GOL VAZIO
A morte de um ex-goleiroLuiz Carlos Gasperin morreu ontem vítima de um câncer contra o qual lutava há quatro anos. Aos 57, ele vivia em Curitiba, onde era comerciante. Seu corpo será sepultado hoje em Vacaria. Goleiro de cabelos compridos e encaracolados, ágil sob as traves, jogador de alto-astral, daqueles imprescindíveis para manter a paz no vestiário, Gasperin era gaúcho de Sarandi.
Amigos diziam que a capacidade de manter o grupo de jogadores unidos tornavam-no confiável até para administrar a caixinha (dinheiro referente a multas por atraso em treinos) e o pagamento dos bichos no vestiário. Além de profissional, Gasperin era reconhecido como um torcedor do futebol gaúcho, como se intitulava. Foi formado nas categorias de base do Grêmio, clube que defendeu na temporada de 1975 como profissional. No Inter, conquistou os maiores títulos dos seus 22 anos de carreira. Foi bicampeão nacional em 1976 e 1979, além de vice da Libertadores, em 1980.
Lutava contra um câncer no intestino desde 2005. Mas foi em Vacaria, cidade em que passou a infância, que sua luta para ter uma trajetória como profissional do futebol começou. Foi reserva de dois grandes goleiros da história do Inter: Manga e Benítez. Do paraguaio, era amigo pessoal.
– Ele foi um dos grandes amigos que fiz no futebol. Nós e o Schneider (treinador de goleiros) andávamos sempre juntos. Fico muito triste. Era um cara alto-astral e muito bem humorado – lembra Benítez, titular na conquista do título do Brasileiro de 1979.
A amizade era considerada importante por Gasperin para a formação de um grupo profissional vencedor. Aliás, foi este sentimento em relação aos companheiros que ele destacou ao ser entrevistado por Paulo Roberto Falcão para o livro O Time que Nunca Perdeu. O ex-goleiro exaltou a amizade do grupo:
– Os jogadores eram muito amigos. Havia uma camaradagem muito grande entre nós.
Após seis anos no Beira-Rio, Gasperin defendeu Cruzeiro, América-RJ, Botafogo-SP e Glória-RS, seu último clube antes de se aposentar em 1990. Começou como treinador no ano seguinte no mesmo Glória, de Vacaria. Teve passagens por Caxias e Brasil-Pe. Treinou também em Santa Catarina e Paraná. Gasperin era proprietário de uma papelaria em Curitiba, onde residia. Deixa a mulher, Noemi, e três filhos, Carlos Eduardo, Thiago e Cândice Bróglio Gasperin.
Fonte: Zero Hora
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