Festival de cinema de Gramado RS

Secretaria da Cultura realiza debate no Festival de Cinema de Gramado A Transversalidade, modernidade, intercâmbio e novas formas de incentivo à cultura, foram algumas das palavras-chave no debate conduzido pela Secretaria de Estado da Cultura, durante o Festival de Cinema de Gramado. O encontro sobre A Nova Política para o Audiovisual no RS foi realizado na chuvosa tarde de segunda-feira (8), no salão da Sociedade Recreio Gramadense, e fez parte do programa Ação de Cinema em Gramado, promovido pela Fundacine-RS e Festival de Cinema. Ao abrir o evento, o secretário estadual da Cultura, Assis Brasil, lembrou o orçamento mínimo destinado à Sedac neste ano (0,07 por cento do orçamento do Estado), mas destacou a importância da retomada das relações com o Ministério da Cultura e a inserção do RS no Plano Nacional de Cultura para a obtenção de recursos do programa Mais Cultura. "A situação é boa diante do MINC, podemos ter alguma vantagem porque não tivemos nada até agora", comentou. Uma outra fonte de financiamento é a LIC-RS, que foi desburocratizada e está mais acessível ao produtor. "Mas a LIC não significa política pública para a cultura", destacou o secretário, lembrando que política de cultura se faz a partir de orçamento próprio e também por meio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), implementado no final do ano passado. As estatais - como o Banrisul e CEEE - deverão se firmar como outra fonte importante de financiamento, já que há poucos dias foi criado um comitê para gerir as verbas das empresas públicas e dividir de maneira mais equilibrada os patrocínios para as ações da Sedac e de outras secretárias. Melhorar o acesso à LIC A diretora de Economia da Cultura da Sedac, Denise Viana Pereira, destacou algumas iniciativas que estão sendo tomadas para melhorar o acesso à LIC, como a desburocratização de etapas (incluindo a da apresentação de documentos), a possibilidade de um único cadastro para obter financiamento em leis de incentivo estaduais ou federais, aproximação da LIC com os fundos de financiamento do Ministério da Cultura, além da coordenação das ações de financiamento à cultura por parte das estatais. Denise também acenou com a criação de vários editais, voltados à produção cultural dos municípios e ao intercâmbio com outros países, além do convênio com o Ministério do Trabalho para a qualificação de trabalhadores em cultura. O diretor do Iecine, Luiz Alberto Cassol, ressaltou a importância do debate em Gramado por parte da Secretaria de Estado da Cultura e destacou o simbolismo de Sedac, Iecine, Banrisul e Secretaria de Comunicação estarem juntos, num mesmo estande, nesta edição do Festival. "É uma parceria importante para o desenvolvimento do cinema gaúcho", disse. Cassol também lembrou das iniciativas já concretizadas neste primeiro semestre pelo Iecine - parceria com o Icau e Entre Fronteiras, diálogos com a comunidade cinematográfica, ações de divulgação da Cinemateca Paulo Amorim -, em especial o lançamento do edital para Finalização de Longas-Metragens: Rio Grande do Sul Pólo Audiovisual. "Este edital é uma ação emergencial resultante das demandas da classe cinematográfica. Há vários longas que dependem de poucos recursos para chegarem ao mercado e, uma vez prontos, estes filmes vão fazer o RS retomar sua posição de pólo referencial no cenário audiovisual brasileiro", explicou. Ao final, o diretor do Iecine chamou os participantes a repensarem a função do instituto. "O Iecine não pode se limitar a emprestar equipamento, precisa se modernizar, não pode ter mais a mesma função de 10 ou 15 anos atrás". Divulgar os filmes produzidos no Rio Grande do Sul é uma das premissas da instituição, mas, para isso, os realizadores precisam oferecer algumas contrapartidas. "Oferecer os filmes com opções de legendas em espanhol e inglês agora é uma necessidade, além da participação em festivais nacionais e internacionais". Texto: Mônica Kanitz Edição: Redação Secom - fone (51) 3210 -4305