quarta-feira, 14 de julho de 2010

Angola

No grupo multiculturais circulou :
Angola-A DINAMICA DE CRIATIVIDADE PLASTICA NO PAIS E ESSENCIALMENTE ENDOGENA
E um dos principais factos que se pode reter das actas resultantes do ultimo Ciclo de palestras, organizado pela Empresa Nacional de Seguros de Angola, sob o tema «A arte, o artista e a sociedade » no quadro da seu programa Ensarte.
Esta compilação que reúne a dezena de intervenções feitas, nesta ocasião, acaba de ser, a justo titulo, editada.
Sob um design vanguardista, uma impressão em quadricromia e uma sólida selagem, que se estalou entre as cidades de Porto e Luanda, esta obra foi pregada em 146 páginas.
A colectânea reproduziu a inédita análise do historiador Simão Souindoula intitulada « Remanescencia bantu na arte angolana contemporânea. Um contexto verificativo, a Ensarte ».

A referida obra e articulada em quatro grandes capítulos, constituídos do preambulo do Presidente do Conselho de Administração da Empresa Nacional de Seguros de Angola, Manuel Gonçalves, uma introdução geral, breves apresentações dos diferentes oradores, nas quais foi juntado um recapitulativo dos temas abordados e a restituição dos textos propostos no Museu Nacional de Historia Natural de Luanda.
Na sua intervenção, o PCA da sociedade anónima da avenida 4 de Fevereiro, realçou o facto de que a iniciativa cultural de seu grupo tornou-se, pela forca do tempo, um espaço de reflexão e de diálogo intercultural, mas igualmente, de articulação interdisciplinar sobre a prática das artes visuais em Angola.
Os autores foram o pintor Jorge Gumbe, Comissário da Bienal de Resseguradora da Marginal, o critico de arte Adriano Mixinge, o antropólogo Manzambi Vuvu Fernando, o museólogo suíço Boris Wastiau, o arquitecto português Jacinto Rodrigues, a coreografa angolana Ana Clara Guerra Marques e sua compatriota, psicóloga, Encarnação Pimenta.
Reencontra-se, ai, com um grande interesse, os diferentes ângulos abordados a partir da temática geral tais como, entre outros assuntos, a importância dos Prémios Ensarte na promoção da arte contemporânea do pais de Viteix, nesses últimos vinte anos, a apreciação da criatividade artística contemporânea, no Quadrilátero, nas suas numerosas opções temáticas e suas preferências técnicas e uma leitura das marcas pictográficas sobre os « maquixi » (mascaras de dança cokwe).
E proposto uma revisão do contexto de origem do omnipresente « Pensador» oriental, o « kalamba kuku » ou o « sayichimo », quem convidou-se nas composições artísticas e artesanais contemporâneas assim que as funções antropológicas da escultura tradicional africana, esta retomada, igualmente, no « contemporaneus ».
LINHA IDENTITARIA
Colando bem ao tema do ciclo de conferencias e aos intuitos da empresa de seguros, Simão Souindoula esforçou-se a identificar e explicar o apego dos artistas plásticos angolanos, através a preciosa vitrina que constitui a « viginti » colecção da ENSA, a por em evidencia os seus fundamentos culturais bantu.
O antigo investigador do antigo investigador do Centro Internacional das Civilizações Bantu sublinhou, assim, uma dezena de escolhas de títulos de obras de pintura ou de escultura, decididos pelos criadores participantes do quadro emulativo do Segurador.
Essas denominações são, principalmente, em kikongo, kimbundu e umbundu e entram, naturalmente, a um campo de inspiração bem milenária, da dezena das culturas convergentes e maioritárias do pais.
Com efeito, o conferencista tomou, entre outros, como exemplos, a da tela « Elogio ao nkisi konde » de Van, Primeiro Premio de Pintura da Ensarte, em 2004.
A noção de « nkisi » fundamenta-se sobre o radical do ur bantu –kiti que Malcolm Guthrie traduz, em inglês, por fetish ou charm. A evolução dialectal deu, logicamente, nkisi, em kikongo, e mukixi, em kimbundu.
Confirmando as sólidas crenças ao feitiço nas sociedades da África central, oriental e austral, Souindoula sugere, a este respeito, o exemplo de um ditado ovambo, que aconselha, vivamente, o porte, em permanência, de um amuleto, « porque atravessando um arvoredo, pode-se encontrar uma perdiz que nunca foi vista ».
A fim de ilustrar este facto, o actual perito da UNESCO sublinhou os conceitos – claves decorrentes pelas obras produzidas, estabelecendo, concomitantemente, as suas conexões proto-bantu e sua perpetuação pelas tradições orais.
Para ele, esta linha identitária segue a firme politica de rebantouisacao antroponímica, toponímica e numismática do pais, iniciada logo após a sua independência.
Pronunciando- se sobre a importância da publicação dessas actas, Simão Souindoula, bendisse, a este respeito, a notável eficácia da ENSA.
Com efeito, para ele, esta compilação permitira de contribuir a um melhor conhecimento, ao nível nacional e internacional, de vários aspectos da arte angolana contemporânea cuja principal característica e o seu forte enraizamento bantu.
E, e isso que contribui a especificidade das composições picturais, das configurações esculturais e as montagens cerâmicas produzidas no Quadrilátero.
Enfim, para o Presidente do Júri dos Prémios Ensarte, este arte não e um conjunto de expressoes indeterminadas, totalmente globalizadas. E o fruto de artistas que possuem uma carga linguística própria e uma herança antropológica específica que foi definida há meio século, como angolanidade.
Por
Johnny Kapela
International Networking Bantulink
C.P. 2313
Luanda (Angola)
Tel. : + 244 929 74 57 34 + 244 929 74 57 34

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