quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Maçonaria




Maçonaria
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O Esquadro e Compasso Maçônico(encontrada com ou sem a letra G)
Parte de uma série de artigos sobreMaçonaria

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Grande Arquiteto do Universo · Esquadro e Compasso · Cifra maçónica · Olho da Providência · Hiram Abiff · Símbolos maçônicos · Landmarks · Moral e Dogma · Propaganda Dois · Lenda de Hiram Abiff · Calendário maçónico · Salmo Maçom · Jahbulon · Livro da Lei · Le Droit Humain · Cavaleiros Templários · Maçonaria Prince Hall
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A maçonaria (forma reduzida e usual de francomaçonaria[1]) é uma sociedade discreta[2][3][4][5] de carácter universal, cujos membros cultivam o aclassismo, humanidade, os princípios da liberdade, democracia, igualdade, fraternidade[6][7] e aperfeiçoamento intelectual, sendo assim uma associação iniciática e filosófica.
Portanto a maçonaria é uma sociedade fraternal,[8] que admite todo homem livre e de bons costumes, sem distinção de raça, religião,[8] ideário político ou posição social. Suas únicas exigências são que o candidato possua um espírito filantrópico e o firme propósito de tratar sempre de ir em busca da perfeição.[8]
Os maçons estruturam-se e reúnem-se em células autónomas, designadas por oficinas, ateliers ou (como são mais conhecidas e correctamente designadas) lojas, "todas iguais em direitos e honras, e independentes entre si."
Existem, no mundo, aproximadamente 5,5 milhões[9][10] de integrantes espalhados pelos 5 continentes. Destes 3,2 - (58%)- nos Estados Unidos - USA,[10] 1,2 -(22%) - no Reino Unido[10] e 1,0(20%) no resto do mundo.[10] No Brasil são aproximadamente 150 mil maçons regulares (2,7 %) e 4.700 Lojas.[10]
Índice[esconder]
1 Origens da maçonaria
1.1 Maçonaria Primitiva
1.2 Maçonaria Operativa
1.3 Maçonaria Especulativa
2 Maçonaria e religião
2.1 Judaísmo e Maçonaria
2.2 Catolicismo e Maçonaria
2.3 Protestantismo e Maçonaria
2.4 Espiritismo e Maçonaria
2.5 Budismo, Hinduísmo e Maçonaria
3 Maçonaria e Sociedade
3.1 Iluminismo
3.1.1 Principais iluministas maçons
3.2 Revoluções
3.2.1 Revolução Francesa
3.2.2 Independência do Brasil
3.2.2.1 Joaquim Gonçalves Ledo
3.2.2.2 José Bonifácio de Andrada e Silva
4 Estrutura e objetivos
4.1 Obediências maçônicas
4.1.1 No mundo
4.1.2 No Brasil
4.1.3 Em Portugal
4.2 Regularidade maçônica
4.2.1 Mulheres e Maçonaria
4.2.1.1 Elizabeth Aldworth
4.2.2 Obediências maçônicas irregulares
4.3 Ritos maçônicos
4.4 Loja Maçônica
4.5 Templo Maçônico
5 Referências
6 Bibliografia
6.1 Geral
6.2 Em Portugal
7 Ver também
8 Ligações externas
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[editar] Origens da maçonaria
Ver artigo principal: História da Maçonaria
O nome "maçonaria" provém do francês maçonnerie, que significa "construção". [11] O termo maçom (ou maçon), segundo o mesmo Dicionário, provém do inglês mason e do francês maçon, que quer dizer 'pedreiro', e do alemão metz, 'cortador de pedra'. O termo maçom portanto é um aportuguesamento do inglês; maçonaria por extensão significa associação de pedreiros.
Estudiosos e pesquisadores costumam dividir a a origem da maçonaria em três fases distintas[12]:[13]
Maçonaria Primitiva [13]
Maçonaria Operativa [14]
Maçoanria Especulativa [15]
[editar] Maçonaria Primitiva
A Maçonaria Primitiva, ou "Pré-Maçonaria",[13] é o periódo que abrange todo o conhecimento herdado do passado mais remoto da humanidade até o advento da Maçonaria Operativa. Há quem buscam nas primeiras civilizações a origem iniciática. Outras buscam no ocultismo, na magia e nas crendices primitivas a origem do sistema filosófico e doutrinário. Tantas são as controvérsias, que surgiram variadas correntes dentro da maçonaria. A origem mais aceita, segundo a maioria dos historiadores,[16] é que a Maçonaria Moderna descende dos antigos construtores de igrejas e catedrais, corporações formadas sob a influência da Igreja na Idade Média.[14]
É evidente que a falta de documentos e registros dignos de crédito,[17] envolve a maçonaria numa penumbra histórica, o que faz com que os fantasistas, talvez pensando em engrandecê-la,[17] inventem as histórias sobre os primórdios de sua existência.[17] Há aqueles que ensinam que ela teve início na Mesopotâmia, outros confundem os movimentos religiosos do Egito e dos Caldeus como sendo trabalhos maçônicos. Há escritores que afirmam ser o Templo de Salomão o berço da Maçonaria.[18][19]
O que existe de verdade é que a Maçonaria adota princípios e conteúdos filosóficos milenares,[17] que foram adotados por instituições como as "Guildas" (na Inglaterra), Compagnonnage (na França), Steinmetzen(na Alemanha). O que a Maçonaria fez foi adotar todos aqueles sadios princípios que eram abraçados por instituições que existiram muito antes da formação de núcleos de trabalho que passaram à história como o nome de Maçonaria Operativa ou de Ofício.[20][21]
[editar] Maçonaria Operativa
A origem se perde na Idade Média, se considerarmos as suas origens Operativas,[14] ou seja associação de cortadores de pedras verdadeiros, que tinha como ofício a arte de construção de castelos, muralhas etc.

Na Idade Média o ofício de pedreiro era uma condição cobiçada para classe do povo. Sendo esta a única guilda que tinha o direito de ir e vir. E para não perder suas regalias o segredo deveria ser guardado com bastante zelo.
Após o declínio do Império Romano, os nobres romanos afastaram-se das antigas cidades e levaram consigo camponeses para proteção mútua para se proteger dos bárbaros. Dando início ao sistema de produção baseado na contratação servil Nobre-Povo (Feudalismo) [22]
Ao se fixar em novas terras, Os nobres necessitavam de castelos para sua habitação e fortificações para proteger o feudo. Como a arte de construção não era nobre, deveria advir do povo e como as atividades agropecuária e de construção não guardavam nenhuma relação, uma nova classe surgiu: Os construtores, herdeiros das técnicas romanas e gregas de construção civil.[23]
Outras companhias se formaram: artesão, ferreiro, marceneiros, tecelões enfim, toda a necessidade do feudo era lá produzida. A maioria das guildas limitava-se no entanto às fronteiras do feudo.[22]
Já as guildas dos pedreiros [24] necessitavam mover-se para a construção das estradas e das novas fortificações dos Templários. Os demais membros do povo não tinham o direito de ir e vir,[24] direito este que hoje temos e nos é tão cabal. Os segredos da construção eram guardados com incomensurável zelo, visto que, se caíssem em domínio público as regalias concedidas à categoria, cessariam.[24] Também não havia interesse em popularizar a profissão de pedreiro, uma vez que o sistema feudal exigia a atividade agropecuária dos vassalos[22][23]
A Igreja Católica Apostólica Romana encontra neste sistema o ambiente ideal para seu progresso. Torna-se uma importante, talvez a maior, proprietária feudal, por meio da proliferação dos mosteiros, que reproduzem a sua estrutura. No interior dos feudos, a igreja detém o poder político, econômico, cultural e científico da época.[22]
[editar] Maçonaria Especulativa
A Maçonaria Especulativa [15] corresponde a segunda fase, que utiliza os moldes de organização dos maçons operativos[14] juntamente com ingredientes fundamentais como o pensamento iluminista, ruptura com a Igreja Romana e a reconstrução física da cidade de Londres, berço da maçonaria regular.[25]
Com o passar do tempo as construções tornavam-se mais raras. O feudalismo[26] declinou dando lugar ao mercantilismo. Com consequência o enfraquecimento da igreja romana. Havendo uma ruptura da unidade cristã advindas da reforma protestante.[27]
Superada a tragédia da peste negra que dizimou a população mundial, particularmente da Europa, teve ínicio o Iluminismo no século XVIII, que enfatizou a razão e a ciência para explicar o Universo, em contraposição à .[28][29]
A Inglaterra[30] surge como o berço da Maçonaria Especulativa[15] regular durante a reconstrução da cidade após um incêndio de grandes propoções em sua capital Londres em setembro de 1666 que contou com muitos pedreiros para reconstruir a cidade nos moldes medievais.
Para se manter foram aceitas outras classes de artífices e essas pessoas formaram paulatinamente agremiações que mantinham os costumes dos pedreiros nas suas reuniões, o que diz respeito ao reconhecimento dos seus membros por intermédio dos sinais característicos da agremiação.[27]
Essas associações sobreviveram ao tempo. Os segredos das construções não eram mais guardados a sete chaves, eram estudados publicamente.Todavia o método de associação era interessante, o método de reconhecimento da maçonaria operativa era muito útil para o modelo que surgiu posteriomente. Em vez de erguer edifícios físicos, catedrais ou estradas, o objetivo era outro: erguer o edifício social ideal.[15][27]
[editar] Maçonaria e religião
A Maçonaria Universal, regular ou tradicional, é a que professa pela via sagrada, independentemente do seu credo religioso, trabalha na sua Loja sob a invocação do Grande Arquitecto do Universo, sobre os livros sagrados, o esquadro e o compasso. A necessária presença de mais do que um livro sagrado no altar de juramento, reflecte exactamente o espírito tolerante da maçonaria universal e regular.
Grande Arquiteto do Universo, etimologicamente se refere ao principal Criador de tudo que existe, principalmente do mundo material (demiurgo) independente de uma crença ou religião específica.
Assim, 'Grande Arquiteto do Universo' ou 'G.A.D.U.' é uma designação maçônica para uma força superior, criadora de tudo o que existe. Com esta abordagem, não se faz referência a uma ou outra religião ou crença, permitindo que maçons muçulmanos, católicos, budistas, espíritas e outros, por exemplo, se reúnam numa mesma loja maçônica. Para um maçom de origem católica, por exemplo, G.A.D.U. o remete a Deus, enquanto que para um muçulmano se referiria a Alah. Assim as reuniões em loja podem congregar irmãos de diversas crenças, sem invadir ou questionar seus conteúdos.
[editar] Judaísmo e Maçonaria

Logo após a ascensão de Adolf Hitler ao poder, ficou claro que a maçonaria alemã corria o risco de desaparecer
Muitos dos princípios éticos maçônicos foram inspirados pelo judaísmo[31][32] ou melhor pelo Antigo Testamento.[33] Os ritos e símbolos da maçonaria e outras sociedades secretas recordam: A reconstrução do Templo de Salomão,[31] a estrela de David,[31] o selo de Salomão, os nomes dos diferentes graus, como por exemplo: cavalheiro Kadosh ("Kadosh" em hebraico significa santo), Príncipe de Jerusalém, Príncipe do Líbano, Cavalheiro da Serpente de Airain etc.[31]
A luz é um importante símbolo tanto no judaísmo como na maçonaria.
"Pois o preceito é uma lâmpada, e a instrução é uma luz",
—Proverbios 6, 23.
Um dos grandes feriados judaicos é o Chanukah, ou seja o Festival das Luzes, comemorando a vitória do povo de Israel sobre aqueles que tinham feito da prática da religião um crime punível pela morte ali pelo ano 165 a. E. V. (Os judeus substituem o antes de Cristo e o depois de Cristo pelo antes e depois da Era Vulgar). A Luz é um dos mais densos símbolos na maçonaria, pois representa (para os maçons de linha inglesa) o espírito divino, a liberdade religiosa, designando (para os maçons de linha francesa) a ilustração, o esclarecimento, o que esclarece o espírito, a claridade intelectual.[34]
A luz, para o maçom, não é a material, mas a do intelecto, da razão, é a meta máxima do iniciado maçom, que, vindo das trevas do Ocidente, caminha em direção ao Oriente, onde reina o Sol. Castellani diz que graças a essa busca da Verdade, do Conhecimento e da Razão é que os maçons autodenominam-se Filhos da Luz; e talvez não tenha sido por acaso que a Maçonaria, em sua forma atual, a dos Aceitos, nasceu no "Século das Luzes", o século XVIII. de Nordhausende, Alemanha, 4 de Dezembro de 1945 [34]

Fileiras de corpos enchem o campo de concentração
Outro símbolo compartilhado é o tão decantado Templo de Salomão.[34] Figura como uma parte central na religião judaica, não só, por ser o rei Salomão uma das maiores figuras do panteão de Israel, como o Templo representar o zênite da religião judaica. Na maçonaria, juntou-se a figura de Salomão, à da construção do Templo, pois os maçons são, simbolicamente, antes de tudo, construtores, pedreiros, geómetras e arquitetos. Os rituais maçônicos estão prenhes de lendas sobre a construção do Templo de Salomão. Para os maçons existem três Salomões: o Salomão maçônico, o bíblico e o histórico.[34]
Outro aspecto comum, têm-se os esforços positivos na maçonaria e no judaísmo para encorajar o aprendizado. A cultura judaica tem uma larga tradição de impulsionar o maior número de judeus a se notabilizar pelo conhecimento nas artes, na literatura, na ciência, na tecnologia, nas profissões em geral.[34] Durante séculos, os judeus têm-se destacado nos diversos campos do conhecimento humano e o seu empenho em melhorar suas escolas e seus centros de ensino demonstram cabalmente isto.[34] Digno de notar-se é que as famosas escolas talmúdicas - as yeshivas vem do verbo lashevet, ou seja sentar-se. Deste modo para aprender é necessário sentar-se nos bancos escolares. Assim, também, na maçonaria, nota-se uma preocupação constante, cada vez maior, com o desenvolvimento intelectual dos seus epígonos, no fundo, não só como um meio de melhorar a sua escola de fraternidade e civismo como também para perpetuar os seus ideais e permanecer como uma das mais ricas tradições do mundo moderno.[34]
No início de 1934, logo após a ascensão de Adolf Hitler ao poder, ficou claro que a maçonaria alemã corria o risco de desaparecer.[35] Segundo as estimativas do Museu Alemão da Maçonaria em Bayreuth, esta literatura constituía o núcleo da investigação maçônica. Uma biblioteca que crescia de forma exponencial. Em 1930, na Alemanha, a colecção maçônica situar-se-ia nos 200.000 livros..[36] Os nazistas saquearam, a Grande Loja da Holanda e a Grande Loja da Noruega. Ocorreu o mesmo na Bélgica e em França.[36]
Os judeus eram então vistos como uma séria ameaça por seu poder econômico, cultura, ideias que pregavam (Marx, etc.) e pelo fato de não seguirem o Cristianismo.[33] A Maçonaria,liberal e democrática, pregando a fraternidade entre os homens, assustava aos déspotas e fanáticos religiosos e políticos de todas as correntes.[33]
Cronologia
10 de Dezembro de 1934 - A Grande Loja Simbolica da Alemanha, dissolvida por Hitler, suspende seus trabalhos na Alemanha e prossegue-los em Jerusalém e Saarrebrüken.
8 de Agosto de 1935 - Adolfo Hitler decreta a dissolução da Maçonaria na Alemanha.
Os Templos maçônicos são saqueados, e muitos maçons alemães são presos e assassinados.
A Grande Loja de Hamburgo recebe asilo da Grande Loja de Chile onde continua seu trabalho maçônico.[37]
1 de Janeiro de 1938 - O partido nacional socialista de Hitler lança um manifesto contra à maçonaria
[editar] Catolicismo e Maçonaria
Ver artigo principal: Catolicismo e Maçonaria

Papa Leão XIII, foi um adversário ferrenho da maçonaria

Galileu diante do Santo Ofício, pintura do século XIX de Joseph-Nicolas Robert-Fleury.

Gravura a cobre intitulada "Die Inquisition in Portugall" por Jean David Zunner[38]
A Igreja Católica historicamente já se opôs radicalmente à maçonaria, devido aos princípios supostamente anti-cristãos, libertários e humanistas maçônicos. O primeiro documento católico que condenava a maçonaria data de 28 de abril de 1738. Trata-se da bula do Papa Clemente XII, denominada In Eminenti Apostolatus Specula.[39]
Após essa primeira condenação, surgiram mais de 20 outras, sendo que o papa Leão XIII foi um dos mais ferrenhos opositores dessa sociedade secreta e sua última condenação data de 1902, na encíclica Annum Ingressi, endereçada a todos os bispos do mundo em que alarmava da necessidade urgente de combater a maçonaria, opondo radicalmente esta sociedade secreta ao catolicismo.[40]
Apesar disso, há acusações sobre Paulo VI e alguns cardeais da Igreja relacionarem-se a uma loja..[41] Entretanto, todas as acusações carecem de provas. A condenação da Igreja é forte e não muda ainda que membros do clero tenham de alguma forma se associado à sociedade secreta.
No Brasil Império, havia clérigos maçons e a tentativa de alguns bispos ultramontanos de adverti-los causou um importante conflito conhecido como Questão Religiosa.[42][43] O principal dos bispos anti-maçônicos desta época foi Dom Vital, bispo de Olinda. Recebeu forte apoio popular, mas foi preso pelas autoridades imperiais, notadamente favoráveis à maçonaria. Após ser liberto, foi chamado a Roma onde foi congratulado pelo papa, SS Pio IX, por sua brava resistência, e foi recebido paternalmente e com alegria (o Papa, comovido, só o chamava de "Mio Caro Olinda", "Mio Caro Olinda").
Até 1983, a pena para católicos que se associassem a essa sociedade era de excomunhão. Com a formulação do novo Código de Direito Canônico que não mais condenava a Maçonaria explicitamente, muitos pensaram que a Igreja havia aceitado a mesma, no entanto a Congregação para Doutrina da Fé tratou de esclarecer o mau entendido e afirmar que permanece a pena de excomunhão para quem se associa a maçonaria.[44]
A perseguição à maçonaria pela Igreja Católica se dá, segundo alguns autores, pela existência do segredo maçônico, o que demonstrava não existir, por parte do clero, controle sobre o que acontecia nas lojas, e pelo fato da maçonaria defender a liberdade religiosa, aceitando o ingresso de pessoas de qualquer religião.
O condenado era muitas vezes responsabilizado por uma "crise da fé", pestes, terremotos, doenças e miséria social,[45] sendo entregue às autoridades do Estado, para que fosse punido. As penas variavam desde confisco de bens e perda de liberdade, até a pena de morte, muitas vezes na fogueira, método que se tornou famoso, embora existissem outras formas de aplicar a pena.

Jacques De Molay sendo queimado na fogueira.
Os tribunais da Inquisição não eram permanentes, sendo instalados quando surgia algum caso de heresia e eram depois desfeitos. Posteriormente tribunais religiosos e outros métodos judiciários de combate à heresia seriam utilizados pelas igrejas protestantes[46] (como por exemplo, na Alemanha e Inglaterra[47]). Embora nos países de maioria protestante também tenha havido perseguições - neste caso contra católicos, contra reformadores radicais, como os anabatistas, e contra supostos praticantes de bruxaria, os tribunais se constituíam no marco do poder real ou local, geralmente ad-hoc , e não como uma instituição específica.
Em muitos casos também queimavam-se em praça pública os livros avaliados pelos inquisidores como símbolos do pecado: " No fim do auto se leo a sentença dos livros proibidos e se mandarão queimar três canastras delles. Maio de 1624".[48]
Neste momento, estamos diante da "apropriação penal" dos discursos, ato que justificou por muito tempo a destruição de livros e a condenação dos seus autores, editores ou leitores. Como lembrou Chartier: " A cultura escrita é inseparável dos gestos violentos que a reprimem". Ao enfatizar o conceito de perseguição enquanto o reverso das proteções, privilégios, recompensas e pensões concedidas pelos poderes eclesiásticos e pelos príncipes, este autor retoma os cenários da queima dos livros que, enquanto espetáculo público do castigo, inverte a cena da dedicatória.[49]
[editar] Protestantismo e Maçonaria

Massacre de São Bartolomeu.

Catedral luterana em Helsinque, Finlândia. Traços evidentes da arquitetura maçônica
A Maçonaria Especulativa surgiu durante o período da reforma protestante. Notadamente, James Anderson, o autor da Constituição de Anderson, era um pastor prebisteriano.[50][51]
Martinho Lutero foi apoiado por vários religiosos e governantes europeus provocando uma revolução religiosa, iniciada na Alemanha, e estendendo-se pela Suíça, França, Países Baixos, Reino Unido, Escandinávia e algumas partes do Leste europeu, principalmente os Países Bálticos e a Hungria. A resposta da Igreja Católica Romana foi o movimento conhecido como Contra-Reforma ou Reforma Católica, iniciada no Concílio de Trento.
Imediatamente após o início da Reforma Protestante, a Igreja Católica Romana decidiu tomar medidas para frear o avanço da Reforma. Realizou-se, então, o Concílio de Trento (1545-1563),[52] que resultou no início da Contra-Reforma ou Reforma Católica,[53] na qual os Jesuítas tiveram um papel importante.[54] A Inquisição e a censura exercida pela Igreja Católica foram igualmente determinantes para evitar que as ideias reformadoras encontrassem divulgação em Portugal, Espanha ou Itália, países católicos.[55]
O principal acontecimento da contra-reforma foi a Massacre da noite de São Bartolomeu. As matanças, organizadas pela casa real francesa, começaram em 24 de Agosto de 1572 e duraram vários meses, inicialmente em Paris e depois em outras cidades francesas, vitimando entre 70.000 e 100.000 protestantes franceses (chamados huguenotes).[56]
Um dos pontos de destaque da reforma é o fato de ela ter possibilitado um maior acesso à Bíblia, graças às traduções feitas por vários reformadores (entre eles o próprio Lutero) a partir do latim para as línguas nacionais.[57] Tal liberdade fez com que fossem criados diversos grupos independentes, conhecidos como denominações. Nas primeiras décadas após a Reforma Protestante, surgiram diversos grupos, destacando o Luteranismo e as Igrejas Reformadas ou calvinistas (Presbiterianismo e Congregacionalismo). Nos séculos seguintes, surgiram outras denominações reformadas, com destaque para os Batistas e os Metodistas.
A seguir, uma tabela ilustrando o surgimento a traves dos séculos das diferentes correntes ou ramos do Protestantismo.
Fonte: Wikipédia

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