quarta-feira, 30 de junho de 2010

Ditadura Militar


amigos tantos e queridos,

Foi sob os "desmandos" do ditador Gen. Médici, que meu Pai Mário Alves(*)foi truscidado com requintes de tortura e é até hoje Desaparecido Político.

As homenagens que fazemos a cada um dos nossos heróis, são muito importantes e estendem-se a todos os atingidos, seus familiares e amigos que continuam exigindo justiça e a preservação da memória histórica dessas pessoas imprescindíveis.

No dia 05 de julho as 18 hs, será inaugurado na ABI-RJ o memorial do MARIO ALVES.

Sua presença é muito importante.


(*)

Mário Alves de Souza Vieira (Sento Sé, 14 de Fevereiro de 1923 — Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 1970) foi um político brasileiro, um dos fundadores do PCBR.

Mário Alves destacou-se por ser um dirigente comunista estudioso do marxismo-leninismo, um revolucionário combativo, totalmente dedicado à luta popular, desde a juventude. Ingressou no PCB, aos 15 anos na Bahia, em plena ditadura do Estado Novo. Nesse primeiro período participou das lutas estudantis e das lutas populares contra o fascismo, exigindo a participação do Brasil na guerra ao lado das forças aliadas.

Após a guerra, por sua destacada participação nas frentes de batalha, particularmente com a derrota que o povo e o Exército Vermelho da URSS infligiram ao exército de Hitler (com a perda de 25 milhões de soviéticos), os comunistas se fortalecem no Brasil e no mundo. O PCB é legalizado e Mário Alves foi eleito para o comitê estadual do Partido.

Pouco depois, o governo Dutra impôs uma dura repressão aos comunistas e o PCB foi colocado na ilegalidade. Mário Alves seguiu para o Rio de Janeiro, já casado com sua companheira Dilma Borges, mas, ainda perseguido, transferiu-se para São Paulo, onde trabalhou na revista Problemas.

Viajou para a União Soviética em 1953 a fim de participar de um curso de marxismo-leninismo. Em 1954 foi eleito membro do Comitê Central do PCB. Em 1958, viajou para a República Popular da China e assumiu a direção do jornal Novos Rumos do PCB. Mário Alves dominava vários idiomas e durante o período de clandestinidade trabalhou como tradutor para garantir seu sustento.

No início da década de 1960, atuou na secretaria nacional de educação do PCB e começou a polemizar com as posições do Partido. Defendia que a aliança privilegiada que os operários deviam consolidar seria com os camponeses e não com a burguesia "nacional", como era defendida pelo PCB.

A partir do golpe militar de 1964, Mário Alves passou a viver novamente na clandestinidade, sendo preso em julho. Foi libertado em 1965, por um habeas corpus.

A luta política dentro do partido intensifica-se. A maioria defendia a continuidade da política em relação ao que denominavam "burguesia nacional" e a via pacífica para derrotar a ditadura. Um conjunto de dirigentes e militantes, entre eles Mário Alves e Carlos Marighella, rompem com essa visão e defendem a resistência armada por meio de atos terroristas e de guerrilha ao regime.

Mário Alves, defendendo a importância de organizar um novo partido de vanguarda, junto com outros companheiros, como Apolônio de Carvalho e Jacob Gorender, fundou o PCBR em 1968, tornando-se seu secretário-geral. Defendiam uma maior inserção no movimento de massas e a luta armada contra a ditadura.

No dia 16 de janeiro de 1970, aos 47 anos, Mário Alves desaparece. Foi preso pelo DOI-CODI e levado ao quartel da Polícia do Exército, na rua Barão de Mesquita, Tijuca, um dos centros de tortura da ditadura. Foi "espancado barbaramente de noite, empalado com um cassetete dentado, o corpo todo esfolado por escova de arame, por se recusar a prestar informações exigidas pelos torturadores do 1° Exército e do DOPS", como denunciou sua companheira Dilma. Alguns presos políticos que ali estavam, entre eles Antônio Carlos Carvalho (Tonico), René Carvalho e Raimundo Teixeira Mendes, presenciaram sua agonia e denunciaram, ainda na ditadura, as condições de sua morte, desmentindo versões oficiais que negavam o ocorrido.

Sua companheira e sua filha Lúcia conseguiram, em 1987, que a União reconhecesse a responsabilidade civil por sua prisão, morte e danos morais. Foi, assim, o primeiro caso em que a União reconheceu sua responsabilidade por um desaparecimento político.

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