A partir de 21 de dezembro a RS020, trecho da interseção com a RS453 Rota do Sol-Rodovia Euclides Triches (Taínhas), à interseção com a BR285 (São José do Ausentes), passou a se chamar “Rodovia ARMANDO WALDEMAR DE ZORZI”.
 
A Lei 13.583, assinada pela Governadora Yeda Crusius, foi uma proposta do deputado Francisco Appio. Ao apresentar o PL 155/2010, Appio prestou uma homenagem a um dos grandes empreendedores dos Campos de Cima da Serra e Caxias do Sul.
 
Armando Waldemar De Zorzi  muito contribuiu para o desenvolvimento e o incentivo do reflorestamento e aproveitamento de energia renovável, com destaque para a Celulose Cambará, responsável pela maior parte da economia dos municípios da região. 

A iniciativa atende solicitação da Bancada Progressista da Câmara de Vereadores de Cambará do Sul. Caberá ao DAER sinalizar com placas a identificação da rodovia Armando Waldemar De Zorzi.



Veja, a seguir, a justificativa do Projeto de Lei.
JUSTIFICATIVA – A presente proposta objetiva denominar “Rodovia ARMANDO WALDEMAR DE ZORZI” a RS020, trecho da interseção com a RS453 Rota do Sol-Rodovia Euclides Triches (Tainhas) à interseção com a BR285 (São José dos Ausentes). 
Neste sentido, propõe-se o nome do Sr. Armando Waldemar De Zorzi visando homenagear este ilustre empresário da região que muito contribuiu para o desenvolvimento e o incentivo do reflorestamento e aproveitamento de energia renovável em empreendimentos regionais. 
Filho de João Batista e Luiza Giacomet De Zorzi, Armando Waldemar De Zorzi é o quinto filho de uma família de treze filhos. Nasceu em Caxias do Sul no dia 20 de janeiro de 1924. Passou a infância no município de Canela onde frequentou o curso primário. 
Por ter uma personalidade empreendedora, já aos 16 anos tornou-se motorista profissional e com apenas 17 anos comprou seu primeiro caminhão da marca Internacional tipo K7, veículo este, restaurado e preservado na família. 
Extremamente determinado, Waldemar, como era conhecido, sempre trabalhou com muito afinco. Como resultado desse esforço e dedicação, aos 23 anos, adquiriu sua primeira serraria no município de Vacaria. Junto com a administração desse seu empreendimento, realizou o transporte das madeiras serradas para Caxias do Sul. Waldemar em sociedade com Sr. Etore Lazzarotto e auxílio financeiro de seu sogro, Sr. Aquilino Zatti, ampliou seu negócio e em três anos era proprietário de duas serrarias. 
No ano de 1953, com o falecimento de seu pai João Batista, Waldemar assumiu a liderança de sua família e formou a Madeireira De Zorzi, MADEZORZI, resultado da união de suas 2 serrarias com a serraria deixada de herança aos seus irmãos pelo seu pai. 
Em 1954, pensando em melhorar o aproveitamento dos pinheiros comprou uma fábrica de compensados no interior de São Francisco de Paula, onde fabricavam portas e compensados. Mais tarde a empresa foi transferida para Caxias do Sul. 
Ao mesmo tempo em que administrou os seus negócios exerceu o cargo de presidente da Cooperativa Madeireira Caxiense, cujo um dos fundadores havia sido seu pai João Batista. Sua liderança reconhecida o manteve presidente reeleito por unanimidade por mais de 30 anos. 
Waldemar também apresentava um caráter visionário. Acreditava, desde a década de 50, que a energia tinha que ser renovável e, por isso, construiu as usinas que geravam energia para as suas serrarias, aproveitando quedas d’água e a serragem resultante da obtenção das tábuas. Nesta mesma época iniciou o replantio das árvores derrubadas, para que seus descendentes tivessem matéria prima para continuar suas empresas. 
Em 1968, liderou a formação de uma nova sociedade, juntamente com outros madeireiros e investidores, cujo objetivo era o plantio de árvores para exploração comercial – a Reflorestadores Unidos - estabelecida nos municípios de Bom Jesus e Cambará do Sul e ao longo de sua vida plantou mais de 30.000 hectares de pinheiros. 
Ainda embasado no princípio do aproveitamento ideal da madeira, em 1972, comprou a Celulose Cambará, que na época produzia celulose a partir de árvores inteiras de araucárias, passando a utilizar os resíduos das serrarias como matéria prima na fabricação da mesma. 
Além da grande visão empresarial, Waldemar norteou sua vida baseado em fortes princípios éticos e humanitários. Nas vilas onde funcionavam seus negócios nunca deixou faltar assistência médica a seus funcionários. Em todas as vilas construiu escolas e contratou professores quando ainda não havia obrigatoriedade institucional. Nas suas primeiras serrarias os professores contratados eram hóspedes de sua família durante o período letivo. 
A exploração da madeira era realizada em terrenos íngremes, com mata cerrada e máquinas precárias e, Waldemar, homem destemido, que não se detinha em problemas, mas em buscar soluções, aprendeu sozinho a construir estradas, algumas beirando precipícios, e a edificar pontes para transpor não só riachos, mas também rios do porte do Tainhas e das Antas. Ao longo de sua vida abriu milhares de quilômetros de estradas, algumas delas ainda hoje utilizadas pelos municípios e povoados onde operou seus negócios.
Sala das Sessões - Deputado Francisco Appio



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