sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Documentos Secretos

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Pentágono exige que site entregue documentos secretos que não divulgou




Nubia Silveira

O Pentágono exigiu, hoje (5), que o site Wikileaks "devolva imediatamente" cerca de 15 mil arquivos sobre a ocupação do Afeganistão, que ainda não foram publicados e que retire de sua página na Inernet os mais de 77 mil já divulgados. Em entrevista coletiva, o porta-voz do Pentágono, Geoff Morrell, reiterou que a publicação dos documentos sobre a guerra no Afeganistão ameaça a segurança das tropas norte-americanas, dos seus aliados e "dos cidadãos afegãos que estão nos ajudando a levar a paz e a estabilidade a essa região do mundo".

Morrell disse que o Pentágono tem "alguma ideia" do conteúdo dos arquivos não publicados pelo Wikileaks, por decisão de seu criador, Julian Assange. "Estamos pedindo a eles que façam a coisa certa", disse o porta-voz. "Esperamos que eles honrem nossas demandas". Na semana passada, o chefe do Estado Maior Conjunto dos Estados Unidos, almirante Mike Mullen, disse que Assange pode "ter suas mãos manchadas de sangue" dos soldados norte-americanos e de afegãos.

O principal suspeito de vazar as informações é o analista de inteligência do Exército dos EUA Bradley Manning, de 22 anos. Ele foi transferido do Kuwait, onde estava detido em uma base militar, para uma prisão no estado de Virgína, no Estados Unidos.

extraído de sul 21

http://redecastorphoto.blogspot.com/2010/08/pentagono-exige-que-site-entregue.html

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Governos vão ter que explicar a carnificina no Afeganistão

Documentos agora conhecidos revelam actos passíveis de ser considerados "crimes de guerra", afirma Julien Assange, editor do Wikileaks. "Os cidadãos devem reclamar, ainda com maior veemência, explicações sobre o que as tropas estrangeiras estão a fazer no Afeganistão", propõe Miguel Portas
Artigo | 3 Agosto, 2010 - 23:57
Julian Assange, do site WikiLeaks. Foto Esthr/Flickr
Julian Assange, do site WikiLeaks. Foto Esthr/Flickr

A leitura atenta de muitas das informações contidas nos documentos secretos sobre a guerra do Afeganistão tornados públicos pelo site Wikileaks (http://wikileaks.org/) revela bastante mais do que pormenores operacionais: transmite a certeza de que estamos perante uma sangrenta agressão colonial sem princípios, onde é possível desde já detectar actos passíveis de ser considerados como "crimes de guerra", segundo Julien Assange, fundador e editor do site. "Apesar de conhecermos, desde o início, o carácter injusto, expansionista e mistificador desta invasão em que estão envolvidos os países da União Europeia, a divulgação destes documentos - um exercício de direito à informação - impõe que os cidadãos reclamem dos seus governos, ainda com maior veemência, explicações claras e sem rodeios sobre o que as tropas dos nossos países estão a fazer em terras afegãs", comentou Miguel Portas, eurodeputado da Esquerda Unitária GUE/NGL eleito pelo Bloco de Esquerda.

A consulta cuidadosa de dezenas de milhar de informações contidas nos cerca de 92 mil ficheiros divulgados pelo Wikileaks leva muito tempo, de tal modo que nem os mais altos responsáveis norte-americanos ainda se puseram de acordo quando às possíveis consequências da gigantesca fuga de informação. O presidente e alguns dos seus mais directos colaboradores afirmam que os documentos não trazem nada de novo e, como tal, não interferem no curso considerado normal das operações militares. Os militares, designadamente os generais no terreno, procuram responsabilizar os autores da fuga por actos passíveis de serem considerados "traição" porque, em seu entender, divulgaram informações qie podem ser perigosas para os militares nos teatros de operações.

Julien Assange e também responsáveis por publicações que estão a divulgar os documentos de forma organizada, designadamente o "The Guardian" e o "The New York Times", afirmam que essa acusação não é procedente uma vez que os ficheiros tornados públicos foram expurgados dos que poderiam fazer perigar a vida de soldados. O presidente Barack Obama tem razão, mesmo que seja parcial, quando afirma que os documentos em causa não trazem nada de novo. Apesar disso, muitos dos ficheiros traduzem o reconhecimento por parte dos serviços de informações e outros sectores operacionais do carácter perverso que tem assumido a política norte-americana em relação ao Afeganistão durante as últimas três décadas. Alguns documentos revelam como tropas norte-americanas e aliadas têm sido alvos de armas letais, como por exemplo os mísseis Stinger, fabricadas nos Estados Unidos e em tempos oferecidas aos grupos radicais islâmicos que combateram os soviéticos, surgindo agora nas mãos dos talibãs. Embora acontecimentos deste tipo não estejam enquadrados na deifinição de "friendly fire" ou "fogo amigável", é um facto que se trata de soldados norte-americanos vítimas de armas norte-americanas oferecidas - e não vendidas - ao fundamentalismo islâmico nos tempos em que os mercenários deste movimento eram coordenados por Ussama Bin Ladem a partir do Paquistão. Sabe-se que a CIA tentou comprar os mísseis Stinger aos radicais islâmicos quando os soviéticos foram derrotados mas os documentos agora divulgados revelam que as diligências da agência não tiveram sucesso pleno.

Os ficheiros desvendados confirmam o jogo duplo que tem sido realizado no Paquistão através dos serviços secretos do país (ISI), organização que desde sempre colaborou com a CIA, tanto actualmente como na ocasião em que Bin Laden centralizava as questões de recrutamento e financiamento dos mercenários islâmicos com apoio norte-americano e britânico. Alguns dos ficheiros revelam operações realizadas pelos talibãs em colaboração com sectores do ISI. Cerca de centena e meia de ficheiros enquadrados sob a classificação "Blue and White", branco e azul, são dedicados a operações ditas de "escalada de força" e que ilustram a dimensão trágica do massacre de civis afegãos pelas tropas estrangeiras. Muitos desses acontecimentos começaram por ser explicados como "propaganda talibã". Os ficheiros em causa pormenorizam, por exemplo, episódios como o de Kunduz (Setembro de 2009), que chegou a ameaçar o governo alemão; o de Agosto de 2008 do qual foi intérprete o esquadrão "Scorpian 26" de forças especiais norte-americanas; o massacre cometido por um esquadrão polaco numa festa de casamento em Agosto de 2007; os disparos de tropas francesas e norte-americanas, em 2008, respectivamente contra um autocarro escolar e um autocarro de passageiros. Segundo os autores, todas as informações contidas nos cerca de 150 ficheiros "Blue and White" revelam que as operações foram efectuadas de acordo com as normas operacionais. Os casos em que os "tiros de aviso" provocaram imediatamente mortos ou feridos são justificados através da ocorrência de "ricochetes".

A realidade destes incidentes em situações de "escalada de força" é mais completa. Em Kunduz, em Setembro de 2009, um general alemão pediu a intervenção de caças norte-americanos F-16 para bombardear dois auto-tanques de combustíveis que se aproximavam de um comboio da NATO uma vez que "não havia civis nas imediações". Os serviços de imprensa da NATO revelaram que a intervenção permitiu liquidar 56 "insurgentes talibãs". No entanto, morreram dezenas de civis, entre 30 e 70, facto agora confirmado e sobre o qual o ministro alemão da Defesa mentiu sem que, na prática, fossem pedidas contas ao governo da senhora Merkel.

Em Agosto de 2008, o esquadrão "Scorpion" de forças especiais norte-americanas lançou uma chuva de rockets alegadamente sobre uma bolsa de talibãs na cidade de Helmand, acção em que teve o apoio de bombardeamentos aéreos. O resultado oficial foi a morte de 24 insurgentes. Ainda hoje, porém, não foi estabelecido o balanço total do número de civos mortos e feridos. Em Agosto de 2007, um esquadrão das forças de intervenção polacas lançou uma chuva de morteiros sobre uma festa de casamento na aldeia de Nangar Khel, alegadamente para vingar a explosão de um chamado IED, artefacto artesanal. Não está ainda feito o apuramento do número total de mortos e feridos, todos civis, nesta operação susceptível de ser considerada "crime de guerra". O esquadrão polaco regressou ao seu país e, por pressão das hierarquias militares, o julgamento entretanto efectuado não teve quaisquer consequências até ao momento.

Em 2 de Outubro de 2008, tropas francesas suspeitaram de um autocarro que se aproximava de um comboio da NATO e fizeram fogo. Era um autocarro escolar: oito crianças ficaram feridas. Dois meses depois, o esquadrão norte-americano "Red Currahee", do Kentucky, suspeitou também de um autocarro que considerou ameaçador para um comboio da NATO e varreu-o a rajada de metralhadora. Morreram quatro ocupantes e 11 ficaram feridos, todos civis porque se tratava de um autocarro de passageiros.

Os ficheiros "Blue and White" representam, segundo a interpretação do jornal britânico "The Guardian", "um catálogo dos massacres" de civis cometidos pelas tropas estrangeiras através do recurso à "escalada de força" contra "veículos ameçadores" em postos de controlo, junto a bases militares ou nas imediações de comboios da NATO. Também há registos de vítimas civi isoladas, como é o caso de um mecânico de automóveis que fazia um teste a uma viatura e "demorou a sair da estrada" ou de uma aldeã idosa que participava numa manifestação contra o modo como são tratados os civis na giuerra. A frequência de episódios deste tipo chegou a abrir uma crise entre o governo norte-americano e o presidente afegão por ele apoiado, Hamid Kharzai, quando este se insurgiu contra o elevado número de incidentes com civis, um facto que torna difícil sustentar a tese oficial segundo a qual as tropas estrangeiras estão no país para garantir a segurança das populações.

Responsáveis militares norte-americanos consideram, face à divulgação de documentos secretos feita pelo Wikileaks, que este site "tem sangue nas mãos", uma interpretação que, nota o "The Guardian", pretende inverter o sentido do massacre que está a ser realizado no Afeganistão. A polémica regista-se num dos momentos mais críticos da situação criada com a invasão iniciada em Outubro de 2001, alegadamente para derrubar os talibãs e prender ou liquidar Bin Laden. Na recente conferência internacional de doadores, o presidente afegão prometeu, com acordo das potências que tutelam o seu regime, que as forças policiais e militares do país assumirão o controlo de todo o território a partir de 2014. A declaração foi feita em Julho, o mês mais sangrento para as tropas invasoras em quase nove anos de operações e durante o qual foi batido o recorde de vítimas - que por sua vez fora estabelecido no mês imediatamente anterior. É difícil conjugar esta promessa com a realidade no terreno, explicada agora de maneira ainda bastante mais nítida pelos documentos divulgados através do Wikileaks.


Artigo publicado no portal do Bloco no Parlamento Europeu

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Tambores

Prezados Confrades e Amigos:

Neste momento de grandes emoções vivenciadas com nosso amado S. C. Internacional, façamos uma pausa para homenagear todos os Pais pela passagem do seu dia. Escolhemos uma pequena reflexão que bem representa a dimensão de um Pai na vida de todos nós.

"O que o filho pensa do Pai:

Aos 7 anos: Papai é o MAIOR. Sabe tudo!

Aos 14 anos: Parece que o Papai se engana em certas coisas que diz...;

Aos 20 anos: Papai está um pouco atrasado em suas teorias; não são desta época...;

Aos 25 anos: O "corôa" não sabe nada... Está caducando, decididamente.

Aos 35 anos: Com a minha experiência, meu Pai seria, hoje, milionário...;

Aos 45 anos: Não sei se consulto o "Velho"; talvez me pudesse aconselhar...;

Aos 55 anos: Como seria bom se Papai estivesse aqui; a verdade é que a sua serenidade, temperança e sabedoria me passavam muita segurança... eu sabia que ele estava sempre ali...; e,

Aos 60 anos: Papai era um sábio, Papai era TUDO, Papai era e é o MAIOR...; porque fui compreender isso só agora?

Confrade e Amigo Colorado, estando o seu Pai entre nós ou junto a Deus, dê a ele um fraterno abraço neste dia dos Pais, e diga, de alguma forma, que ele sempre será o MAIOR.

Feliz dia dos Pais!

Saudações Coloradas!

Samanta Cardoso Bertei

Presidente da Confraria Tambores de Yokohama

presidente@tamboresdeyokohama.com.br

TAMBORES: DE YOKOHAMA A ABU DHABI 2010

Música

Carta O Berro......................................................repassem

Um site chamado Stereo Mood sugere ao internauta uma lista de músicas de acordo com seu estado de espírito.

Basta entrar na página, clicar em um dos adjetivos (em inglês) que melhor representa o que você está sentindo e pronto.
Uma lista de músicas aparece na tela. E se reproduzem em seqüência.

Tem canções para momentos felizes, tristes, para dias de chuva ou quando se pratica determinadas atividades como correr, ler e trabalhar.
clique

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Heróis da Luta

Carta O Berro.................................................................repassem
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From: Alfredo

LULA EXALTA MARIGHELLA E BEZERRA, HERÓIS DA LUTA CONTRA DUAS DITADURAS



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Dois dos vultos mais emblemáticos da resistência tanto à ditadura dos generais quanto à getulista, Carlos Marighella e Gregório Bezerra, foram reverenciados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que os colocou no mesmo patamar de Tiradentes, Joana Angélica, Gregório de Matos, Maria Quitéria e Zumbi dos Palmares, como heróis brasileiros que ajudaram o País a conquistar sua independência.

Discursando nesta 5ª feira (22) em Salvador, onde recebeu a Grã-Cruz da Ordem dos Libertadores da Bahia, Lula disse que muitos heróis nacionais foram esquecidos ou apresentados como bandidos: "Isso é um equívoco histórico que foi incutido na nossa cabeça pela doutrina da elite dominante”.

Daí a necessidade, frisou Lula, de resgatar suas histórias e lutas, reconhecendo o que fizeram pelo País e o povo. E acrescentou:
“Nós ficamos às vezes martelando muito mais no castigo a quem matou do que em enaltecer a imagem das pessoas que morreram acreditando numa coisa.

"Vamos pegar por exemplo o Gregório Bezerra que foi arrastado pelas ruas de Recife. Ao invés de nós ficarmos querendo saber quem arrastou Gregório Bezerra, nós precisamos valorizar o significado do sacrifício a que ele foi submetido.

"Poderíamos pegar Marighella que é aqui desta terra. Ao invés da gente ficar querendo condenar eternamente o [seu assassino, delegado Sérgio] Fleury, vamos valorizar as razões pelas quais Marighella fez o que fez.

"E assim a gente iria construindo mais heróis neste País. Iríamos construindo mais gente que pudesse servir de exemplo".
MARIGHELLA: "COMPROMISSO INABALÁVEL
COM AS LUTAS DO NOSSO POVO"

Filho de imigrante italiano e de uma negra baiana, Carlos Marighella ((1911-1969) ) ingressou jovem no PCB e já em 1932 era detido por protestar contra o interventor da ditadura getulista na Bahia, Juracy Magalhães.

Foi atuar como organizador do partido no RJ e novamente preso em 1936, quando a polícia política de Filinto Muller o torturou bestialmente.

Incluído na anistia de 1945, elegeu-se deputado em 1946, foi cassado em 1948 e se tornou, na clandestinidade, um dos principais dirigentes do PCB. Preso novamente em 1964, conseguiu reconquistar a liberdade por decisão judicial, em 1965.

Convertido às teses guerrilheiras, organizou a ALN e participou de ações armadas como o sequestro do embaixador dos EUA, Charles Elbrick, que resultou na libertação de 15 presos políticos.

Para evocar Carlos Marighella, nada melhor do que os parágrafos iniciais do manifesto divulgado quando do 40º aniversário de sua morte, sete meses atrás:
"Carlos Marighella tombou na noite de 4 de novembro de 1969, em São Paulo, numa emboscada chefiada pelo mais notório torturador do regime militar. Revolucionário destemido, morreu lutando pela democracia, pela soberania nacional e pela justiça social.

"Da juventude rebelde, como estudante de Engenharia, em Salvador, às brutais torturas sofridas nos cárceres do Estado Novo; da militância partidária disciplinada, às poesias exaltando a liberdade; da firme intervenção parlamentar como deputado comunista na Constituinte de 1946, à convocação para a resistência armada, toda a sua vida esteve pautada por um compromisso inabalável com as lutas do nosso povo".
GREGÓRIO BEZERRA: EXIBIDO COMO TROFÉU
E TORTURADO EM PRAÇA PÚBLICA

Gregório Bezerra (1900-1983) foi uma lenda viva no seu tempo.

Nascido no Agreste pernambucano, começou a trabalhar na lavoura de cana com a idade de quatro anos, perdeu os pais antes dos dez, migrou para o Recife, trabalhou como carregador de bagagens e ajudante de obras, paupérrimo a ponto de dormir nas catacumbas de um cemitério.


Já em 1917, como jornaleiro, participou de manifestações de apoio à Revolução Bolchevique e de greves por direitos trabalhistas, sendo condenado a cinco anos de prisão.

Depois ingressou no Exército, alfabetizou- se e, já como militante comunista, liderou em Recife a chamada Intentona de 1935, que lhe acarretou uma sentença de 28 anos de prisão.

Anistiado ao final da ditadura getulista, elegeu-se como o deputado constituinte de maior votação em Pernambuco. Teve seu mandato cassado em 1948 e passou nove anos na clandestinidade, organizando núcleos sindicais.

Preso imediatamente após o golpe de 1964, foi não só torturado em Recife, como arrastado em praça pública com uma corda no pescoço; além disto, colocaram seus pés em solução de bateria de carro, deixando-os em carne viva. Tal espetáculo, exibido pelas televisões locais, provocou protestos em escala mundial.

Permaneceu prisioneiro até 1969, quando foi resgatado no sequestro do embaixador estadunidense. Voltou ao Brasil em 1979, com a anistia.

É frequentemente comparado a Nelson Mandella, pelo longo tempo de prisão por motivos políticos: 22 anos, cinco a menos do que o grande líder africano.



* Jornalista e escritor.


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Força Tarefa

Força Tarefa de Polícia Civil e Ministério Público resulta na apreensão de 74 máquinas caça níqueis
13/08/2010 12:10

A Polícia Civil, através da 5ª Delegacia de Polícia (DP) de Porto Alegre, e o Ministério Público (MP) realizaram na tarde dessa quinta-feira (12/08) operação contra jogos de azar em Porto Alegre. Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, que resultaram na apreensão de 74 máquinas eletronicamente programadas, as conhecidas “caça-níqueis, câmeras de monitoramento e mais de dois mil reais em dinheiro.

Segundo o delegado Lauro Antônio Costa dos Santos, titular da 5ª DP, as três casas de jogo já haviam sido alvo de ações da Força Tarefa. De acordo com ele, 33 máquinas foram apreendidas na Rua Salvador França, nos fundos de um estacionamento, 26 caça níqueis foram encontrados na Av. Oscar Pereira, em um sobrado, e 15 estavam na Rua Salvador Calamucci.

A operação foi comandada pelo delegado Lauro Antônio Costa dos Santos, responsável pela zona Sul da Capital, e contou com a participação da promotora de Justiça Sônia Eleni Corrêa Mensch.

Fonte: Ascom/ PC

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Coletiva

Polícia Civil realiza coletiva no Denarc
13/08/2010 14:56

A Polícia Civil realiza nesta sexta-feira (13/08) coletiva de imprensa para divulgar os resultados da operação realizada na manhã de hoje, em Montenegro. Estarão presentes o diretor do Departamento Estadual de Investigação do Narcotráfico (Denarc), delegado João Bancolini; o responsável pela Divisão de Investigações do Narcotráfico (Dinarc), delegado Luis Fernando Martins Oliveira; e o responsável pela 4ª Divisão de Investigação do Narcotráfico (4ª DIN), delegado Daniel Ordahi -

Na coletiva, os delegados apresentarão o relatório da operação e o material apreendido. O evento ocorrerá às 15h30min, na sala de imprensa do Denarc, localizado na Avenida Presidente Franklin Roosevelt, 88, bairro Navegantes, na Capital.

Fonte: Ascom/ PC

Aprovação de Yeda

Notícias » Eleições » Eleições

RS: aprovação de Yeda sobe, mas ainda é baixa, diz Datafolha
27 de julho de 2010 13h59 atualizado às 14h35

Comentários
Yeda Foto: Edu Andrade/Divulgação

A governadora comemorou a passagem dos seus 66 anos nesta segunda
Foto: Edu Andrade/Divulgação

Flavia Bemfica
Direto de Porto Alegre

Melhorou a avaliação da governadora Yeda Crusius (PSDB), candidata à reeleição no Rio Grande do Sul, conforme mais uma leva de dados da pesquisa Datafolha encomendada pelo Grupo RBS e pela Folha de São Paulo, divulgados nesta terça-feira (27). Conforme o levantamento, 38% dos entrevistados consideraram o governo de Yeda como ruim ou péssimo, 36% como regular e 25% como bom ou ótimo. No levantamento realizado em março pelo Datafolha eram 41% os que consideravam o governo de Yeda como ruim ou péssimo.

A nota média da administração da tucana ficou em 4,9, em uma escala de zero a 10. Foi a primeira vez na série de levantamentos do Datafolha (que começaram em novembro de 2007), que o percentual de entrevistados que consideraram a gestão tucana como regular foi superior àqueles que a indicaram como ruim ou péssima. A reprovação de Yeda está em queda desde maio de 2009, quando eram 51% dos entrevistados que consideravam sua gestão como ruim ou péssima.

Os números da pesquisa (feita entre os dias 20 e 23 de julho com 1.215 eleitores, registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número 20141/2010 e no Tribunal Regional Eleitoral sob o número 31879/2010) ainda deixam a governadora nas últimas posições de um ranking de 10 governadores avaliados pelo Datafolha mas, como mostram recuperação, animam o PSDB gaúcho, que considera Yeda com chances de desbancar o peemedebista José Fogaça e chegar ao segundo turno para disputar a eleição com Tarso Genro (PT).

Nos últimos levantamentos sobre as intenções de votos, Genro aparece em primeiro lugar e Fogaça em segundo. A candidatura peemedebista, contudo, tem sofrido alguns desgastes. Entre eles as recorrentes dissidências dentro do principal aliado na eleição estadual, o PDT, que tem o candidato a vice na chapa do PMDB, o deputado federal Pompeo de Mattos. O fato de a candidatura de Mattos constar na lista de impugnações feitas pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) também não ajudou, apesar de o PDT ter certeza de que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) decidirá pelo deferimento da candidatura do vice. A decisão do TRE será em 5 de agosto.

Enquanto isso, o PSDB trabalha para aumentar os números de Yeda (na pesquisa do Datafolha ela aparece com 15%. Fogaça tem 27% e Genro 35%) e aproveita todas as ocasiões para destacar sua candidatura à reeleição. Foi o que aconteceu na noite desta segunda-feira (26), quando a governadora comemorou a passagem de seus 66 anos de idade. Entre os convidados o candidato a vice, o deputado estadual Berfran Rosado (PPS), e a candidata da coligação ao Senado, Ana Amélia Lemos (PP).

Para marcar o aniversário foi feita uma festa no Clube Farrapos com direito a balões, chuva de papel picado, fotos da trajetória política da governadora e execução do hino do Estado. Na hora da execução do hino uma menina vestida com roupas típicas da região carregou até Yeda uma bandeira do Rio Grande do Sul. Quando a entregou, a plateia começou a cantar o jingle da campanha.

Especial para Terra

Polêmica no Debate do RS

Notícias » Eleições » Eleições 2010 » Estaduais » Estaduais

RS: em debate, Pedro Ruas critica gestão de Yeda Crusius
12 de agosto de 2010 23h12 atualizado em 13 de agosto de 2010 às 11h46

Comentários
Flavia Bemfica
Direto de Porto Alegre

No debate entre os candidatos ao governo do Rio Grande do Sul, promovido pela Rede Bandeirantes nesta quinta-feira(12), o segundo bloco marcou o início dos embates entre os adversários. O momento mais tenso ocorreu quando o candidato do Psol, Pedro Ruas, ao responder a uma questão sobre saúde, formulada pela governadora Yeda Crusius (PSDB) -candidata à reeleição - , disse que o Psol baseia seu programa no combate a corrupção e no questionamento da dívida do Estado, e continuou: "nenhuma das duas coisas o seu governo fez".

Ruas também citou o caso da fraude no DETRAN gaúcho - um dos escândalos ocorridos durante a administração de Yeda - afirmando que "estas situações graves, dramáticas, ocorreram no seu governo". Na réplica, a governadora devolveu: "espero que não seja pessoal, porque a Justiça já me retirou do processo que vocês teimosamente tentaram me colocar". Na tréplica, Ruas insistiu: "o que existe é uma discussão de competência jurisdiscional. A senhora continua no processo".
Redação Terra

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Afeganistão

Carta O Berro...................................................................repassem
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Afeganistão: Gigantesca fuga de informação do exército dos EUA

Ficheiros secretos norte-americanos provam que centenas de civis foram mortos pelas tropas da NATO e revelam, pela primeira vez, que os EUA criaram uma força especial para “matar ou capturar” líderes taliban.
Artigo | 26 Julho, 2010 - 03:08
Tropas da NATO em Kandahar, 7 de Junho de 2010 – Foto de Humayoun Shiab/Epa/Lusa
Tropas da NATO em Kandahar, 7 de Junho de 2010
Foto de Humayoun Shiab/Epa/Lusa

Numa das maiores fugas de informação, de sempre, do exército norte-americano, foram disponibilizados aos jornais Guardian, New York Times e Der Spiegel mais de 90.000 documentos colocados online no site wikileaks.org. Os documentos são relatórios de incidentes e de segurança no período de Janeiro de 2004 a Dezembro de 2009.

Os documentos revelam que centenas de civis foram mortos em mais de 140 incidentes, que as tropas da NATO têm negado. Segundo o Guardian, têm também aumentado constantemente os ataques com aviões não tripulados (drones), a partir de uma base norte-americana instalada no Estado do Nevada.

Pela primeira vez, é conhecido que o exército norte-americano constituíu uma força especial (Task Force 373), cujas unidades de “caçadores” têm como missão prender ou matar líderes da insurreição afegã sem julgamento.

Os relatórios também deixam claro que os ataques bombistas dos taliban às tropas de ocupação têm vindo a aumentar.

Os jornais revelam ainda que os EUA encobriram que os taliban adquiriram mísseis aéreos e que os comandos norte-americanos desconfiam de que a polícia secreta do Paquistão tem ajudado os taliban.

Confrontada com esta enorme fuga de informações e com a situação no Afeganistão, a Casa Branca salienta que a situação reflectida nos relatórios agora conhecidos é o resultado da gestão anterior a Obama: “É importante notar que o período de tempo refletido nos documentos é de Janeiro de 2004 a Dezembro de 2009”, diz uma nota do governo dos EUA.

A nota também condena a divulgação dos documentos: “Condenamos fortemente a revelação de informação confidencial por indivíduos e organizações, que põe a vida de membros norte-americanos e parceiros de serviço em risco, e ameaça a nossa segurança nacional".

A nota sublinha ainda que a Wikileaks “não fez esforço para contactar o governo dos EUA sobre esses documentos, que podem conter informações que colocam em risco a vida de americanos, de nossos parceiros, e de populações locais que cooperam connosco."

As notícias dos três jornais em inglês podem ser acedidas aqui: Guardian, New York Timese Der Spiegel

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Afeganistão: quadro sem retoques (1)

25/7/2010, Guardian, UK (editorial)
http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2010/jul/25/Afeganistão-war-logs-guardian-editorial

A névoa da guerra é excepcionalmente densa no Afeganistão. No momento em que se dissipa, como hoje, com a publicação, peloGuardian, de excertos de relatos secretos de militares dos EUA, revela-se paisagem muito diferente daquela a que nos habituamos. São relatos de guerra escritos no calor da hora e mostram um conflito no qual reinam a mais brutal confusão e todos os desacertos, sem qualquer plano ou projeto. Há muitas diferenças entre o que mostram esses documentos e a guerra organizada, bem embalada, da versão ‘pública’ dos comunicados oficiais e dos flashes necessariamente resumidos de jornalistas incorporados à tropa.

No material agora publicado há mais de 92 mil relatórios de ações dos militares norte-americanos no Afeganistão entre janeiro de 2004 e dezembro de 2009. Os arquivos foram distribuídos por Wikileaks, website que publica material não rastreável de várias fontes. Em colaboração com o New York Times e Der Spiegel, o Guardian trabalhou durante semanas nesse oceano e dados, até extrair deles a textura oculta e as histórias de horror humano que são o dia a dia da guerra. Esse material teve de ser tratado como o que é: um relato contemporâneo ao conflito. Alguns dos relatórios de inteligência não têm fonte confirmada: alguns dos aspectos da contagem do número de mortes entre civis não parecem confiáveis. São relatos – classificados como secretos – enciclopédicos, mas incompletos. Foram removidas do que adiante se lê todas as informações que ponham em risco a segurança dos soldados, de informantes locais e de agentes colaboradores.

O quadro geral que emerge é extremamente perturbador. Há relatos de cerca de 150 incidentes nos quais as forças da coalizão, inclusive soldados britânicos, mataram e feriram civis, a maioria dos quais jamais divulgados; de centenas de confrontos de fronteira entre soldados afegãos e paquistaneses, de dois exércitos supostamente aliados; da existência de uma unidade de forças especiais cuja única missão é assassinar líderes Talibã e da al-Qaeda; do massacre de civis apanhados em locais onde aconteçam explosões das bombas de fabricação caseira dos Talibã; e uma longa lista de incidentes nos quais os soldados da coalizão atiraram uns contra os outros, também envolvendo soldados afegãos, com mortos e feridos.

Ao ler esses relatos, é fácil suspeitar de que reine por lá o mais absoluto descaso pela vida de inocentes. Um ônibus que não para para uma patrulha a pé é metralhado (4 passageiros mortos e 11 feridos). Os documentos contam como, na caça a um guerrilheiro local, uma unidade das Forças Especiais executou sete crianças. As crianças não eram prioridade. Relato assinalado “Noforn” (ing. not for foreign elements of the coalition, “proibido para elementos estrangeiros [não da coalizão, locais, portanto]”) sugere que a prioridade daquela unidade foi esconder, o mais rapidamente possível, o sistema de mísseis móveis que haviam usado na ação.

Nesses documentos, as agências de inteligência do Irã e do Paquistão organizam manifestações e tumultos. O Serviço Secreto do Paquistão (Inter-Services Intelligence, ISI) tem ligações com os mais conhecidos senhores-da-guerra. Diz-se que o ISI teria entregue 1.000 motocicletas a Jalaluddin Haqqani, um desses senhor-da-guerra, para serem usadas em ataques suicidas nas províncias de Khost e Logar, e que estariam implicados em sequência impressionante de ações, desde atentados contra a vida do presidente Hamid Karzai até o envenenamento dos carregamentos de cerveja para os soldados ocidentais. São relatos que não há como comprovar e é possível que sejam parte de uma barreira de falsa informação distribuída pelo serviço secreto afegão.

Mas a resposta da Casa Branca ontem – que negou que o exército paquistanês seja tão direta e especificamente ligado aos guerrilheiros locais – basta, para que se tenha de definir como inaceitável o status quo na guerra do Afeganistão.

Para a Casa Branca, os “paraísos seguros” para “terroristas” em território paquistanês continuam a ser “ameaça intolerável” às forças dos EUA. Sejam ou não, esse não é um Afeganistão que EUA ou Grã-Bretanha estejam a alguns meses de entregar, embrulhado em papel de presente e fitas cor-de-rosa, a um governo nacional soberano em Cabul. Antes , exatamente o contrário. Depois de nove anos de guerra, o caos, sim, ameaça tornar-se incontrolável. Guerra ostensivamente feita para conquistar corações e mentes afegãs não será vencida do modo como as coisas parecem estar, por lá.

Leia também

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Afeganistão: quadro sem retoques (2)
25/7/2010, Guardian, UK – http://www.guardian.co.uk/world/2010/jul/25/wikileaks-war-logs-back-story
C
omo os documentos chegaram aos ativistas online contra a guerra do Afeganistão

As autoridades dos EUA já sabiam, há semanas, que haviam sofrido uma hemorragia de informações secretas, numa escala que, comparativamente, faz os “Pentagon Papers” parecerem pouca coisa.

O material chamado em inglês “The Afghan war logs” [aprox. “os postados da guerra do Afeganistão”], que o Guardian publica hoje, consiste de 92.201 relatórios internos de ações dos militares dos EUA no Afeganistão entre janeiro de 2004 e dezembro de 2009 – relatórios de agências de inteligência, planos e relatórios das operações da coalizão, descrições de ataques inimigos e explosões em acostamentos de estradas, atas de reuniões com políticos locais; a maioria, documentos secretos.

A fonte do Guardian para esses papéis é o website Wikileaks [http://wikileaks.org/wiki/WikiLeaks:About], especializado em publicar material não rastreável que alguém deseje divulgar, e que está publicando simultaneamente o material bruto que recebeu. (Como se lê no site, “WikiLeaks é serviço público multijurisdicional concebido para proteger fontes, jornalistas e ativistas que tenham material sensível a divulgar para o grande público” [NT].)

Washington teme ter perdido ainda maior quantidade de material muito sensível, inclusive um arquigo de milhares de telegramas enviados pelas embaixadas dos EUA em todo o mundo, nos quais se trata de comércio de armas, encontros secretos e opiniões não censuradas de outros governos.

O fundador de Wikileaks, Julian Assange, diz que, nos últimos dois meses receberam outra enorme quantidade de material “de primeira qualidade” de fontes militares, e que investigadores do departamento de investigações criminais do Pentágono pediram para encontrá-lo em território neutro, para que os ajude a determinar a sequência dos vazamentos. Assange não concordou.[1]

Por trás das revelações de hoje há duas histórias diferentes: primeiro, as tentativas do Pentágono de determinar a sequência de vazamentos, que teve resultados trágicos para um jovem soldado; segunda, um raro trabalho de investigação jornalística entre o Guardian, o New York Times e Der Spiegel, na Alemanha, para analisar e classificar a quantidade imensa de dados, para divulgação global desse relato secreto das entranhas do maior exército em guerra do mundo.

O Pentágono movimentou-se muito devagar. As provas que agora tem reunidas sugerem que alguém trabalhava desde novembro numa instalação de alta segurança dentro de uma base militar dos EUA no Iraque, onde começou a copiar material secreto. Dia 18 de fevereiro, Wikileaks postou um único documento – um telegrama secreto da embaixada dos EUA em Reykjavik, dirigido a Washington, em que se registram os protestos de políticos islandeses que se sentiam acossados por britânicos e holandeses, por causa do colapso do banco Icesave; e uma frase de um diplomata islandês, que se referia ao presidente da Islândia como “imprevisível”. Empregados de Wikileaks na Islândia denunciaram que passaram a ser seguidos, depois dessa publicação.

Os americanos, evidentemente, estavam longe de descobrir a fonte quando, dia 5 de abril, Assange organizou conferência de imprensa em Washington na qual exibiu um vídeo militar dos EUA em que se via um grupo de civis em Bagdá, inclusive dois jornalistas da Reuters, sendo atacados a tiros na rua, em 2007, por helicópteros Apache: e ouviam-se os soldados autoelogiando a própria boa pontaria, antes de destruir uma ambulância que lá estava para resgatar um homem ferido e que, como depois se viu, conduzia duas crianças no assento dianteiro[2].

Só no final de maio o Pentágono fechou o cerco a um suspeito e, mesmo isso, só depois de uma muito estranha sequência de eventos. Dia 21 de maio, um hacker californiano, Adrian Lamo, foi procurado online por alguém que se identificava como Bradass87 que pôs-se a enviar-lhe mensagens. Mostrou-se extraordinariamente aberto: "oi... como vai?… sou analista de inteligência do exército, servindo em bagdad … se você tivesse livre acesso a redes secretas, 7 dias por semana durante mais de oito meses, o que você faria?"

Dali em diante, durante cinco dias, Bradass87 abriu o coração para Lamo. Contou que seu trabalho lhe dava acesso a duas redes secretas: a [rede] Secret Internet Protocol Router Network, SIPRNET, via pela qual circulam os documentos da inteligência militar e diplomática dos EUA classificados como “secretos”; e o [sistema] Joint Worldwide Intelligence Communications System que usa sistema diferente de segurança para transportar material classificado como “super secretos”. Disse que seu trabalho lhe permitira descobrir “coisas inacreditáveis, muito feias (...) que deveriam ser de conhecimento público, em vez de mofarem num servidor escondido numa sala escura em Washington DC (...) negócios de bastidor da política, quase criminosos (...) a versão não-Relações Públicas de eventos e cris es mundiais”.

Bradass87 sugeriu que “alguém que conheço intimamente” estava baixando, compactando e codificando todos esses dados e transmitindo para alguém que [a mesma pessoa] identificara como Julian Assange. Depois, disse que ele mesmo vazara o material, sugerindo que gravara CDs que etiquetara como música de Lady Gaga e os armazenara em seu laptop de alta segurança simulando que baixara músicas: “quero que as pessoas vejam a verdade”, disse ele.

Enfatizou a quantidade de material vazado: “é diplomacia às claras (...) é um Climategate de alcance global e incrivelmente profundo (...) é lindo e horrível (...) São dados públicos, têm de ser de domínio público.” A certa altura, Bradass87 dá-se conta do que está fazendo e diz: “nem acredito no que estou ‘abrindo’ para você”. Era tarde demais. Sem que ele soubesse, no segundo dia de mensagens, dia 23 de maio, Lamo fizera contato com os militares norte-americanos. Dia 25 de maio, encontrou-se com investigadores do departamento de investigações criminais do Pentágono numa loja Starbucks e entregou-lhes cópia impressa das mensagens de Bradass87.

Dia 26 de maio, na Base Hammer [US Forward Operating Base Hammer], a cerca de 30 km de Bagdá, um analista de inteligência de 22 anos, de nome Bradley Manning, foi preso, transferido por barco para o Kwait e trancafiado numa prisão militar.

A notícia dessa prisão vazou lentamente, sobretudo pelo site Wired News, cujo editor sênior, Kevin Poulsen, é amigo de Lamo[3] e publicara excertos editados das mensagens de Bradass87. A pressão começou a crescer sobre Assange: o Pentágono declarou formalmente que estava à procura dele.

Daniel Ellsberg, que vazou os “Pentagon Papers” da guerra do Vietnã, disse que temia que Assange estivesse correndo algum tipo de risco físico; Ellsberg e duas outras fontes de casos anteriores de vazamento de material secreto dos EUA alertaram para a possibilidade de as agências norte-americanas tentarem usar o fundador do website Wikileaks “como exemplo”. Assange cancelou viagem prevista para Las Vegas e desapareceu.

Depois de vários dias tentando fazer contato por intermediários, o Guardian finalmente encontrou Assange num café em Bruxelas, onde ele aparecera para falar no Parlamento Europeu.

Assange contou que Wikileaks recebera vários milhões de arquivos, praticamente uma história não-contada da atividade do governo dos EUA em todo o mundo, com dados sobre inúmeras e importantes atividades, todas controversas. Estavam dando os últimos retoques numa versão compreensível daqueles dados e os divulgariam pela internet imediatamente, para impedir qualquer tentativa de censura.

Mas Assange também temia que a importância das informações e algumas das histórias que lá havia acabassem enterradas em algum nicho de internet, se o conteúdo dos arquivos fosse publicado só na internet, e como matéria bruta, sem qualquer edição. Por isso concordou com que uma pequena equipe de repórteres especialistas do Guardian trabalhassem o material durante algumas semanas, antes da publicação no website Wikileaks; seria uma espécie de edição, sobretudo para fixar o que os dados realmente mostravam sobre o andamento da guerra.

Para reduzir o risco de o material ser confiscado pelas autoridades, banco de dados foi aberto para o New York Times e a revista semanal alemã Der Spiegel que, com o Guardian, publicariam simultaneamente em três diferentes jurisdições. Assim feito, Assange não influiria nas matérias que seriam escritas por jornalistas, mas seria consultado para definir o momento da divulgação.

Assange abriu o acesso a um primeiro grupo de dados ainda codificados, num website secreto, ao qual o Guardian teria acesso, com nome de usuário e senha inventados a partir do logotipo do café, que havia num guardanapo.

Tudo o que o Guardian publica é resultado dessa pesquisa, naqueles dados. Wikileaks publicou muito do mesmo material, mas não organizado e só dados brutos. Pelo que se sabe, também peneiraram cuidadosamente os arquigos, para evitar qualquer risco de indentificar fontes.

Desde a divulgação do vídeo do helicóptero Apache, houve algumas tentativas de baixo nível de infiltração na página de Wikileaks. Histórias online acusam Assange de gastar dinheiro da Wikileaks em hotéis caros (numa de nossas reuniões de acompanhamento em Estocolmo, ele dormiu no chão do escritório); de vender dados para a mídia de jornalões (nos contatos com o Guardian jamais se falou de dinheiro); ou de cobrar por entrevistas à grande mídia (nos contatos com o Guardian jamais se falou de dinheiro).

No início desse ano, Wikileaks publicou documento militar dos EUA que revelou um plano para “destruir o centro de gravidade” de Wikileaks, atacando a credibilidade do website.

Enquanto isso, em local ignorado, mas em território do Kwait, Manning foi acusado em tribunal militar de ter baixado de forma irregular e de ter divulgado informação, inclusive o telegrama sobre a Islância e o vídeo em que se viam helicópteros Apache atirando sobre civis em Bagdá. Enfrentará corte marcial, sob ameaça, desde já de longa sentença de prisão.

Para Ellsberg, “Manning é meu mais novo herói”. Em mensagem pessoal e em chat online, Bradass87 perscrutou o futuro: “sabe deus o que acontecerá agora (...) Espero que aconteça discussão em todo o mundo, debates e reformas. Se não... estamos ferrados.”

Leia também:

· (1) Afeganistão: quadro sem retoques, 25/7/2010, Guardian, UK (editorial)
http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2010/jul/25/Afeganistão-war-logs-guardian-editorial

· (3) Os dados, o mapa, o tutorial para navegar nos dados e um glossário (indispensável), início em http://www.guardian.co.uk , com links para outras páginas.

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Afeganistão: quadro sem retoques (3)
25/7/2010, Guardian, UK
(início em http://www.guardian.co.uk, com links para outras páginas)

· 25/7/2010, Guardian, UK (editorial)
Como ler os Afeganistão Papers (tutorial em vídeo, em inglês). David Leigh, editor de investigações do Guardian, explica as ferramentas online que o jornal criou para auxiliar a navegação entre os arquivos agora divulgados
(em http://www.guardian.co.uk/world/datablog/video/2010/jul/25/
afghanistan-war-logs-video-tutorial
)


· Para baixar os principais documentos selecionados pelo Guardian

- os documentos: http://www.guardian.co.uk/world/datablog/2010/jul/25/wikileaks-afghanistan-data#data
- o
mapa: http://www.guardian.co.uk/world/datablog/interactive/2010/jul/25/afghanistan-war-logs-events
- um
glossário de termos militares (sensacional, para tradutores): http://www.guardian.co.uk/world/datablog/2010/jul/25/wikileaks-afghanistan-war-logs-glossary

· Os documentos selecionados pelo Guardian
O banco de dados sobre a guerra do Afeganistão contém 92.201 registros de eventos ou de relatórios de inteligência.
O Guardian selecionou 300 arquivos, considerados principais (em http://www.guardian.co.uk/world/datablog/interactive/2010/jul/25/afghanistan-war-logs-events. Excluíram-se informações que identifiquem fontes ou que ponham em risco tropas da OTAN.

Os documentos são planilhas interativas organizadas por colunas nas quais se pode navegar online.

Diz o editor: “o Guardian trabalhou nessas planilhas para torná-las mais compreensíveis e manobráveis. Antes de chegar a essas planilhas é preciso compreender como estão organizadas; cada entrada está dividida em várias colunas, abaixo listadas e descritas:

Col A: Chave

Nessa coluna aparece o CÓDIGO que identifica cada evento. Com esse número, podem-se localizar outras referências ao mesmo evento

Col G: Data e Hora

Aparecem no formato britânico (dd/mm/aa) usado pela OTAN, não no formato dos EUA (mm/dd/aa). Esse conjunto de documentos cobre o período de 2004 ao final de 2009.

Col H: Tipo

Há vários tipos de incidentes. “Fogo Amigo” [ing. "Friendly fire"], por exemplo, indica tropas da coalizão atacadas por tropas da coalizão, por erro de alvo. Mas “Ação amiga” [ing. "Friendly action"] significa o oposto; significa “fogo iniciado pelo nosso lado” (não é ataque inimigo).

Col I: Categoria

Reúne informação semelhante – mas mais detalhada. “Blue-blue”, por exemplo, também significa “nossos soldados estão atirando uns nos outros”)

Col L: Título

Quase sempre oferece um número de pessoas “KIA” [ing. killed in action = “mortos em ação”] ou pessoa “WIA” [ing. wounded in action = “feridos em ação”].

Col M: RESUMO

Essa é a entrada realmente importante. Vê-se aí um resumo do que aconteceu, – embora muitas vezes, mas não sempre, redigido num quase totalmente impenetrável jargão militar. (Veja em http://www.guardian.co.uk/world/datablog/2010/jul/25/wikileaks-afghanistan-war-logs-glossary um GLOSSÁRIO PREPARADO PELO GUARDIAN).

Cols TA AA: Estatísticas

Seguem-se algumas colunas de estatísticas – número de soldados amigos, nação de origem, civis 'KIA' ou 'WIA' [ = mortos em ação ou feridos em ação]. Infelizmente, não são números confirmáveis e os autores dos relatos – em muitos casos, em combate – simplesmente não preenchem todas as colunas requisitadas nos relatórios.

Col AH: CCIR

É coluna importante. Pode-se dizer que aí se anotam os eventos “que podem vir a gerar mídia negativa” ou eventos nos quais haja muitas provas de que civis tenham sido mortos.

· O Guardian construiu um mapa interativo de 16 mil eventos de explosão de IEDs [ing. Improvised Explosive Device = bombas improvisadas que os Talibã plantam nas estradas e acostamentos]
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no qual se vê que o número dessas explosões cresceu muito de 2004 a 2009 (em http://www.guardian.co.uk/world/datablog/interactive/2010/jul/25/afghanistan-war-logs-events.


Todas as planilhas podem ser baixadas de
http://www.guardian.co.uk/world/datablog/2010/jul/25/wikileaks-afghanistan-data
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