Como Separar o Trigo do Joio se são farelos do Mesmo Saco?
Meus Amigos e Minhas Amigas.
A minha caixa do correio eletrônico recebeu mais de 500 mensagens de todo o Brasil sobre o meu último manifesto: As 5 Derrotas que abalaram a Negritude e Comemorada pelos Movimentos Negros. Em torno de 10% dessas mensagens eram totalmente agressivas e raivosas contra a minha pessoa.
As mesmas pessoas e as mesmas entidades de defesa dos negros e da luta pela igualdade racial acusando-me de ser da extrema direita; que estou a serviço dos brancos e contra a liderança negra combativa e resistente; que sou lacaio da elite branca; que sou entreguista do sistema branco racista... e muitas outras frases panfletárias.
Das dezenas de críticas recebidas, a grande maioria é contra o fato de eu fazer criticas injustas e colocar no mesmo bolo pessoas de bem e entidades sérias, que fazem um trabalho sério e de resultados em prol da negritude.Acontece, que em nenhuma dessas mensagens foi indicada pelo menos um nome das tais pessoas do bem e das entidades sérias. E muito menos os resultados práticos e verdadeiros para a negritude.
De que adianta ser uma ou um representante sério da Causa Negra e da Causa Quilombola, e se omitir diante das mazelas lançadas contra a negritude? Homens e mulheres, negras, ocupam cargos em órgãos e entidades ligadas à Causa Negra, e só mostram as caras em eventos festivos, políticos e culturais. Nunca se apresentam para objetivamente defender a Causa da qual são contratados, nomeados e remunerados. Por isso, coloco-os no mesmo saco de inutilidades dos movimentos negros.
Por outro lado, mais de 450 mensagens não somente concordam comigo como também sugeriram outras tantas derrotas que abalaram a negritude nesse fatídico ano de 2015. A grande maioria das mensagens relatam casos escabrosos de usurpação da raça pelos pseudos líderes e pelas pseudas entidades e órgãos, ditas de defesa do negro e da igualdade racial. Segundo os e-mails, essa turminha é incansável nas suas gulas sedentas em usurpar a Causa Negra e a Causa Quilombola por esse Brasil afora.
Maranhão, Piauí, Alagoas, Rio e São Paulo são os cinco estados campeões de mensagens denunciando os vendilhões da raça intitulados líderes, e os balcões de negócios intitulados defesa dos negros, da igualdade racial,defesa das mulheres negras e outras boquinhas que engordam suas contas bancárias. E relegam a negritude às mazelas impostas pela sociedade.
No Rio de Janeiro, a campeã de indicação ao premio inutilidade social é famigerada Comissão da Igualdade Racial da OAB e a sua diretoria pelega. Eis o trecho de um das dezenas de e-mail que recebi sobre esse lixo politiqueiro. (Por ter sido enviado diretamente a minha pessoa, vou omitir o nome do remetente).
Como pode uma organização que se diz da Igualdade racial se manter alheio as coisas ruins que estão acontecendo com o povo negro no Rio de Janeiro? O Marcelo (Dias) é presidente ou sei lá o que dessa Comissão, mas está mais preocupado em puxar o saco da Ministra Nilma Lino, dos caciques do PT e fazer a sua campanha para Vereador dentro da sede da OAB. É uma vergonha a OAB emprestar seus espaços para ser usado como tribuna de políticos que usam a raça negra para seus fins eleitoreiros e pessoais. Enquanto o Marcelo estiver lá, nada vai acontecer em prol da negritude fluminense. Muitos menos ele vai ser eleito vereador. Aonde ele pisa não nasce grama.
Outros campeões de indicação ao premio inutilidade social são os parlamentares negros, tanto na Câmara federal, câmaras estaduais e municipais. Deputados Federais, Estaduais e vereadores, dos estados e municípios brasileiros, simplesmente esquecem que são negros e negras quando assumem seus mandatos. Tornam-se paus mandados dos caciques políticos brancos, e usam seus gabinetes como balcão de negócios onde negociam a Causa Negra e a Causa Quilombola por um punhado de Reais. Foram contra o Ministro Joaquim Barbosa que mandou prender seus patrões; são contra o Juiz Sérgio Moro porque está colocando na cadeia seus sinhozinhos, e aplaudem a mucama de luxo, Nilma Lino, tão inútil quanto.
Por e-mails e via telefônica, vinda de fontes confiáveis, chegam-me a notícia de que a ONG GELÈDES recebeu Um Milhão de Reais, do Google, para desenvolver um aplicativo que, certamente, não vai beneficiar em coisa nenhuma as mulheres negras. Diz um dos e-mails recebido:
... Simplesmente, porque nós mulheres negras não precisamos de nenhum aplicativo. Precisamos de creches e escolas para nossos filhos; de boas maternidades para nossos pré-natal; de saneamento, transporte, saúde e segurança nos bairros onde moramos; precisamos de trabalho para criar nossos filhos. Só Deus sabe o que passo para criar a minha filha, tendo de sair de Magé (Baixada Fluminense) e ir até Copacabana (Zona Sul do Rio) trabalhar. Esse milhão com certeza é o preço pago com negociação das nossas sofreguidões.
Outro e-mail de uma senhor negra de Jataí, Goiás: ... O tal aplicativo é uma forma criativa de se conseguir levantar uma graninha à custa das mulheres negras.
O trecho de outro e-mail recebido, de uma cidadã negra, do bairro de Irajá, subúrbio do Rio, traz a seguinte profecia: - O que vai ter de negões e de negonas inventando aplicativo para também levantar uma graninha...
Outra derrota sugerida por dezenas de e-mail é a Comissão Nacional da Verdade Sobre a Escravidão Negra. Muitas mensagens questionam as declarações do Dr. Wilson Prudente, relator da Comissão. Em entrevistas aos jornais, o atuante Procurador do Trabalho declarou que vai sugerir no relatório final da Comissão, a troca do dia da libertação da escravatura para o dia em que ocorreu a revolta da chibata, no Rio de Janeiro, em 1910.
Mensagens, principalmente da Bahia, lembram que lá também teve uma revolta tão importante quanto a revolta da chibata: a Revolta dos Malés. Do maranhão, mensagens lembram também o Preto Cosme e a Balaiada. Do Ceará, mensagens relatam o ato heroico e histórico de Chico da Matilda, o Dragão do Mar.
Mensagens apontam outra escorregada do ilustre Procurador, quando ele afirma que não houve escravos na África. Eis o trecho de um dos e-mails, vindo de um historiador, apresentando-se como negro, de Ilhéus, BA:
... Se tem algo que não pode ser negado, é que as tribos africanas, em guerra, subjugavam as rivais e faziam-nas de escravas. Os pesquisadores e historiadores negros tentam esconder essa realidade, e isso não é bom a história. É fato e é histórico que os africanos trazidos como escravos para o Brasil, muitos deles já eram escravos na própria África. Não eram os colonizadores brancos que adentravam às florestas da África para capturar os negros. Se essa fosse uma realidade, com certeza os africanos não seriam escravizados. Eram os próprios africanos que capturavam seus iguais e vendiam-nos como escravos a esses colonizadores. É histórico! Esconder isso é deturpar a história.
As teses do Dr. Wilson Prudente são equivocadas e colocam em cheque a seriedade da Comissão Nacional da Verdade Sobre a Escravidão Negra no Brasil. A Comissão já está arrastada e sem objetividades, levar inverdades para a população vai contribuir ainda mais para a degradação da imagem do negro no Brasil. A OAB, patrocinadora da Comissão, estará prestando um grande desserviço à negritude brasileira e ao País como todo se não interceder contra essas inverdades. – Desabafou o ilustre historiador baiano.
Outra discussão que ficou patente, nos e-mails que chegaram, foi o uso indevido das cotas raciais por pessoas da cor branca. Foram mencionados os três cidadãos que, declararam-se negros, mesmo sendo brancos, e sem quaisquer traços de mestiçagem, que passaram por meio das cotas no Instituto Rio Branco. Nos concursos para as universidades públicas, no executivo, no legislativo e no judiciário, as cotas são mais disputadas pelos falsos negros do que pelos próprios negros ou descendentes.
Uma figura carimbada nas mensagens que recebo é a mucama de luxo Nilma Lino Ribeiro. Essa senhora, que tem uma legião de negões e negonas puxa sacos, e tão incompetentes e inúteis quanto, sujeita-se a ser ministra de um ministério que só existe no papel. Nos genocídios contra os jovens negros, ela nunca dá o ar da sua graça para não constranger os governos, seus patrões e sinhozinhos, do PT e dos partidos aliados (e sócios nos crimes do mensalão, do petróleo da lava jato...). Um dos e-mails, do Rio de Janeiro, citando a referida mucama de luxo é o seguinte:
A ministra “tô aqui na vergonhosa missão de se dizer que tem uma negra no governo do PT”, Nilma Lino, é a imagem mais deprimente da negra ou do negro que se sujeitam servir seus senhores da política, em detrimento a falsa ideia de que a negritude tem um ministério para assegurar sua igualdade social e direitos como cidadão. Ela (a ministra) adora ser bajulada e ser acercar dos puxa sacos, líderes das pseudas entidades e órgãos de defesa do negro, e da igualdade racial. No Rio, quem comanda o cordão dos puxa sacos é o Marcelo Dias, eterno Presidente da Comissão da Igualdade Racial da OAB.(...)
Um revoltado cidadão negro de Aquidauana, MS, enviou um e-mail citando vários lideres e entidades negras espalhadas pelo país, que compartilharam em suas páginas nas redes sociais, postagens ibencis contra o Juiz Sérgio Moro. Um desses e-mails cita o compartilhamento do penalista, branco, Raúl Zaffaroni, cidadão, que sempre saiu em defesa dos corruptos. Esse cara diz uma ibencilidade só não maior que as dos líderes negros que que compartilhou e curtiu sua idiota postagem. Diz a mensagem:
- ...e segundo esse traste (Raúl Zaffaroni)o Juiz Sérgio Moro e a Lava Jato comprometem democracia no mundo, e acusa a Lava Jato de ser um golpe de estado. Existe fala mais ibencil? Agora, Flávio Leandro, entendo quando você classifica os negões dos movimentos negros de vendilhões da raça. (...)
Dessas mais de 500 mensagens pelo menos 20% alertava-me – como já dissera – sobre a minha postura de criticar a todos, sem distinção. É preciso separar o joio do trigo, frase escrita em pelo menos em duas dezenas de mensagens.
Não adianta me escrever pedindo para separar o joio do trigo. Se realmente existem pessoas sérias no CEDINE e no COMDENINE e em outros lixos de iguais teores, porque essas pessoas sérias não combatem, de maneira explícita, efetiva e impactante, o genocídio dos jovens negros pela força policial do estado? Omitem-se e querem ser tratadas como trigo? Não adianta ser uma negra ou um negro sério! Tem que botar a cara diante das questões. Quem vive de passar imagem é janela de trem.
O que mais se ouve sobre essas pessoas: – ...É um (a) negro (a) legal, honesto (a) e não se envolve em falcatruas. – Mas também não realizam nada de concreto, objetivo e real para a negritude. É só discurso e conversa fiada.
Os maus negros e as más negras, aqueles e aquelas que usam a Causa Negra e a Causa Quilombola como ferramenta de barganha politiqueira, não são diferentes dos negros e das negras que ocupam cargos em entidades e órgãos, de defesa do negro e da igualdade racial, e se omitem diante das barbáries cometidas contra a negritude. Por que se omitem? Por covardia ou por cumplicidade? Onde estão os projetos e programas para o bem estar social da negritude? Ou são somente os orçamentos é que contam e interessam?
Ou quem sabe o interesse maior é sobre projetos tipo do tal aplicativo que rendeu Um milhão de Reais?
Abraços a todos.
Flávio Leandro
Cineasta, Professor de Produção Audiovisual, Professor de Produção Teatral.
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