quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

O Carnaval Espaço de Disputa Política

O carnaval enquanto espaço de disputa política é algo que deixa caricaturado o debate racial no estado da Bahia. Existem muitas cordas que, para além do que se faz visível, tentam enforcar a cultura negra no carnaval da Bahia. A prevalência do poder econômico no carnaval tem tornado esse debate cada vez mais acintoso, permitindo a continuidade da lógica da “casa grande”  x  “senzala”, reproduzida pelos luxuosos camarotes e cordas recheadas de brancos em contraponto aos reduzidos espaços e apoios da essência negra da folia africana.

A luta dos blocos Afros pela afirmação da cultura negra no carnaval remonta a história de enfrentamento pela libertação de 1888. A história se repete! Os senhores das casas grandes, detentores do capital as custas da exploração da força de trabalho negra, imprimem a lógica de um carnaval que tenta, a todo tempo, invisibilizar a dimensão e importância da cultura negra da/para Bahia. Em que pese os avanços obtidos por meio do Carnaval Ouro Negro, o Poder Público precisa ter maior inserção no carnaval negro da Bahia, o que significa, inclusive, colocar mais ouro para os blocos negros.

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Att,
Coletivo de Entidades Negras - CEN
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Glória 7 x 3 E.C. Vacaria parte 27

Alteração no Trânsito

O IV Encontro Cultural e Campeiro inicia na próxima quinta-feira, 19/02. Para chegar ao Parque de Exposições Nicanor Kramer da luz os veículos devem seguir pela Avenida Antônio Ribeiro Branco. Após a entrada que dá acesso à estrada do Graneleiro, a Avenida terá mão única, com  duas pistas em direção ao Parque.
A pista da direita será para acesso ao acampamento e estacionamento da campeira; caminhões boiadeiros; ônibus circular e saída para a BR 116.
Deverá utilizar a pista da esquerda o motorista que desejar ingressar no estacionamento principal pago; ônibus de artistas, CTGs e invernadas artísticas; AABB; Clube Guarani e retorno para a Avenida Antônio Ribeiro Branco (pela estrada do Graneleiro).
A BR 116 não dará acesso à entrada ao parque de Exposições Nicanor Kramer da Luz, apenas servirá de saída dos veículos que estiverem nos estacionamento principal e da campeira.

IV Encontro Cultural e Campeiro

Nesta quinta-feira, 19/02, inicia o IV Encontro Cultural e Campeiro. O evento, que é promovido pelo CTG Porteira do Rio Grande, acontece no Parque de Exposições Nicanor Kramer da Luz, em Vacaria. Os portões abrem às 13h30min.

O ingresso dá direito as atrações artísticas, campeiras, shows e bailes, e tem o seguinte valor:
Ingresso geral: R$ 10,00
Crianças de 07 a 12 anos: R$ 5,00
Idosos (acima de 60): R$ 5,00
Sócios do CTG Porteira do Rio Grande, em dia com a mensalidade, não pagam entrada, mediante a carteirinha nova da entidade.

O estacionamento custa R$ 15,00 para não sócios e R$ 10,00 para os sócios do CTG Porteira do Rio Grande.

Confira a programação de shows e bailes
Quinta-feira (19/02)
20 horas – Cristiano Quevedo
22 horas – Quinteto Nativo
24 horas – João Luiz Correa

Sexta-feira (20/02)
20 horas – Alma Capoense
22 horas – Os Serranos
01 hora – Grupo de Montão

Sábado (21/02)
20 horas – Os Vacarianos
22 horas – Volmir Coelho
24 horas – Tchê Barbaridade


Lagrimas de Sangue

LÁGRIMAS DE SANGUE: TEM MÃE NEGRA CHORANDO FILHO ASSASSINADO. 

Meus Amigos e Minhas Amigas.

Por que choram as Negras Mães que deveriam estar acalentando os filhos? Por que são lágrimas de sangue que rolam pelas negras faces imagem da dor materna? Por que repousa estendido na sarjeta, envolto de sangue e vela, os amados filhos queridos? Por que, meu Deus, tão cruel castigo – que vem desde os porões dos navios negreiros – sobre quem gerou, amamentou e não verá formado homem? Por que mãos brancas assassinas ceifaram o doce fruto dos nossos agônicos ventres, e, com isso, julgam defender a sociedade? Por que as forças que deveriam nos trazer a paz continuam a promover tão covarde cena criando tão trágico cenário de dor e lágrimas? Por que, Deus meu, Por que?

Onde estão os nossos iguais dos milhares movimentos de defesa da Raça e da Igualdade Racial – de pele e de açoites – que não ouvem os nossos desesperados lamentos? Estariam sentados à mesa com os cruéis algozes dos nossos amados filhos? Ou estariam pelos gabinetes políticos forjando álibis para seus patrões, assassinos cruéis dos nossos filhos? Por que não se levantam ao nosso socorro exigindo definitivamente dos senhores, aos quais são vis serviçais, o fim do genocídio de tantos jovens negros? Que defensores da raça e da igualdade racial são esses, que se alimentam nas mãos brancas que disparam conta os nossos negros filhos?  

Seriam eles os herdeiros nefastos dos ancestrais que vendiam negros para serem escravos no novo mundo? Estariam esses defensores da raça e da igualdade racial, nesse momento, de agonia e dor, recebendo a perversa recompensa pela subserviência aos algozes da raça e dos nossos filhos? De certo, talvez, estejam escrevendo mais um daqueles manifestos, de frases feitas e sem resultados, direcionado às vítimas nunca aos algozes, seus senhores.

Não sequem as nossas lágrimas de sangue com suas mãos manchadas com o sangue dos nossos filhos! Deixem-nas escorrer pela negra face paradigma da dor materna! Por suas inércias, por suas subserviências, por suas negociatas, por suas cumplicidades, por seus hediondos jogo do faz de conta, somos as mais infelizes das Mães. Negras Mães que sabem o que é sofrer pela perda tão brutal de um filho amado.

Diante dos nossos tristes olhos, e ecoando em nossos ventres de sofreguidão, estampam-se as imagens de dor, da perplexidade e de revolta dos agônicos versos do poeta Castro Alves:

Mas, que vejo eu ai... Que quadro de amarguras!
É canto funeral... Que tétricas figuras!
Que cena infame e vil!... Meu Deus! Meu Deus, que horror!
 
Abraços a todos.

Flávio Leandro
Cineasta, Professor de Produção Cinema e Vídeo, Professor de Produção Teatral.



Desfile de Carnaval de Vacaria RS parte 34

Mulheres de Axé


De vestido branco rendado e sorriso maroto no rosto, Mãe Carmem de Oxaguiã, a sucessora da célebre Mãe Menininha do terreiro do Gantois, na capital baiana, analisa o poder feminino na religião afro-brasileira: “As mulheres dão conta do candomblé. A mulher sabe mandar… Com carinho, ela manda”. E vai desfiando os nomes das matriarcas antes dela, antes de sua mãe, e antes ainda… Guardiãs dos segredos dos orixás.
Lançado em 2013, o livro Mulheres de Axé reuniu perfis de mais de 200 ialorixás (mãe-de-santo) de Salvador, região metropolitana e Recôncavo. E foi transformado em um documentário que o Socialista Morena reproduz com exclusividade. No tom calmo de falar, no jeito doce, a sabedoria das mulheres do candomblé contrasta com a perseguição e a intolerância que até hoje sofrem no Brasil os seguidores das religiões de matriz africana. Saiba mais aqui: http://cenbrasil.blogspot.com.br/2015/02/mulheres-de-axe-contra-intolerancia.html

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Att,
Coletivo de Entidades Negras - CEN
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