quarta-feira, 5 de junho de 2013
Campanha Mundial Denuncia Trabalho Escravo no Brasil
Campanha mundial denuncia trabalho escravo no Brasil
04/06/2013
Uma campanha mundial para denunciar a continuidade da escravidão de crianças e trabalhadores do Brasil está sendo iniciada na Suíça, com a participação da Comissão Pastoral da Terra (CPT), um dos órgãos ligados à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Os documentos básicos da campanha afirmam que, apesar da abolição da escravatura, em 1888, o Brasil continua a registrar novas formas de escravidão em que seres humanos trabalham em condições desumanas, em fazendas, minerações e fábricas clandestinas.
Mais de 40 mil brasileiros, entre os quais muitas crianças, estão condenadas atualmente a uma situação de “escravidão modera”. É grande o contingente de crianças trabalhadoras: para cada 10 crianças brasileiras, uma trabalha; são 866 mil crianças de 7 a 14 anos alistadas como trabalhadoras no Brasil. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho – OIT, esse número inclui apenas as crianças empregadas nas piores modalidades de trabalho infantil, tais como o trabalho escravo forçado, a venda e o tráfico de pessoas, as atividades ilícitas, tais como a produção e trafico de drogas, os trabalhos perigosos a saúde infantil (como o corte de cana e a fabricação de tijolos) entre outras atividades.
As estatísticas oficiais omitem, por exemplo, as prostitutas mirins e as milhares de crianças, geralmente meninas, que fazem trabalhos domésticos no Brasil. De acordo com o padre Xavier Plassat, um sacerdote dominicano que trabalha no Brasil há 22 anos – e que coordena a campanha internacional contra o trabalho escravo –, empregar crianças no trabalho doméstico, muitas vezes em idade bastante precoce, é uma prática muito comum e bem aceita no país. Apesar de prejudicar profundamente crianças e adolescentes, a carga de trabalho é muito pesada e a maioria das crianças não consegue frequentar a escola. Por outra parte, essa atividade acontece de forma escondida, tornando-se difícil vigiar e normatizar esse tipo de exploração da força de trabalho infanto-juvenil.
Saúde mental
Existem hoje, no Brasil, cerca de cem mil crianças de sete a dezoito anos abandonadas nas ruas das cidades médias e grandes; são obrigadas, pelas circunstâncias da vida, a ficar distantes do convívio familiar; sua rotina é a violência e a privação do acesso a condições dignas de vida. Pesquisa sobre a saúde mental de crianças e adolescentes, criadas em instituições sérias e respeitadas, verificou, em 2012, que essas crianças apresentavam um risco de transtornos psiquiátricos seis vezes maior em relação àquelas que viviam com suas famílias. A campanha mundial, cujo lema é “vigiar para evitar a escravidão”, tem apoio da ONG Brücke Le Pont.
Propostas
Além de fazer essas denúncias, a campanha apresenta diversas propostas para o enfrentamento desse problema. Em primeiro lugar, a realização de um estudo detalhado e multidimensional das situações que envolvem a infância e a adolescência, seja no Brasil, seja nos outros países do mundo, para efeito comparativo. Os coordenadores da campanha, Xavier Plassat e Marie-Leila Coussa, partem do pressuposto de que as crianças e os adolescentes submetidos ao trabalho escravo “não devem ser considerados apenas como vitimas passivas e beneficiarias de medidas voltadas para ajudá-las. Essa postura, além de ser pouco eficiente ao longo do tempo, tende a ser preconceituosa, mantendo os jovens como perpétuos marginalizados e perdedores; “crianças e adolescente estão em grave risco, mas a palavra risco guarda em seu significado a noção de ganho”.
Mais de 40 mil brasileiros, entre os quais muitas crianças, estão condenadas atualmente a uma situação de “escravidão modera”. É grande o contingente de crianças trabalhadoras: para cada 10 crianças brasileiras, uma trabalha; são 866 mil crianças de 7 a 14 anos alistadas como trabalhadoras no Brasil. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho – OIT, esse número inclui apenas as crianças empregadas nas piores modalidades de trabalho infantil, tais como o trabalho escravo forçado, a venda e o tráfico de pessoas, as atividades ilícitas, tais como a produção e trafico de drogas, os trabalhos perigosos a saúde infantil (como o corte de cana e a fabricação de tijolos) entre outras atividades.
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Saúde mental
Existem hoje, no Brasil, cerca de cem mil crianças de sete a dezoito anos abandonadas nas ruas das cidades médias e grandes; são obrigadas, pelas circunstâncias da vida, a ficar distantes do convívio familiar; sua rotina é a violência e a privação do acesso a condições dignas de vida. Pesquisa sobre a saúde mental de crianças e adolescentes, criadas em instituições sérias e respeitadas, verificou, em 2012, que essas crianças apresentavam um risco de transtornos psiquiátricos seis vezes maior em relação àquelas que viviam com suas famílias. A campanha mundial, cujo lema é “vigiar para evitar a escravidão”, tem apoio da ONG Brücke Le Pont.
Propostas
Além de fazer essas denúncias, a campanha apresenta diversas propostas para o enfrentamento desse problema. Em primeiro lugar, a realização de um estudo detalhado e multidimensional das situações que envolvem a infância e a adolescência, seja no Brasil, seja nos outros países do mundo, para efeito comparativo. Os coordenadores da campanha, Xavier Plassat e Marie-Leila Coussa, partem do pressuposto de que as crianças e os adolescentes submetidos ao trabalho escravo “não devem ser considerados apenas como vitimas passivas e beneficiarias de medidas voltadas para ajudá-las. Essa postura, além de ser pouco eficiente ao longo do tempo, tende a ser preconceituosa, mantendo os jovens como perpétuos marginalizados e perdedores; “crianças e adolescente estão em grave risco, mas a palavra risco guarda em seu significado a noção de ganho”.
Fonte: Carta Maior
Prefeitura de Porto Alegre RS
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Foto: Cristine Rochol/PMPA
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Nesta quarta-feira, 5, Dia Mundial do Meio Ambiente, a 29ª edição Semana do Meio Ambiente traz programação
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Editado pela Supervisão de Comunicação Social
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OUTRAS MÍDIAS
Uma seleção de ótimos textos publicados na websfera livre
Porto Rico, em crise, será 51º Estado dos EUA?
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CUT defende Soberania do Povo do Haiti
CUT defende soberania do povo haitiano
04/06/2013 Informa CUT
Conferência internacional em Porto Príncipe exige retirada das tropas da ONU do país
por: CUT Nacional
Douglas Mansur
1) Manifestação pública em Porto Príncipe – Julio Turra (microfone) ao lado de Juliana e Bárbara. Atrás, o senador Moise
Nos dias 31 de maio e 1º de junho realizou-se em Porto Príncipe, capital do Haiti, a Conferência continental pela retirada das tropas da ONU que ocupam o país desde 2004 no quadro da Minustah (Missão de estabilização do Haiti).
A conferência, convocada a partir de um chamado da delegação internacional que esteve na sede da ONU em outubro de 2012 para reclamar a saída das tropas estrangeiras do Haiti, foi organizada por entidades sindicais e populares locais – dentre elas as centrais sindicais CATH e CTSP (filiada à ISP e CSI) que estiveram presentes nos dois últimos congressos nacionais da CUT - e contou com a presença de delegados de 10 países: Haiti, Argentina, Argélia, Brasil, El Salvador, Estados Unidos, França, Guadalupe, Martinica e México.
A delegação brasileira foi composta por Julio Turra pela CUT nacional; Juliana Cardoso; vereadora do PT, pela Câmara Municipal de São Paulo; Bárbara Corrales do comitê “Defender o Haiti é defender a nós mesmos”; Kátia Silva da Secretaria de Combate ao Racismo da prefeitura de São Paulo; Sônia Santos do Movimento Negro Unificado (MNU) e Douglas Mansur do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, além de militantes do MST, Guto e Jéssica, que desenvolvem atividades da Via Campesina no próprio Haiti.
Recordemos que a CUT, desde sua Plenária Nacional de 2008, adotou posição pela retirada das tropas da ONU do Haiti, o que foi confirmado no 10º e no 11º CONCUT (2009 e 2012), tendo participado de várias atividades de solidariedade à luta do povo haitiano para recuperar sua soberania.
A conferência foi iniciada na manhã do dia 31 de maio com painéis sobre a história das ocupações militares que o Haiti sofreu desde a sua independência em 1804, quando os escravos negros libertaram o país do colonialismo francês, passando pelas ocupações promovidas pelos EUA desde 1915, até a situação atual, em que as tropas da ONU, cujo comando militar foi dado ao Brasil, entraram no país em 1º de junho de 2004 para ficar 6 meses e lá continuam há 9 anos! O professor Camille Chalmers fez uma exposição sobre a atual situação do país, o secretário geral da CTSP, Fatal, sobre o desrespeito à Constituição haitiana que significa tal ocupação militar e, por fim, o senador Jean Charles Moise (que recentemente esteve no Brasil), apresentou a resolução adotada por unanimidade pelo Senado do Haiti em 28 de maio que exige a retirada das tropas da Minustah até o prazo máximo de 1 ano (maio de 2014).
Douglas Mansur
Tomada geral da sala da conferência – ao fundo a mesa
Na tarde do mesmo dia 31, ocorreu uma manifestação pública diante do monumento a Dessalines (herói da independência do Haiti), que reuniu mais de 500 pessoas para escutar as mensagens de dirigentes políticos e sindicais haitianos e dos delegados internacionais, todos coincidindo com o grito de vinha dos manifestantes “Ann Pote Kole pou Ministah ale”, o que, em crioulo (“kreol”, língua popular do Haiti) significa “todos juntos pela retirada da Minustah”.
No sábado, 1º de junho, data em que se completaram 9 anos da entrada da Minustah no Haiti, a conferência teve sequência com intervenções dos delegados e delegadas, numa rica e fraterna discussão. No intervalo do almoço, ao lado do senador Moise e do secretário geral da CATH, Fignolé St-Cyr, vários delegados internacionais foram ouvidos num programa de radio de grande audiência, dentre eles o secretário geral da CTA da Argentina, Pablo Micheli, e os brasileiros Juliana Cardoso e Julio Turra.
Na sua parte final, a conferência adotou uma resolução dirigida aos governos envolvidos na Minustah, em particular aos membros da UNASUL e CELAC (Comunidade dos Estados da América Latina e Caribe), exigindo o respeito à soberania do povo haitiano, a indenização das vítimas da epidemia de cólera que, introduzida por soldados da ONU, provocou a morte de 9 mil pessoas, bem como a retirada imediata das tropas estrangeiras que ocupam o Haiti. Nela também se propõe a realização da uma semana de mobilização internacional de 28 de julho a 3 de agosto próximos.
Fundação Boticário
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