sábado, 14 de agosto de 2010

poesia




Poeta quero ser!



José-Augusto de Carvalho


Poeta quero ser da melodia à rima,
do grito de revolta ao grito da recusa...
Que importa se morrer nos braços da Medusa,
se há muito eu já morri, nas ruas de Hiroshima?


Aqui, recuso ter a paz dos cemitéros.
Aqui, recuso ser um cúmplice comparsa
que aplauda ou represente a náusea desta farsa
que, sobre escombros, ergue os circos dos impérios.


Vermelho é o meu sangue e vivo se derrama
em versos de emoção, no grito da recusa,
sem nunca se render à fúria que o vitima.


Do tempo que passou ao tempo que me chama,
que importa o meu morrer nos braços da Medusa
se há muito eu já morri nas ruas de Hiroshima?


7 de Agosto de 2004.
Este soneto foi incluído na colectânea «Da humana condição»,
editada pela EdiumEditores em Março de 2008.



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