sexta-feira, 3 de julho de 2009

Vergonha PMS absolvidos

CASO BURCHARDT
PMs absolvidos em júri popular
Para jurados, a morte de personal trainer foi em legítima defesaMarcado por protestos de familiares da vítima, o julgamento dos PMs Ronaldo Freitas Garcia e Fábio Rosa Dorneles, acusados de matar o professor de Educação Física e personal trainer Gustavo Fernando Burchardt, 38 anos, em julho de 2003, foram absolvidos ontem à noite por maioria de votos.

Os sete jurados entenderam que os PMs agiram em legítima defesa, tese corroborada pelo promotor André Martínez.

O julgamento transcorreu por sete horas com momentos de tensão, pela revolta dos parentes de Burchardt. Antes do júri, vestindo camisetas com a foto do personal trainer, familiares se postaram em frente ao Fórum Central de Porto Alegre, exibindo cartazes com críticas ao Ministério Público.

O advogado Alexandre Wunderlich, contratado pela família para atuar como assistente de acusação e que se manifestaria em plenário pedindo a condenação dos réus, não participou dos debates, apenas fez perguntas.

– Houve excesso na reação dos PMs, e não concordo com a tese do promotor – lamentou Wunderlich.

O advogado e familiares de Burchardt não estavam no auditório no momento do anúncio da sentença pela juíza Elaine Maria Canto da Fonseca. Wunderlich estuda recorrer da decisão junto ao Tribunal de Justiça do Estado.

No saguão, familiares chamaram PM de assassino

O auditório da 1ª Vara do Júri lotou com parentes e amigos de Burchardt de um lado, e PMs de outro. O soldado Ronaldo, autor dos disparos contra Burchardt, segue no trabalho. O soldado Fábio Rosa foi escoltado por PMs por estar preso por condenação na Justiça Militar por roubo.

O PM Ronaldo lembrou que foi chamado para atender a uma ocorrência de roubo com arma de fogo.

– Chegando lá, vi um homem dobrando as placas do carro e fugindo em alta velocidade. Quando ele bateu em uma árvore, ia fazer a abordagem. Mas ele deu uma ré, batendo na viatura. Pensei que ia nos matar e atirei – afirmou o soldado.

O PM disse que desferiu dois tiros na direção do personal trainer, e depois mais dois, quando a vítima fugia. O soldado Fábio Rosa confirmou essa versão. Enquanto era interrogado por Martínez, uma familiar de Burchardt levantou-se e protestou:

– O promotor está fazendo papel de defensor.

A mulher se retirou, seguida por outros parentes. No saguão, durante um intervalo, outra familiar da vítima cruzou com o PM Ronaldo e esbravejou: “assassino, assassino”.

Martínez afirmou que tinha o dever profissional de buscar a Justiça e lembrou que a vítima havia ingerido cocaína e que cortou fios da máquina de cartão de crédito da farmácia, após se negar a pagar uma revista. Para o promotor, os PMs agiram em legítima defesa putativa – o acusado é isento de pena por erro justificado pelas circunstâncias, supondo que pode ser morto.

Os defensores Tatiana Kosby Boeira e Gastão Viegas Junior também argumentaram pela legítima defesa.

joseluis.costa@zerohora.com.br

JOSÉ LUÍS COSTA
MultimídiaEm protesto à decisão do promotor de pedir a absolvição dos policiais, fa

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