quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Retro - Brasil vence a Argentina


ELIMINATÓRIAS
Não tem preço
Quer algo melhor do que a vaga na Copa de 2010 com três rodadas de antecipação? Aí vai: o 3 a 1 na Argentina, sábado, fez os hermanos deixarem Rosário apavorados. Maradona e Messi foram dormir em Rosário com a vaga no Mundial ameaçada. Os hermanos precisarão mostrar aquela velha bravura para chegar até a ÁfricaDiego Armando Maradona apostou tudo em seu carisma para o jogo contra o Brasil. Enfrentou críticas ao mudar o local do confronto, de Buenos Aires para Rosário, pediu o apoio de uma população fanática por futebol, confiou no poder de pressão de um estádio com torcida próxima do gramado, entrou em campo e fez gestos pedindo mais gritos do público. Usou a semana inteira para lançar provocações aos jogadores brasileiros. “Somos melhores”, gritava, enquanto treinava seu time. Nada deu certo. Perdeu o jogo e vê a classificação à Copa ser ameaçada por Colômbia e Equador. O futuro é sombrio. Enfrenta o Paraguai, quarta-feira, recebe o Peru e decide tudo contra o Uruguai, em Montevidéu.

Por ter dado tudo errado, Maradona não disfarçou o abatimento ao entrar na tumultuada sala de entrevistas do Gigante de Arroyito na noite de sábado. Usava ainda o abrigo escuro da seleção, cabelos grandes, barba por fazer e voz mais baixa. Nada lembrava o sujeito provocador dos dias anteriores ao jogo:

– Estou abatido, sim, mas não triste – explicou. – Triste, eu fiquei depois que levamos 6 a 1 da Bolívia.

Maradona garante que sua seleção fez tudo certo para vencer a partida, mas foi como se não tivesse ensaiado. Treinou exaustivamente a defesa para os cruzamentos altos, em cobranças de faltas por Elano. Sofreu dois gols assim. Sabia que Kaká seria um jogador fundamental para o Brasil e armou um esquema para tirar espaços dele. Mas, em um dos descuidos, viu o meia dar passe preciso para o gol de Luís Fabiano, o terceiro, que liquidou com o sonho de uma virada.

O técnico trabalhou todos os detalhes durante a semana. Passou um vídeo aos jogadores antes da partida. Mostrou imagens do país tão duras como a pobreza extrema e intercalou-as com mensagens dos familiares.

Havia no lado argentino a certeza de que o Brasil bloquearia os espaços e contra-atacaria em velocidade. Não pôde evitar que o adversário fizesse exatamente isso. Na volta do intervalo, quando os jogadores estavam quase saindo do túnel, tentou uma última injeção motivadora:

– Vamos fazer um e, depois, dois!

A Argentina até fez esse gol, mas em seguida Kaká e Luís Fabiano esfriaram a reação com o terceiro gol e empurraram os hermanos para perto do abismo. Maradona teve razões de sobra para se abater.



MÁRIO MARCOS DE SOUZA | Enviado especial/Rosário

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