quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A Arte

A arte de querer ser mais realista que o rei
Olhar político
Postado por: Tadeu Ferreira Jr. - 13/02/2011

Nas últimas duas semanas assistimos a pelo menos dois episódios que podem ser classificados, no mínimo, como abuso de poder por parte dos gestores públicos: um se deu em âmbito estadual, onde professoras aprovadas em concurso público e já acostumadas a lecionar na rede estadual foram reprovadas em exame de aptidão física por serem obesas.
O outro, caso ainda mais bisonho, se deu em Santos, com jovens do Programa Guardião-Cidadão, da Prefeitura, sendo obrigadas a assinar documentos garantindo não estarem grávidas e se comprometendo a não engravidar.
O que pensam os gestores públicos? Como alguém acima do peso pode estar apta a lecionar num dia e no outro, como num passe de mágica, não estar mais? É preciso acabar com a síndrome do super-homem, em que os servidores municipais, em vez de disciplinar, resolvem assumir as rédeas das vidas e controlar os passos das pessoas.
Bom seria se o deputado estadual Carlos Gianazzi (PSOL) pusesse em prática o que sugeriu no calor de um discurso. Se as professoras podem ser consideradas inaptas para o trabalho por serem obesas, impeçamos também os prefeitos, governadores, deputados e agentes públicos em geral de correr riscos. Será que as congressistas seriam capazes de aprovar uma lei que extinguisse os mandatos de deputadas que engravidassem? Certamente não.
Para piorar, além de extrapolar os limites do bom senso, esse tipo de ingerência, invariavelmente, acaba nos tribunais, em ações que podem gerar ônus financeiro aos cofres públicos e punir quem nada tem a ver com medidas tão desnecessárias: o contribuinte.
FONTE: Jornal A Tribuna – Blog Dia a Dia


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