Caros Amigos. Ele falou sobre a necessidade de formação crítica do profissional, e criticou a reprodução do modelo neoliberal nas atuais universidades brasileiras, voltadas para o mercado de trabalho.
Entrevista José Arbex
[Por Gláucia Marinho, Katarine Flor, Raquel Junia e Sheila Jacob]
O jornalista José Arbex escreve para a revista Caros Amigos e o jornal Brasil de Fato. É professor da PUC-SP, e autor dos livros Showrnarlismo e O Jornalismo Canalha. Em entrevista, Arbex falou sobre a necessidade de organização dos trabalhadores, a relação entre mídia e sociedade, a crise do neoliberalismo e a democratização do Estado brasileiro como condição essencial para uma efetiva democratização da mídia.
Novos artigos em nossa página No Brasil, política de extermínio virou política de Estado
[Por Sheila Jacob] - No Tribunal Popular, realizado em São Paulo de 4 a 6 de dezembro de 2008, o Estado brasileiro esteve no banco dos réus e foi condenado por unanimidade. Na edição de 11 a 17 de dezembro de 2008, o jornal Brasil de Fato deu destaque ao julgamento. Com o título Estado brasileiro extermina juventude negra e pobre, a matéria de capa anuncia o veredicto culpado dado ao final do Tribunal. Foram julgados quatro casos emblemáticos de violação aos direitos humanos: as operações militares no Complexo do Alemão (Rio de Janeiro), em 2007; o sistema carcerário e execuções de jovens negros na Bahia; as execuções na periferia de São Paulo, em maio de 2006; e a criminalização dos movimentos sindicais, de luta pela terra, pelos direitos indígenas e quilombolas (Rio Grande do Sul). Confira alguns trechos da matéria divulgada pelo jornal Brasil de Fato. A mídia em Israel toca as trombetas da guerra
[Por Gideon Levy] - Historiador do futuro que algum dia examine os arquivos dos jornais de Israel verá com clareza absoluta: para Israel, 200, 300 e, depois, 400 palestinos assassinados não é manchete. A mídia em Israel é "poupada" de ter de exibir imagens "fortes". Israel abraça e sempre abraçará qualquer guerra, qualquer barbárie. Israel crê-se tão poderosa que se brutalizou, que já não sente. Em Israel a barbárie é regente. [GL é jornalista israelense – 03.01.2008]
Implantação da TV Digital completa um ano em ritmo lento[Por FENAJ] No dia 1º de dezembro completou-se um ano do início das transmissões em TV Digital no Brasil. Seus promotores fizeram balanços positivos dos resultados alcançados até o momento. Mas o processo de implantação é lento e alcança poucos municípios. No dia anterior ao primeiro aniversário da TV Digital, o governo anunciou um protocolo de implantação de uma rede digital para as TVs públicas. Resina: terrorismo imobiliário às claras
[Por José Cristian Góes] Quem chega a Aracaju pela primeira vez fica impressionado com a quantidade de condomínios imobiliários, muitos de alto luxo. São áreas e mais áreas tomadas por conjuntos de prédios. Os terrenos livres somem. (...) Quando se apura melhor, percebe-se que o grosso dessas grandes áreas pertence, em verdade, a duas ou três grandes construtoras, as "donas" do pedaço. Esse oligopólio das terras só estabeleceu graças a conivência criminosa do poder público.
Mídia escravista em Sergipe
[Por José Cristian Góes] Este comentário não trata da história da escravidão negra em Sergipe no século XIX. Este artigo não faz referência aos anúncios de jornais onde os senhores de engenho caçavam negros fugitivos. Nada disso. A mídia e a escravidão em questão, por incrível que pareça, são do agora, deste ano e deste mês.
Expediente Núcleo Piratininga de Comunicação
Jornalista responsável: Claudia Santiago
Estagiárias: Luisa Santiago, Raquel Junia e Sheila Jacob
Colaboraram nesta edição: Beto Almeida, Arthur William, Beto Almeida, Cynthia Raquel, Douglas Mendonça, Geam Queiroz, Gláucia Marinho, Gizele Martins, Jéssica Santos, Katarine Flor.

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