quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Tropa de Elite Gaúcha


Patres exige experiência e conduta exemplar
Correio do Povo acompanhou um dia de treinamento dos policiais do BOE, com manobras que simulam situações de risco em favelas

Ao entrar para uma das patrulhas, o 'novato' fica três meses em observação até ser aceito
Crédito: ALEXANDRE MENDEZ
PAULO ROBERTO TAVARES paulotavares@correiodopovo.com.br

As Patrulhas Especiais (Patres), unidade do Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar, apreenderam, de janeiro a novembro, meia tonelada de drogas, somente na Capital. Segundo dados da Secretaria da Segurança Pública, em todo o RS, as apreensões de drogas realizadas pela BM e Polícia Civil atingiram 6 toneladas, no período de janeiro a outubro. As Patres são responsáveis por quase 1% desse total. A unidade também retirou de circulação, nos 11 primeiros meses deste ano, 140 armas ilegais, além de ter recapturado 53 foragidos. Na terça-feira, a reportagem do Correio do Povo acompanhou treinamento de uma equipe.

Criadas em 1997 pelo então secretário José Fernando Eichenberg, em substituição às Patrulhas Tático Móveis (Patamo), quando 1, 9 e 11 BPMs cederam três oficiais para a nova corporação, as Patres começaram a agir. Em 2000, durante o governo Olívio Dutra, as Patrulhas foram desativadas por um ano. Retornaram em 2002, como um pelotão do Batalhão de Operações Especiais e em 2005, transformaram-se em Companhia. Atualmente, de acordo com o comandante da unidade, major Francisco Vieira, 40 anos, a Companhia conta com 49 homens, em dez viaturas que cumprem missões em favelas e morros da cidade. "Nosso lema é força e honra. Chegar no local, dominá-lo e, se possível, sem tiros, saindo logo após cumprir a missão."

A sede das Patres fica no pátio do BOE, em uma casa de frente para a rua do Presídio Central, no Partenon. Em uma das salas há dossiês sobre cada vila de Porto Alegre, com estatísticas criminais, ocorrências mais comuns e descrição de alguns dos criminosos mais conhecidos. A unidade também dá apoio à Susepe, na escolta de presos. Não é fácil para os PMs ingressarem na "Tropa de Elite" gaúcha. Vieira revela que existem pré-requisitos para que o "novato" seja aceito. Um deles é cinco anos de experiência no policiamento de rua. Além disso, é exigido uma conduta ilibada e para os soldados, o comportamento tem que ser ótimo ou excelente. "Cada novato que entra para as Patres fica três meses em observação, em uma das equipes", relata Vieira. "Ele passa por mais de uma guarnição para ser avaliado, só então é aceito na Companhia." Com sol forte e temperatura de 30 graus, a reportagem acompanhou o treinamento na "piscina seca", em frente ao estande de tiros, na zona Leste. Lá foram feitas manobras defensivas e de entrada em favelas, com risco de confronto.





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