sábado, 9 de julho de 2011
Folha Metropolitana
Amigos e colegas:
Acabo de ser demitido da Empresa Jornalística Folha Metropolitana um ano, um mês e quatro dias depois de ser contratado para ser repórter de política. Este não é meu primeiro trabalho e nunca tornei público o motivo da saída por julgar que admissão e demissão fazem parte da liturgia das empresas. Logo, jamais exporia as razões da saída, se o motivo fosse contenção de despesas, qualidade do trabalho prestado, incompatibilidade entre mim e a chefia...
Desta vez, porém, é diferente: a minha demissão ocorreu porque noticiei em primeira mão e venho acompanhando o caso de nepotismo na Secretaria de Estado da Energia, sob o deputado licenciado José Aníbal (PSDB). A notícia está na página 10 da edição desta quinta-feira do jornal Metrô News.
Na segunda-feira, fui para uma entrevista com o deputado Carlos Roberto de Campos (PSDB-SP), munido de várias perguntas, uma das quais sobre nepotismo. O Metrô News vem acompanhando o episódio da contratação de Mateus Achilles Gomes pelo secretário-adjunto da Pasta, Ricardo Achilles, desde o início de junho.
Uma das estratégias era ver a opinião de Carlos Roberto sobre o caso ocorrido na pasta comandada por José Aníbal, uma vez que o PSDB é muito veemente nas críticas contra irregularidades. Carlos Roberto não foi induzido ou coagido a falar, mas falou e criticou severamente Ricardo Achilles e o colega de ninho, José Aníbal. A matéria foi publicada hoje, claro, com o consentimento do editor-responsável.
Nesta tarde, Carlos Roberto foi à redação, conversou com a direção do jornal e exigiu que o veículo desse uma resposta. A resposta foi a minha demissão.
Acho que devo dar essa explicação a todos os que me acompanham diariamente, seja por meio das das reportagens da Folha Metropolitana e do Metrô News ou na coluna 'Em Off', que mantinha às quartas e sextas-feiras.
Aproveito para agradecer o carinho dos colegas e me desculpar por possíveis desencontro de ideias. Creiam, sempre coloquei a lealdade e o respeito acima dos interesses diversos que permeiam o posto que ocupava. Nunca pactuei com interesses outros que não fosse o de dar a notícia da forma mais correta. Nunca usei do cargo para fins de ética duvidosa. Nunca aceitei barganhar a notícia. Nunca 'carlosrobertei', nem 'anibalizei' meu trabalho.
Peço que me ajudem a multiplicar essa mensagem indignada. Reitero: entrar e sair de empresas é fato comum e essa não é a primeira vez que acontece. Nunca, porém, tornei público o motivo da saída, por entender que essa é uma particularidade que cabe a patrão e a empregado. Dessa vez, porém, minha saída teve motivação política. Por trabalhar de forma correta, acabei punido.
O ciclo na empresa está terminado.
Um forte abraço a todos.
+++
A reportagem abaixo foi a primeira denúncia que apontou o episódio de nepotismo na Secretaria de Estado da Energia, comandada por José Aníbal, e foi publicada no Metrô News em 03.06.2011.
O secretário de Energia José Aníbal, que homologou a contratação do sobrinho de seu adjunto. Foto: Divulgação.
Ricardo Filho
O secretário-adjunto de Energia do Estado, Ricardo Achilles, mantém um sobrinho na Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae). A estatal do governo estadual é subordinada ao titular da pasta, José Aníbal, e por extensão ao próprio Ricardo Achilles. Matheus Achilles Gomes, advogado, foi contratado há aproximadamente um mês para trabalhar no departamento jurídico da Emae. Pelo trabalho, o sobrinho do sub-secretário terá salários mensais de cerca de R$ 8 mil.
Para o órgão, não há ilegalidade no fato. Em nota a Secretaria de Energia defende a contratação: “O advogado Mateus Achilles Gomes é contratado pela Emae, empresa controlada pelo Governo do Estado, que tem total autonomia administrativa e funcional. O colaborador desempenha adequadamente suas funções e não há nenhuma restrição ou impedimento legal ao seu exercício profissional”.
A contratação de Gomes teria sido aprovada pelo deputado federal (PSDB) licenciado e chefe da pasta, José Aníbal. Ricardo Achilles é o braço direito e homem de confiança do secretário de Energia desde a época em que Aníbal era vereador em São Paulo, entre 2005 e 2006.
Quando voltou à Câmara dos Deputados, em 2007 (Aníbal foi deputado pela primeira vez em 1989), o tio de Matheus Gomes o acompanhou a Brasília. Ano passado, Ricardo Achilles ajudou Aníbal a se reeleger. O secretario é um dos cotados para disputar a Prefeitura de São Paulo pelo PSDB no próximo ano.
Errata: Embora seja da confiança de José Aníbal, não é Achilles que acompanha o deputado desde a época da vereança em São Paulo, mas o sobrinho Mateus Achilles Gomes.
Veja as outras matérias sobre o caso de nepotismo na Secretaria de Energia:
José Antonio dos Santos da Silva51.91792404 - Claro
51.95284570 - Vivo
53.99491618 - Vivo
51.84908721 - Oí
51.82490039 - Tim
"Quem é de Axé diz que é!
"Ogun ko nife o si ewu lona wa"
"Com a proteção de Ogun não haverá nenhum perigo em nosso caminho".
Assistente Supervisor
Forever Living Producto Brasil
"Ubunto" é uma antiga palavra Africana, cujo significado é: "humanidade para todos".
Ubunto também quer dizer "Eu sou o que sou devido ao que todos nós somos".
Página pessoal - http://joseantoniodossantosdasilva.blogspot.com
http://twitter.com//JASSRS62
Página da UNEGRO Nacional - www.unegro.org.br
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Transplantados maioria são Brancos
Homens brancos são maioria dos transplantados. Negros e mulheres têm menos acesso a cirurgias, segundo Ipea
Date: 2011-07-08
Estudo inédito do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que os efeitos das desigualdades sociais brasileiras se estendem às cirurgias de transplantes de órgãos como coração, fígado, rim, pâncreas e pulmão. A maioria dos transplantados são homens da cor branca.
Agência Brasil - EBC
08/07/2011 - 14h37
Saúde
Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Estudo inédito do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que os efeitos das desigualdades sociais brasileiras se estendem às cirurgias de transplantes de órgãos como coração, fígado, rim, pâncreas e pulmão. A maioria dos transplantados são homens da cor branca.
De acordo com o estudo, de quatro receptores de coração, três são homens; e 56% dos transplantados tem a cor de pele branca. No transplante de fígado; 63% dos receptores são homens e 37% mulheres. De cada dez transplantes de fígado, oito são para pessoas brancas.
Segundo a análise do Ipea, homens e mulheres são igualmente atendidos nos transplantes de pâncreas; mas 93% dos atendidos são brancos. A maioria absoluta de receptores de pulmão também são homens (65%) e pessoas brancas (77%). O mesmo fenômeno ocorre com o transplante de rim: 61% dos receptores são homens; 69% das pessoas atendidas têm pele clara.
“Verificamos que o conjunto de desigualdades brasileiras acaba chegando no último estágio de medicina”, aponta o economista Alexandre Marinho, da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, um dos autores da pesquisa. Ele e outras duas pesquisadoras analisaram dados de 1995 a 2004, fornecidos pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
O economista não estudou as causas do fenômeno, mas disse à Agência Brasil que a preparação para o transplante pode explicar as razões da desigualdade. Para fazer a cirurgia de transplante, o receptor deve estar apto: eventualmente mudar a alimentação, tomar medicamentos e fazer exames clínicos – procedimentos de atenção básica.
Segundo Marinho, quem depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) - cerca de três quatros da população brasileira - sai em desvantagem, porque tem dificuldade para receber remédios, fazer consultas e exames clínicos. “A situação onera quem tem menos condições de buscar alternativas.”
“O sistema é desigual na ponta [cirurgia de alta complexidade] porque é desigual na entrada”, assinala o economista, ao dizer que quando o SUS tem excelência no atendimento o acesso não é para todos: “Na hora que funciona, quem se apropria são as pessoas mais bem posicionadas socialmente”.
Conforme Marinho, os planos de saúde são resistentes a autorizar procedimentos de alta complexidade, como as cirurgias de transplantes, por causa dos custos. “Os hospitais privados preferem atender por meio do SUS porque sabe que paga”.
O estudo sobre a desigualdade de transplantes de órgãos está disponível no site do Ipea. Segundo Marinho, o documento foi postado ontem (7) e ainda não é do conhecimento do Ministério da Saúde.
De acordo com os dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), há 1.376 equipes médicas autorizadas a realizar transplantes em 25 estados brasileiros (548 hospitais).
Edição: João Carlos Rodrigues
Agência Brasil - EBC
José Antonio dos Santos da Silva
51.91792404 - Claro
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Ubunto também quer dizer "Eu sou o que sou devido ao que todos nós somos".
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Date: 2011-07-08
Estudo inédito do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que os efeitos das desigualdades sociais brasileiras se estendem às cirurgias de transplantes de órgãos como coração, fígado, rim, pâncreas e pulmão. A maioria dos transplantados são homens da cor branca.
Agência Brasil - EBC
08/07/2011 - 14h37
Saúde
Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Estudo inédito do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que os efeitos das desigualdades sociais brasileiras se estendem às cirurgias de transplantes de órgãos como coração, fígado, rim, pâncreas e pulmão. A maioria dos transplantados são homens da cor branca.
De acordo com o estudo, de quatro receptores de coração, três são homens; e 56% dos transplantados tem a cor de pele branca. No transplante de fígado; 63% dos receptores são homens e 37% mulheres. De cada dez transplantes de fígado, oito são para pessoas brancas.
Segundo a análise do Ipea, homens e mulheres são igualmente atendidos nos transplantes de pâncreas; mas 93% dos atendidos são brancos. A maioria absoluta de receptores de pulmão também são homens (65%) e pessoas brancas (77%). O mesmo fenômeno ocorre com o transplante de rim: 61% dos receptores são homens; 69% das pessoas atendidas têm pele clara.
“Verificamos que o conjunto de desigualdades brasileiras acaba chegando no último estágio de medicina”, aponta o economista Alexandre Marinho, da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, um dos autores da pesquisa. Ele e outras duas pesquisadoras analisaram dados de 1995 a 2004, fornecidos pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
O economista não estudou as causas do fenômeno, mas disse à Agência Brasil que a preparação para o transplante pode explicar as razões da desigualdade. Para fazer a cirurgia de transplante, o receptor deve estar apto: eventualmente mudar a alimentação, tomar medicamentos e fazer exames clínicos – procedimentos de atenção básica.
Segundo Marinho, quem depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) - cerca de três quatros da população brasileira - sai em desvantagem, porque tem dificuldade para receber remédios, fazer consultas e exames clínicos. “A situação onera quem tem menos condições de buscar alternativas.”
“O sistema é desigual na ponta [cirurgia de alta complexidade] porque é desigual na entrada”, assinala o economista, ao dizer que quando o SUS tem excelência no atendimento o acesso não é para todos: “Na hora que funciona, quem se apropria são as pessoas mais bem posicionadas socialmente”.
Conforme Marinho, os planos de saúde são resistentes a autorizar procedimentos de alta complexidade, como as cirurgias de transplantes, por causa dos custos. “Os hospitais privados preferem atender por meio do SUS porque sabe que paga”.
O estudo sobre a desigualdade de transplantes de órgãos está disponível no site do Ipea. Segundo Marinho, o documento foi postado ontem (7) e ainda não é do conhecimento do Ministério da Saúde.
De acordo com os dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), há 1.376 equipes médicas autorizadas a realizar transplantes em 25 estados brasileiros (548 hospitais).
Edição: João Carlos Rodrigues
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