quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Angola

ANGOLA- A ECONOMIA DO CÍCLO ADVERSO EXTERNO, OU DA DEPENDÊNCIA "VULNERÁVEL" NOS RECURSOS?



É
inegável que os choques de demanda externa por commodities afectam drasticamente as receitas provenientes desses recursos na economia angolana. A forte dependência por petróleo e diamantes, torna a economia extremamente vulnerável às variações nas oscilações de demanda internacionais, que afectam as receitas esperadas dos produtos exportáveis no nosso caso petróleo e diamantes.
Qualquer restrição na oferta ou na demanda de forma persistente num mínimo por três meses, abala as projecções das receitas a realizar, desajustando seu ordenamento orçamental, com consequentes alterações nas expectativas dos agentes económicos. Daí surge o questionamento sobre a eficiência na manutenção dos gastos estatais, sobre a capacidade do governo em honrar seus compromissos, sobre a composição das dívidas internas e externas e sobre as reservas internacionais.
No campo político, os efeitos são evidentes, os reajustes recentes no orçamento associado às mudanças na hierarquia do comando da política monetária (substituição do governador do BNA) no ministério da Finanças (mudança do ministro) e a recente INTERVENÇÃO ESTATAL NA ENDIAMA, demonstram como as oscilações ciclicas externas abalam a gestão do governo. Em um curto espaço de tempo, percebe-se os ciclos econômicos externos afectaram as metas orçamentais a alcançar, as projecções a realizar, e a regularem os planos do governo, no período de queda persistente proveniente dos recursos. Dá pra ficar seguro? Não!
Aparentemente o dilema está instituído, de um lado técnicos e economistas loucos por ajustes sugerem corte nos custos, reajustes nas despesas, controle da inflação e remanejo no crédito via juros e impostos (minha sugestão para fortalecer sectores de serviços, comercial, visualizo como a saída rápida de curto prazo, o primeiro passo para a diversificação). Por outro lado, políticos, deputados, parlamentares e GURN (governo de reconstrução nacional) pressionados por metas de programas e projectos ancorados nas receitas orçamentais, "peregrinam" entre as aprovações as licitações diante do agrado do governo, odeiam ouvir falar em custos ou restrições a gastos. A continuidade do fomento a infraestrutura (habitação,estradas, indústria, portos, etc) lado real da economia depende da continuidade da entrada em massa de receitas em dólares, hoje dado "garantida" pelas receitas petrolíferas tendem a ser reajustadas numa situação de crise externa, trazendo um forte impacto de queda para os sectores como a construção maior fonte actual de empregadora de mão de obra pouco qualificada.
A adopção de "estimativas orçamentais" conservadoras para o preço do barril, implica aceitar baixas receitas para este ano, e baixo crescimento, esperando-se efeitos severos na continuidade das obras de construção da infraestrutura, maior aposta "GOVERNAMENTAL" para o crescimento real e modernização da economia. A dependência desses recursos é preocupante, pois a queda implica em menor efeito sobre sectores beneficiários aquelas pequenas empresas fornecedores, ou prestadoras de serviços a indústria.
Um orçamento conservador e restrito, um ímpeto gastador em infra-estrutura demostrado pelo Governo, sua continuidade é prudente em situação de menor receitas esperadas como hoje? De que forma o Estado financiará esses gastos dado persistência dos efeitos sobre os ciclos das principais commodities exportáveis? É um ponto a se discutir em próximos comentários neste espaço.
A melhoria no preço internacional do barril verificada actualmente, indica a vulnerabilidade/dependência aos ciclos incorrido pela economia angolana, e não é motivo para festejos, dado a recuperação do cenário internacional. Justifica-se a urgência de medidas económicas, políticas que estimulem o desenvolvimento de demais sectores, para que possa contribuir com o crescimento da arrecadação do estado, geração de emprego e impulso do consumo interno.
Na realidade a economia de ANGOLA vive uma pequena contraçaõ trimestral de 2009 ( Janeiro a Março), com redução na receitas dos estados dado a forte queda na demanda por petróleo aliada as expectativas de piora no crescimento mundial. Nesse período o crescimento apresentado se comparado ao mesmo período do ano passado contrasta em termos absolutos, em relação ao primeiro trimestre de 2008 (primeiro trimestre).
Em termos anuais, as projecções de crescimento estão em torno de 12% a.a para 2009, se comparado aos 18% a.a. de 2008, segundo dados do FMI, sendo que trimestral a tendência é negativa.
Ainda em 2008, 60% do PIB angolano teve origem nas indústrias extractivas, como petróleo e diamantes. Além disso, o petróleo representou 97% das exportações e 83% das receitas em 2008 vieram do mesmo sector, o que indica se as projecções acompanharem o 1º deste ano teremos um crescimento negativo. O inverso deste cenário seria uma mudanças total na tendência trimestral para os próximos nove meses, mesmo assim ainda não alcançaríamos níveis de 2008, 18%. Preço do petróleo, que tem sido “sempre muito instável”, como demonstra o registro histórico e é “uma indústria que não cria emprego e é muito intensiva no capital da para trançar um cenário de longo prazo não muito bom para economia como um todo se caso não tivermos níveis de crescimento das receitas por elevação dos preços internacionais. ..

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