sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

O Sexo e as Negas

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De: Flávio leandro de Souza [mailto:flavioleandrosz@yahoo.com.br]
Enviada em: quinta-feira, 18 de dezembro de 2014 17:55
Para: seppir.ouvidoria@seppir.gov.br
Assunto: Viva o Sexo e as Negas! Viva Miguel Flabella!


Caro Miro. Boa Tarde.

Para encerrar esse assunto, já bastante esgotado, ontem, 17/12/ estive com vários atores e atrizes negras no OI CASA GRANDE em apoio a indicação de Jorge Coutinho como Secretário de Cultura do Estado do Rio de Janeiro. Numa conversa informal, todos e todas foram unanimes em afirmar sobre a precipitação dos movimentos negros e da SEPPIR em questionar um programa que nem ainda teria ido ao ar.

Também, todos nós entendemos que foi uma grande injustiça contra o Miguel Falabella, que é um dos poucos autores que incluem números consideráveis de personagens negros nos seus textos. – O Falabella me representa mais dos que esses caras do movimento negro, pois o Flabella me possibilita trabalhar, ao contrário desses caras. – disse uma das atrizes que brilhou na série O SEXO E AS NEGAS.

A questão negra vem sendo tratada com demagogia, insanidade e interesses escusos por um grupinho que está há décadas fazendo de conta que luta pela causa. Isso é fato!
Se hoje o racismo está latente; a discriminação contra o negro patente; a discriminação contra a mulher negra ainda mais cruel e o negro dependo de cotas para ter acesso às universidades e ao serviço público, onde está o resultado da tal luta histórica dos movimento negros?

As SEPPIR da vida encabrestada ao governo a ao partido político desse governo; os conselhos estaduais e municipais de defesa do negro acorrentados aos respectivos governos... onde está a independência?  Quando o CEDINE se levantou contra o governo Sérgio Cabral contra a matança pela polícia de homens e mulheres negras e outras aberrações do mesmo teor? Quando o CONDEDINE se levantou contra o Eduardo Paes  pelo embranquecimento do funcionalismo público carioca?
Estão todos sob a tutela dos governos e fazem o que eles querem e o que eles mandam. Enquanto essa gente não estiver sob  total independência política e partidária não terá  a credibilidade e o respeito da raça negra.

Existem Instituições e entidades independentes, cito o AFROCARIOCA, o IARA, o IPOAFRO, O CULTNE, o AFROPRESS, o EDUCAFRO, entre outras, que desenvolvem um trabalho sério e de resultados. Mas a grande maioria é não tem demonstrado a mesma eficiência. Fica só no discurso. Na panfletagem.
O caso do SEXO E AS NEGAS é que, em se tratando da Rede Globo, daria visibilidade, mídia e sensacionalismo.
Só que o tiro saiu pela culatra.

Abraços.
Flávio Leandro





Flavio.

Do meu ângulo de visão, não houve "carnavalização" de quem propõe um debate sério a respeito do que a mídia

produz no País.

Compreendo a posição de quem é favorável à citada produção do Grupo Globo, especialmente a dos artistas que

tornaram públicas as suas posições. Espero que haja a mesma compreensão em relação ao lado que questiona

o referido programa de televisão.

No mais, de fato precisaríamos fazer uma consulta a toda a população negra no Brasil para saber, de cada um e cada uma,

em profundidade, o que pensa a respeito do movimento negro e de sua luta histórica contra o racismo. Infelizmente nos

falta poder real para tal empreitada. Entretanto, talvez uma olhada em nossa história nos dê a resposta. E na certa nos

mostrará que a nossa luta não se restringe à defesa de uma raça, mas à realização de justiça e desenvolvimento para negras

e negros no Brasil. E isso inclui mídia, economia, educação, infraestrutura, saúde, autoestima, etc.

Saudações, Miro Nunes.


 


To: discriminacaoracial@yahoogrupos.com.br
From: discriminacaoracial@yahoogrupos.com.br
Date: Thu, 18 Dec 2014 09:56:35 +0000
Subject: Re: [discriminacaoracial] Re: A Causa Negra Particular de Certos Grupinhos

 
Os "principais interessados" na mensagem transmitida por uma série como essa não são as atrizes e atores negros - o interesse destes é somente em manter o seu emprego, daí a unanimidade corporativa de sua defesa do sinhozinho. O principal interesse é o da população negra, cuja autoestima é constantemente rebaixada por essas produções. Quanto à legitimidade ou não daqueles "que se apresentam como defensores da raça", quem é mesmo que a outorga?   

Em Quinta-feira, 18 de Dezembro de 2014 0:34, "Flávio leandro de Souzaflavioleandrosz@yahoo.com.br [discriminacaoracial]" <discriminacaoracial@yahoogrupos.com.br> escreveu:


Olá, Miro. Boa Noite.

O coerente, ético e justo seria, antes de se tomar tal decisão, ter ouvido primeiro os principais interessados, que são as atrizes e os atores negros.  Se eles tivessem sido ouvidos, com certeza, a SEPPIR e os que se levantaram contra a série não teriam causados tão desnecessário desgate.

É imperativo também que a legítima luta da causa negra não caia na carnavalização por causa da falta de bom senso dos que se apresentam como defensores da raça, sem ter sido outorgado por essa mesma raça.

Abraços.

Flávio Leandro  


De: "Comissão Jornalistas afrojor_rj@hotmail.com [discriminacaoracial]" <discriminacaoracial@yahoogrupos.com.br>
Para: discriminacao Lista <discriminacaoracial@yahoogrupos.com.br>
Enviadas: Quarta-feira, 17 de Dezembro de 2014 15:44
Assunto: RE: [discriminacaoracial] Re: A Causa Negra Particular de Certos Grupinhos


Prezado Flávio Leandro e demais desta lista.

Fui um dos que se posicionou e se posiciona contra a citada produção da Globo.

Há 10 anos, alguns grupos de mulheres ligadas à denominações protestantes tb se posicionaram publicamente

contra a telenovela, da mesma emissora, chamada " Da cor do pecado" devido ao título e à abertura da produção

que mostrava uma parte do corpo negro marcada a ferro e fogo como se fosse gado.

O documento com a posição destes grupos, liderado pelo Fórum de Mulheres Negras Cristãs do RJ, foi entregue

em mãos à direção da Central Globo de Comunicação que ainda faz a interface com os movimentos sociais para

o hoje denominado Grupo Globo. Este documento, já histórico, foi na época publicado no site do Observatório

da Imprensa e ainda está lá em seus arquivos do ano de 2004.

Medeiros lembrou os textos de Ana Maria e Cidinha, que dão respostas corretas aos que apoiam a série.

Discordâncias há e são bem vindas. O que não podemos cair é na falta de coesão no enfrentamento a um

adversário histórico: o racismo.

Assim como eu, a grande maioria da militância vive do seu trabalho árduo e não está envolvida diretamente

com governos. E os que estão exercem, temporariamente, suas funções com honestidade, salvo exceções que devem ser comprovadas.

Compartilho da crítica em relação à produção dos chamados órgãos de promoção da igualdade racial, mesmo

sabendo das dificuldades enfrentadas no setor público (sou servidor e sei bem o que é isso). Suponho ser o

único militante (espero que não...) contra o modelo adotado (secretaria, superintendência, etc) para se promover a chamada

igualdade racial. Até o momento, isso não tem funcionado conforme deve ficando na grande maioria das vezes

na parte formal da história, que tb é relevante mas insuficiente no caso da questão negra no Brasil.

Defendo ainda que se explicite as críticas que, repito, são essenciais ao movimento negro, porém não se pode

generalizar, ou melhor, para que a crítica surta o efeito desejado a meu ver deve ser mais focalizada e, de preferência,

que se apresente alternativas, assim como o documento entregue à Globo há dez anos o fez.

O Grupo Globo historicamente está ao lado de nossos adversários históricos, mesmo a gente não demonizando-o

como o mesmo faz conosco e reconhecendo alguns avanços, como a presença de um pouco mais de gente negra

aparecendo em suas produções. O problema há 10 anos como agora é com que qualidade isso acontece. Sem

falar na quase falta de profissionais negros na linha de frente da produção de entretenimento (diretores, roteiristas, etc).

Saudações, Miro Nunes (RJ).




 

To: discriminacaoracial@yahoogrupos.com.br
From: discriminacaoracial@yahoogrupos.com.br
Date: Wed, 17 Dec 2014 16:58:17 +0000
Subject: Re: [discriminacaoracial] Re: A Causa Negra Particular de Certos Grupinhos

 
Aconselho-o a ler os textos das escritoras Cidinha Silva e Ana Maria Gonçalves. Agora, precipitado e inconsequente é...

Em Quarta-feira, 17 de Dezembro de 2014 10:04, "Flávio leandro de Souzaflavioleandrosz@yahoo.com.br [discriminacaoracial]" <discriminacaoracial@yahoogrupos.com.br> escreveu:


Olá, Allyne. Bom Dia.

Certamente não nos conhecemos. Eu não representro grupos, organizações e entidades alguma.  Sou um dos muitos cidadãos negros indignados com certos grupinhos que estão há décadas se beneficiando com supostas lutas pela causa negra. 

Abraços.
Flávio Leandro


De: Allyne Andrade <allyneaes@gmail.com>
Para: Flávio leandro de Souza <flavioleandrosz@yahoo.com.br>
Enviadas: Quarta-feira, 17 de Dezembro de 2014 9:58
Assunto: Re: A Causa Negra Particular de Certos Grupinhos

Desculpas , mas   só  para eu ne situar e entender a crítica... nos  conhecemos  de onde e você  representa  qual movimento  negro?
eu sou Allyne  Andrade,  da associação  de mulheres  negras  aqualtune.
Allyne Andrade
   

Em 17/12/2014 09:51, "Flávio leandro de Souza" <flavioleandrosz@yahoo.com.br> escreveu:


Meus Amigos e Minhas Amigas.

Quando a imprensa noticiou o lançamento da séria O Sexo e as Negas, de Miguel Falabella, que seria exibido Rede Globo, setores do movimento negro e de entidades de  defesa das mulheres negras numa atitude insana e descabida, e sem mesmo saber o enredo da trama, levantaram-se em uníssono acusando a série de racista e sexista contra as mulheres negras. Numa atitude ainda mais insana, a SEPPIR (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República) foi acionada e, prevendo um marketing político para limpar a sua imagem ineficiente, subserviente e ostracista, ameaçou processar a emissora e impedir a estreia da série.

Pois, bem. O Sexo e as Negas foi para o ar, empregou atrizes e atores negros que puderam mostrar todo os seus talentos;  não criou situações desairosas à imagem da mulher negra e não foi racista contra a raça negra
Atrizes e atores negros que participaram da série estão super felizes e aguardando ansiosos a continuidade da série. Não só para mostrarem seus trabalhos e talentos, mas para poderem também pagar suas contas. Ao contrário dos que, sem nenhum motivo concreto, levantaram-se contra a série. A SEPPIR e essa súcia de vendilhões da raça certamente estão todos famintos pela ganância de aumentarem, junto aos partidos políticos e aos governos dos quais estão encabrestados,  seus orçamentos com dinheiro público, para continuar na luta (de boxe ou de MMA?) e resistência (do ferro ou do chuveiro elétrico?) em favor da causa negra particular deles.

Nas entrevistas à imprensa a maioria absoluta do elenco da série afirmou nunca ter sido consultada por nenhuma dasentidades negras que se levantaram contra a série.

Agora a pergunta que não quer calar: qual a justificativa da SEPPIR, dos movimentos negros e das entidades de defesas das mulheres negras para suas atitudes precipitadas e inconsequentes?
Gente. Vamos levar a sério a nossa luta! Só então, seremos ouvidos, respeitados e comemoraremos as nossas vitórias.

Abraços a todos.

Flávio Leandro







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